AS COLUNAS ESTÃO RUINDO (Richard José Vasques)

altNão precisa ser engenheiro civil para saber que se existem problemas na fundação, a construção corre risco de desabar. Colunas nos lembram sustentação, pilares, algo que permite que alguém ou alguma coisa continue em pé. Alicerce. Eugene Peterson usou o termo fundamento quando escreveu o Sermão do Monte em linguagem contemporânea (Mateus 7.25). Ouvimos muito esse termo também no esporte, principalmente no vôlei e no basquete. Comentários tipo: “estão bem nesse fundamento”, ou “mal nesse fundamento”.

 

Percebemos que os fundamentos, a fundação e o alicerce são realmente as bases nas quais devemos assentar nossas práticas diárias, nossa vida. Primeira pergunta: “sobre quais fundamentos temos assentado nossa vida?” No último sábado tive o privilégio de assistir ao culto de formatura da Faculdade Teológica Batista do Rio de Janeiro. Simplesmente espetacular. De tudo o que vi e ouvi, creio que duas mensagens proferidas por pessoas diferentes impactaram todos os presentes e os que assistiram pela Internet. Resumindo, elas foram chamadas de alerta para todos nós.

 

Disseram: “as colunas estão ruindo”. Em outras palavras: “nosso mundo está de cabeça para baixo”. Desde quando? Parece que entra ano e sai ano e nós dizemos a mesma coisa, mas não fazemos nada para mudar esse quadro. Não contribuimos de maneira alguma, quando existem tantas oportunidades. Agora mesmo, vemos aqui no Brasil, a luta contra os efeitos do crack. Que coisa terrível! Seres humanos como eu e você, sem ter noção de nada, simplesmente entregues aos efeitos alucinantes e destruidores que essa droga provoca.

 

No aspecto moral e ético vamos no mesmo caminho. Não dá nem pra saber exatamente em que posição está o Brasil quando se fala em corrupção. Somos comparados a Burundi. Já ouviu falar em Burundi? O Brasil está nesse padrão de comparação no tocante à prática da corrupção. As colunas estão ruindo. Mais de 50% das famílias brasileiras já não são mais do padrão que conhecíamos: famílias chamadas “nucleares”. Isso quer dizer: pai, mãe e filhos originados da relação do pai com a mãe. Vocês sabem a diversidade que existe na formação das famílias atualmente. É uma realidade, precisamos aprender a conviver com isso, respeitando as partes afetadas.

 

Isso faz com que os valores sejam abalados, os fundamentos e a fundação ficam abalados e sujeitos à ruptura. Quando isso acontecer a casa cairá. E tem caído. Os valores têm sido deixados de lado, as pessoas têm procurado soluções mirabolantes para casos simples e acabam se complicando. Sabemos que as colunas estão ruindo, porém não sabemos o que fazer para parar com isso. O que você acha que pode ser feito? Como se pode evitar que alguma coluna perto de nós desabe? Infelizmente muitas vezes essa proximidade é a nossa própria casa. O que fazer para que os pilares continuem firmes, resistindo às tempestades?

 

Primeiro temos de abrir nossos olhos para a realidade, ver, aceitar, entender que existem riscos de que algumas colunas mais próximas de nós desabem. Aquelas mais conhecidas de toda a sociedade também são do nosso conhecimento. Podemos refletir em como auxiliar na sua recuperação ou na sua preservação. Não é porque uma coluna é antiga que ela não resiste. Vejam aquelas colunas antigas das construções gregas e romanas, por exemplo. Estão lá até hoje, lindas e resistentes, mas é preciso preservá-las.

 

Vou reprisar aqui o texto de Eugene Peterson, relativo ao Sermão do Monte, pronunciado por Jesus, conforme escrito na sua versão da Bíblia entitulada “A Mensagem”: “As palavras que digo não são meros adendos ao seu estilo de vida, como a reforma de uma casa, que resulta em melhora de padrão. Elas são o próprio alicerce, a base de sua vida. Se vocês puserem essas palavras em prática, serão como pedreiros competentes, que constroem sua casa sobre a solidez da rocha. A chuva cai, o rio avança e o vento sopra forte, mas nada derruba aquela construção. Ela está fundamentada na rocha. Mas se vocês usarem minhas palavras apenas para fazer estudo bíblico, sem nunca aplicá-las à própria vida, não passarão de pedreiros tolos, que constroem sua casa sobre a areia da praia. Quando for atingida pela tempestade e pelas ondas, ela irá desmoronar como um castelo de areia.” (Mateus 7.24-27)

 

Que tempestades você tem enfrentado? A sua fundação é a apropriada? Ajuda você a resistir às tempestades? Se desejar conhecer ou relembrar as palavras de Jesus citadas no texto acima, vale a pena ler ou reler o Sermão do Monte e apreciar os ensinos de Jesus para nossa vida diária. Leia os capítulos de 5 a 7 de Mateus. Está tudo lá. Grande abraço, boa semana.

 

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