João 14.12-14: EM NOME DE JESUS

Digo-lhes a verdade:
— Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai. E eu farei o que vocês pedirem em meu nome, para que o Pai seja glorificado no Filho. O que vocês pedirem em meu nome, eu farei.

Toda vez que Jesus desejou curar alguém Sua vontade se realizou. Não conheço ninguém, em algum lugar da história, em que milagres assim têm ocorrido, que tenha semelhante poder.
Jamais alguém olhou para alguém como Jesus olhava. Jamais alguém tocou o corpo de outra pessoa como Jesus tocava. Jamais alguém pregou como Jesus pregava. Jamais alguém amou como Jesus amava.
No entanto, Jesus promete aos que crêem nEle que farão o que Ele fez. Na verdade, Jesus oferece um desafio: os que crêem nEle farão coisas maiores que Ele fez.
Além de um desafio, Jesus nos anima, ao prometer aos que crêem nEle que responderá positivamente a todos pedidos apresentados a Deus Pai por meio de oração feitas no nome dEle.
Quem, de nós aqui, já não desejou tomar um enfermo pela mão e levantá-lo, como Pedro fez (“Disse Pedro: ‘Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isto lhe dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, ande. Segurando-o pela mão direita, ajudou-o a levantar-se, e imediatamente os pés e os tornozelos do homem ficaram firmes” — Atos 3.6)? E para quem isto se tornou uma realidade?
Quantos de nós aqui ainda estamos à espera de uma resposta a oração feita com sinceridade e fé? Quantos não temos ouvido tão somente o silêncio de Deus, às vezes longo, longo demais?
Essas promessas podem trazer grande confusão, especialmente por causa daqueles que nos dizem que não recebemos o que pedimos porque não oramos com fé suficiente. Não oramos em nome de Jesus, segundo a orientação bíblica? A ausência de resposta gera incredulidade ou produz culpa.

CLARAS PROMESSAS

No entanto, as promessas de Jesus são claras.
Não temos como rasgá-las, como fazem alguns que ensinam que a promessa de fazer grandes coisas foi só para os apóstolos e já perderam o seu efeito. (A garantia bíblica é evidente por si mesma: “quantas forem as promessas feitas por Deus, tantas têm em Cristo o ‘sim’. Por isso, por meio dele, o ‘Amém’ é pronunciado por nós para a glória de Deus. Ora, é Deus que faz que nós e vocês permaneçamos firmes em Cristo. Ele nos ungiu, nos selou como sua propriedade e pôs o seu Espírito em nossos corações como garantia do que está por vir” — 2Coríntios 1.20-22.)
Não temos como fazer de contas que essas promessas não foram feitas, mesmo porque elas estão renovadas em outros textos, sob outras formas (como em Mateus 7.7-8; cf. Lucas Lucas 11.9-13 — “Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta.”)
Não podemos também banalizá-las, como os pregadores que simulam curas a torto e a direito, com hora marcada, em milagres agendados para cultos radiofônicos ou televisivos, em que pregam outro evangelho (Galatas 1.6).
Não podemos fazer uma lista de pedidos (como se fosse uma lista de supermercado) e coloca-las no colo de Deus como se Ele estivesse obrigado a atende-las só porque pedimos em nome de Jesus. O uso do nome de Jesus nada garante. Ao tempo do apóstolo Paulo “alguns judeus que andavam expulsando espíritos malignos tentaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre os endemoninhados, dizendo: ‘Em nome de Jesus, a quem Paulo prega, eu lhes ordeno que saiam!’ Os que estavam fazendo isso eram os sete filhos de Ceva, um dos chefes dos sacerdotes dos judeus” — Atos 19.13-14).

Só temos, portanto, um caminho: entender as promessas, preparados para as receber. Elas nos foram dadas, “grandiosas e preciosas”, para que, por elas, nós nos tornássemos “participantes da natureza divina” e fugíssemos “da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça” (2Pedro 1.4).

OBRAS MAIORES

Jesus promete que os que crêem nEle farão obras como Ele fez e garante a possibilidade de que algumas dessas obras sejam ainda maiores que as Suas.
As “obras” aqui mencionadas não são apenas milagres. Jesus usa a palavra num sentido amplo e não apenas para se referir a milagres. Diz ele, por exemplo:
“Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mateus 5.16).
“Veio o Filho do homem comendo e bebendo, e dizem: ‘Aí está um comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores’. Mas a sabedoria é comprovada pelas obras que a acompanham” (Mateus 11.19).
“Quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas por intermédio de Deus” (João 3.21).
“O Pai ama ao Filho e lhe mostra tudo o que faz. Sim, para admiração de vocês, ele lhe mostrará obras ainda maiores do que estas” (João 5.20. cf. ainda João 15.24, 17.4, entre tantas outras passagens)..
Que obras faremos?
O que pode ser maior do as obras que Jesus realizou?

Lembremo-nos que Jesus fez esta promessa com a finalidade de consolar os seus discípulos. Ele estava preparado e preparando seus discípulos. Jesus quis assegurar aos seus discípulos que sua ausência seria melhor que Sua presença, por causa do que fará na cruz e por causa do ministério do Espírito Santo.

1. A obra de Jesus se completou na cruz, quando bradou que tudo estava consumado. Depois da cruz, seria muito melhor ser cristão. A promessa se aplica plenamente aos cristãos de todos os tempos, a nós inclusive. Agora, por causa da cruz, nossos pecados são perdoados. Jesus se deixou matar voluntariamente na cruz, mas nenhum sacrifício tem o poder de perdoar os pecados das pessoas em qualquer lugar e em qualquer tempo. Com a cruz, entendemos o que é o perdão, coisa que Judas Iscariotes, por exemplo, não compreendeu. Agora, por causa da cruz, o evangelho pode ir além.
A história — parece querer dizer-nos Jesus — é dinâmica. Não precisamos repetir o que Ele fez. Não precisamos repetir o que os seus discípulos fizeram. As condições eram outras; as possibilidades são outras. Jesus, por  exemplo, pregou para multidões de, no máximo, sete mil pessoas ao mesmo tempo. O evangelista Billy Graham falou para um milhão de pessoas numa mesma reunião em Seul (Coréia, 1973). Antes da cruz, Jesus e seus discípulos não saíram da Palestina; depois da cruz, os missionários alcançaram o mundo, a partir do exemplo do apóstolo Paulo. Jesus não podia contar com nenhum recurso eletrônico, como imprensa (com seus jornais e livros), como amplificadores de som, como equipamentos de rádio e televisão, como computadores interligados no mundo inteiro. Nossas condições são muito melhores que as de Jesus. Jesus não tinha templo; nós temos. Não tinha Escola Bíblica; nós temos. Andava a pé, com uma vara na mão; nós dispomos de meios velozes de locomoção. Não podemos fazer mais do que fazemos? Este é o desafio que Ele nos põe com esta extraordinária promessa.
Ao tempo de Jesus, o evangelho ficou restrito aos judeus. Depois da cruz, o evangelho se tornou universal, no tempo e no espaço. Não há milagre maior que o alcance do evangelho ao longo da história. Não há milagre maior que um evangelho que é para todos, em todos os tempos, em todas as famílias, em todas as tribos, em todas as nações. Era preciso que Jesus partisse para que a imensa obra da evangelização mundial pudesse acontecer.

2. Era preciso que Jesus partisse para que o Espírito Santo se tornasse o Conselheiro. Embora sempre tenha estado presente na história, seu papel com Conselheiro (Parácleto) foi lançado com a partida de Jesus.
Integrado aos ministérios do Pai e de Jesus, era Ele quem iria aconselhar os necessitados. Por isto, Ele é o Consolador (ou conselheiro). É por Ele que a conversão a Jesus como Salvador e Senhor se dá. Jesus mesmo explica o ministério do Espírito Santo: “Eu lhes afirmo que é para o bem de vocês que eu vou. Se eu não for, o Conselheiro não virá para vocês; mas se eu for, eu o enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado, porque os homens não crêem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais; e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está condenado. Tenho ainda muito que lhes dizer, mas vocês não o podem suportar agora. Mas quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda a verdade. Não falará de si mesmo; falará apenas o que ouvir, e lhes anunciará o que está por vir” (João 16.7-13).
Não vemos o Espírito Santo mas é Ele quem nos convence de que somos pecadores e precisamos da cruz de Jesus. Não vemos o Espírito Santo mas é Ele quem enxuga dos nossos olhos as lágrimas, quando nos partem alguém querido (Apocalipse 7.17, 21.4). Não o vemos, mas é o Espírito Santo quem intercede ao Pai por nós quando oramos e canaliza nossos pedidos (Romanos 8.26). Não vemos o Espírito Santo mas é Ele quem nos enche do seu poder até à plenitude, para que vivamos com dignidade e alegria perante os homens e diante de Deus (Efesios 5.18).
Lamentavelmente, o Espírito Santo se tornou um pomo de discórdia. De um lado, espetaculariza-se a sua ação, real ou suposta; de outro, ignora-se o que Ele faz porque feito no silêncio da vida e no interior do coração.

. É no coração e a partir do coração que o Espírito Santo faz suas grandes obras, a primeira sendo a da conversão. Se você recebeu a Jesus como Salvador e Senhor, não foi por sua iniciativa. O Espírito Santo fez as coisas acontecerem, para que você tivesse a oportunidade de ouvir o Evangelho; foi Ele, contra o seu pensamento e o pensamento de seus amigos e parentes, que convenceu que você é o que você é: um tremendo pecador. Quando você reconhEceu o seu pecado e recebeu a Jesus, foi o Espírito Santo que pôs o selo de “salvo” no seu coração. “Quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados em Cristo com o Espírito Santo da promessa” (Efésios 1.13). Não há como ignorar a obra imensa do Espírito Santo, sem a qual nenhuma outra ação é possível. Neste sentido, a conversão é obra maior que a ressurreição de um morto.

. É o Espírito Santo quem educa o nosso temperamento e o nosso caráter. Quando deixamos que o Espírito Santo nos molde, nosso corpo muda, nossa igreja muda, nosso prédio muda, nossa rua muda, nosso bairro muda. A maior carência hoje no mundo e no nosso bairro é de pessoas cheias do Espírito Santo. Ser cheio do Espírito Santo é desejar o que Espírito Santo deseja. É reagir como o Espírito Santo reage. Ser cheio do Espírito Santo é estar compromisso numa vinda segundo os valores do Espírito Santo. Precisamos de crentes cheios do Espírito Santo, na igreja e fora da igreja.

. É o Espírito Santo quem nos torna pessoas cheias de compaixão. O Espírito Santo nos recorda, pela palavra do evangelho, que Jesus acalmou uma tempestade, que Jesus andou sobre as águas de um lago, que Jesus expulsou demônios, que Jesus fez cegos verem, paraplégicos andarem e surdos enscutarem, que Jesus fez mortos voltarem à vida. Ao mesmo tempo, o Espírito Santo nos ensina que “Jesus não irrompeu na história para demonstrar o Seu poder, mas para expressar o Seu amor”. De fato, “Jesus realizou milagres e ainda os realiza. No entanto, há algo ainda maior que milagres para o qual Deus nos chamou fazer. Ele nos chama a ser instrumentos de Seu amor para aquelas pessoas que necessiam experimentar o amor. E quando fazemos essas coisas, esses atos de amor são maiores que aquilo que Jesus fez quando caminhou sobre as águas”. (CAMPOLO, Tony. Doing Greater Things. Disponível em .) O verdadeiro poder do Espírito Santo é o amor do amor para com o outro. Este é o poder que devemos desejar.

. É o Espírito Santo que nos dá força para resistir ao mal que nos cerca. O meio ambiente
humano é podre.  Aqueles que receberam a Jesus como Salvador e Senhor têm uma identidade, atestada na Bíblia: “Ora, é Deus que faz que nós e vocês permaneçamos firmes em Cristo. Ele nos ungiu, nos selou como sua propriedade e pôs o seu Espírito em nossos corações como garantia do que está por vir” (2Coríntios 1.21-22). No ínterim da vida humana, nós somos este meio ambiente humano. Só ficamos firmes pelo poder do Espírito Santo; por nós mesmos, nosso prazer é a lama. É o Espírito Santo que nos faz entender o que lemos na Palavra de Deus: “Como filhos obedientes, não se deixem amoldar pelos maus desejos de outrora, quando viviam na ignorância. Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: ‘Sejam santos, porque eu sou santo'” (1Pedro 1.14-16).

Fazer obras maiores que as que Jesus fez não é competir com Ele. Não dá para competir com Jesus. Ele curou por seu próprio poder. Ao longo da história tem havido curas, até hoje inclusive, mas nenhuma cura acontece por causa do poder de uma pessoa, senão pelo poder de Jesus.
Não precisamos bater recorde sobre recorde de obras espirituais, como faz Yelena Isinbayeva no salto com vara. Ao ir para o céu, Jesus nos disponibiliza mais poder agora através do Espírito Santo, não o poder de fazer coisas, mas o poder para nos tornarmos anunciadores do evangelho sempre, com palavras e testemunhos, poder para sermos moldados no temperamento e no caráter, poder para sermos compassivos, poder para viver num mundo sem sermos contaminados pelo seu mal.
Quando a obra do Espírito Santo for plena em nós, a promessa de Jesus se cumprirá e faremos obras maiores que Ele fez.

PEDIDOS DEVIDOS
A segunda promessa está vinculada à primeira. As “obras maiores” devem ser feitas em nome de Jesus ou, na verdade, por Jesus.

Imaginemos uma partida de futebol. Debaixo das metas, está o goleiro, homem temente a Deus que, antes do jogo começar, orou assim:
— Senhor, abençoa-me hoje de modo que eu não leve nenhum gol. Prometo que toda a glória será para ti. Em nome de Jesus, amém.
No time adversário, o artilheiro também é um homem temente a Deus, que há várias rodadas não faz um gol e está ameaçado de ir para a reserva. Antes do jogo, recolheu-se a um canto e fez uma silenciosa oração:
— Senhor, abençoa-me hoje, de modo que eu faça gols que levem meu time à vitória. Não permita que teu servo seja envergonhado. Em nome de Jesus, amém.

Essas orações, neste campo e em outros campos, são feitas com confiança e fé todos os dias, em nome de Jesus.
Este cenário nos ajuda a entender a beleza desta promessa, repetida em outros lugares do Novo Testamento.
 

GARANTIAS BÍBLICAS

A segunda promessa está vinculada à primeira. As “obras maiores” devem ser feitas em nome de Jesus ou, na verdade, por Jesus.

Encontramos esta promessa em outras partes do Novo Testamento.

Jesus mesmo garante:

“Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta” (Mateus 7.7-8).

Na única vez em que falou explicitamente sobre a igreja, Jesus disse:

. “Também lhes digo que se dois de vocês concordarem na terra em qualquer assunto sobre o qual pedirem, isso lhes será feito por meu Pai que está nos céus. Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles”. (Mateus 18.19-20).

Ensinando aos seus discípulos, lembrou-lhes:

. “Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome” (João 15.16).

Ao preparar seus discípulos diante de sua partida próxima, Jesus lhes diz, referindo-se à Sua volta:

“Assim acontece com vocês: agora é hora de tristeza para vocês, mas eu os verei outra vez, e vocês se alegrarão, e ninguém lhes tirará essa alegria. Naquele dia vocês não me perguntarão mais nada. Eu lhes asseguro que meu Pai lhes dará tudo o que pedirem em meu nome. Até agora vocês não pediram nada em meu nome [porque ainda estou com vocês]. Peçam e receberão, para que a alegria de vocês seja completa” (João 16.22-24)

Em função disto, a prática de oração dos apóstolos sempre incluía um “em nome de Jesus”.

O apóstolo Paulo afirma, cheio de fé:

“O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus” (Filipenses 4.19).

Tiago é bem enfático:

“Entre vocês há alguém que está doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja, para que estes orem sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor [isto é: em nome do Senhor Jesus Cristo]. A oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará. E se houver cometido pecados [e se arrepender e orar pedindo perdão], ele será perdoado” (Tiago 5.14-15).

No entanto, quantas vezes oramos em nome de Jesus e não aconteceu como esperávamos! Quando me preparava para pregar sobre este assunto, recebi um telefone de uma mãe aflita, temerosa de que sua filha precisasse fazer uma cirurgia. Ela confiava que não seria necessário porque estava orando pela cura da garota.

Precisamos compreender o que a promessa nos oferece.

EQUÍVOCOS EM NOME DE JESUS
1. Alguns tomam a expressão “em nome de Jesus” como sendo uma fórmula. Assim, uma oração jamais será ouvida por Deus se não for feita em nome de Jesus. Orar é saber a fórmula. Esta é a única condição para ser atendido: orar da forma correta. “Em nome de Jesus” é uma forma de se terminar uma oração.

2. Outros pensam-na como uma ordem que damos. Reproduzo um curso ministrado por um pregador brasileiro contemporâneo.

“Há de se levantar um grupo de pessoas conscientes de seus direitos e princípios em Cristo, que mostrarão ao mundo que há uma diferença entre o que serve ao Senhor e o ímpio. Não precisamos pedir a bênção e sim determinar, exigir, mandar, ou seja: tomar posse daquilo que aprendemos pela Palavra que nos pertence. (…)
A partir de agora, não precisamos mais orar pedindo a cura, a prosperidade ou a vitória sobre as tentações. Mas, determinar ou exigir que o mal saia da nossa vida. (…)
Determinar é marcar tempo, fixar, definir, prescrever, ordenar, estabelecer, decretar e decidir. Quantas pessoas passam o tempo todo sofrendo, enquanto oram pedindo a Deus que as cure, solucione os seus problemas, salve os pecadores e faça uma porção de coisas? Não sabem que na verdade é o Senhor que tem estado o tempo todo esperando que elas determinassem para que Ele pudesse fazer a obra.
(…) Determinar não é ordenar a Deus e sim ao diabo que tire de nós suas garras e desapareça de nossas vidas, de nosso dinheiro e de nossas famílias. Determinar é obedecer ao Senhor. Quando agimos assim, descobrimos que este é o modo de fazer o inimigo nos obedecer. Quando determinamos em o Nome de Jesus, o poder de Deus entra em ação realizando aquilo que queremos.
(…) Se você determinar em o Nome de Jesus, você pode estar certo de que a sua ordem não falhará.
(…) Agora que você sabe que é você quem determina, quem fixa os limites, quem diz o que terá ou não, pare de orar chorando, de se lamentar, suplicando que Deus, na Sua bondade, lembre-se de você. Comece a se alegrar na presença do Altíssimo. Ore, sim, não para mendigar a bênção, mas para agradecer por ela, para dizer ao Senhor quão feliz você se encontra ao saber que tudo o que você determinar Ele mesmo fará por você.
Agora é como se Deus estivesse lhe mostrando as suas reais possibilidades nEle. É exatamente isto que Ele está fazendo. Você é de Deus, recriado em Cristo Jesus para o sucesso, para uma vida plena, para determinar o que quiser e vencer”. (SOARES, R.R. Determinação (Curso Fé). Disponível em

3. Diante do fato concreto que alguns oram em nome de Jesus e não recebem o que pediram, há quem culpe o orante. A acusação é clara: “se você orou em nome de Jesus e não recebeu, é porque não teve fé suficiente. Ore com mais fé. Faça prova de Deus. Jejue, que Deus vai ouvir você”.

ALÉM DAS SEDUÇÕES

Segundo estas equivocadas e pagãs perspectivas, Deus está obrigado a atender a quem ora a Ele “em nome de Jesus”. O ensino é sedutor, mas será esta a promessa de Jesus?

1. Lembremos que os pagãos crêem que se soubermos o nome secreto dos seus deuses e os invocarmos da forma correta, nós alcançaremos o que desejamos. Em religiões antigas e modernas, esses segredos são reservados apenas a elite sacerdotal que obteve o privilegio de conhecer os mistérios da religião. (Cf.  DEWAAY, Bob. Greater Works than These. Disponível em .) Por isto, fala-se em oração forte, proferida por um pastor ou por um missionário ou por um profeta ou profetisa. O nome de Jesus não é uma fórmula, do tipo “abra-cadabra” ou “abre-te, Sésamo”. Antes, é uma disposição do coração.

2. Mais ainda: tenhamos em mente que, em todas as 21 vezes que o verbo determinar aparece no Novo Testamento, em nenhuma associada à oração. “Orar é pedir e não determinar. O crente é servo e ora ao Seu Senhor. A atitude correta é de reconhecimento da superioridade divina e da completa dependência do crente. Além disso, o crente deve sempre ter em mente que não merece nenhuma bênção do Senhor e não tem nenhum direito a reivindicar. Tudo que recebe, é por pura graça e misericórdia de Deus. Logo, seria no mínimo insolência aproximar-se de Deus para dar ordens ou determinar a bênção. Deve sim, pedir confiando que Deus, em Sua infinita bondade, irá atendê-lo, não porque tenha ordenado ou tenha direito, mas porque o faz com fé em Cristo” e tão-somente confiado nos méritos de Jesus na cruz. (Cf. GONÇALVES, Clóvis. Pedir ou determinar. Disponível em . ) Nossa oração só pode ser a de um mendigo: tenha misericórdia de mim (como orou o cego de Jericó — cf. Lucas 18.38 — e a mulher estrangeira — cf. Mateus 15.22).
O apóstolo Paulo, no contexto da salvação, escreveu: “E então, que diremos? Acaso Deus é injusto? De maneira nenhuma! Pois ele diz a Moisés: ‘Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão” [Êxodo 33.19]. Portanto, isso não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus” (Romanos 9.14-16).
Quando seu amigo Epafrodito teve uma doença que quase lhe tirou a vida, Paulo reconhece: “Deus teve misericórdia dele, e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza” (Filipenses 2.27).
O conselho do autor aos Hebreus é solene: “Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade” (Hebreus 4.16).
Oração tem a ver com submissão, jamais com determinação, uma doutrina que Jesus não praticou, uma prática que os apóstolos não ensinaram. Em nenhum momento, somos ensinados na Bíblia que temos que determinar algo a Satanás. Não devemos nos comunicar com ele, exceto para expulsá-lo da vida de alguém. Nossa oração, também neste caso, é ao Pai em nome de Jesus e a ninguém mais. Todas as vezes que Jesus se dirigiu a Satanás foi para libertar pessoas das suas garras, foi para resgatá-las, e Ele o fez em Seu próprio nome e no poder de Deus. Nossa missão é a mesma: chamar “em nome de Jesus” os pecadores ao arrependimento para que sejam salvos “em nome de Jesus”. Sobre os salvos, Satanás não tem poder; logo, não lhe precisamos dar qualquer ordem. Na cruz Jesus já o nocauteou. Ele tenta se levantar mas logo sua derrota será por todos conhecida. Sim, “em breve o Deus da paz esmagará Satanás debaixo dos pés de vocês” (Romanos 16.20a).
Cristãos, não apequenemos a cruz; não engrandeçamos Satanás. Precisamos dessatanizar o cristianismo. Uma doença, de ordem física ou emocional, não é uma atuação direta de Satanás, mas decorre de alguma lei da natureza, conhecida ou não. Uma doença, por exemplo, deve ser enfrentada com ações concretas, que incluem em primeiro lugar a oração “em nome de Jesus”. Um desemprego, por exemplo, não é uma produção direta de Satanás, mas uma conseqüência da injustiça no mundo. O desemprego deve ser combatido, no plano geral, com a busca pela justiça no mundo, celebrada “em nome de Jesus” e, no plano particular, com inteligência, estudo e dedicação e com oração “em nome de Jesus”.

3. No caso da responsabilização do orante por sua intercessão não atendida, desvia-se o foco de Deus, passando-o para o ser humano. O resultado é culpa: “o que fiz de errado, para que Deus não me respondesse; será que não mereço. O resultado é comparação: por os outros são abençoados e eu não sou. O que está de errado em mim?” Além disto, Deus é um ser menor, sem vontade, amarrado a orações eficientes, regadas a sacrifícios e jejuns. Deus não está obrigado a nos atender aos desejos, que, muitas vezes, não passam de caprichos. Se não recebemos não é por falta de fé ou por escassez de santidade.
Quando oramos, Deus não olha para a nossa conta-corrente para ver como estamos. Se tivermos com crédito, Ele nos atende. Se tivermos devendo, Ele nos castiga e nos faz esperar, para que produzamos mais frutos de justiça, mais jejuns; então, quando merecermos, então, Deus vai recolher sua palmatória contra nós e nos atender. Se fosse assim, quem de nós teria uma oração respondida? Deus nos atende por sua misericórdia, não por nossos sacrifícios. Graças a Deus, não é assim. A bênção maior que é a salvação veio até nós por iniciativa de Deus e ainda estávamos mortos em nossos delitos e pecados (Efésios 2.5). Não fizemos por onde merecer a salvação. Nada fazemos para merecer a bênção; bênção é graça, presente, dádiva, bondade. Bênção não se recebe no balcão de negócios da fé. Não é contribuindo mais, financeiramente falando, que receberemos mais. Não podemos comprar as bênçãos de Deus. Contribuímos porque reconhecemos que o que recebemos recebemos da mão de Deus. Não é louvando mais que receberemos mais. Quando queremos receber algo de alguém, nós o elogiamos, embora até não gostemos dele. Deus não se deixa enganar. Louvamos, às vezes com cantos banhados de lágrimas, por causa da graça derramada em nós, enchendo nossos corações de alegria e renovada em fé.

Como aprendemos lendo a Bíblia, o nome de Jesus é mais que o nome de Jesus. É Jesus mesmo. Ao tempo da Bíblia, o nome de uma pessoa era uma pessoa. Ilustra esta síntese a pergunta que os críticos de Pedro e João lhe fizeram, quando curaram um deficiente físico:
— Com que poder ou em nome de quem vocês fizeram isso?
A firme resposta de Pedro, cheio do Espírito Santo, foi:
— Por meio do nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem os senhores crucificaram, mas a quem Deus ressuscitou dos mortos, este homem está aí curado diante dos senhores. Este Jesus é ” ‘a pedra que vocês, construtores, rejeitaram, e que se tornou a pedra angular’. Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos. (Atos 4.10-12)
Há uma cura feita pelos apóstolos de Jerusalém, explicada pelo próprio por Pedro nos seguintes e esclarecedores termos:
“Apegando-se o mendigo a Pedro e João, todo o povo ficou maravilhado e correu até eles, ao lugar chamado Pórtico de Salomão. Vendo isso, Pedro lhes disse:
— Israelitas, por que isto os surpreende? Por que vocês estão olhando para nós, como se tivéssemos feito este homem andar por nosso próprio poder ou piedade? (…) Pela fé no nome de Jesus, o Nome curou este homem que vocês vêem e conhecem. A fé que vem por meio dele [isto é: a fé que vem por meio de Jesus] lhe deu esta saúde perfeita, como todos podem ver”. (Atos 3.11-12, 16)
A resposta à oração tem um foco: aquele que a responde (Jesus), não aquele a faz (o orante).
O nome, portanto, é a própria pessoa. Quando Paulo diz que ao nome de Jesus vai se dobrar todo o joelho (Filipenses 2.9-11), Paulo diz que todos os joelhos vão se curvar diante de Jesus. Entendendo este sentido, entendemos porque muitos têm seus nomes mudados quando têm uma experiência profunda de fé, como Abrão (pai exaltado), Jacó (suplantador), Simão (aquele que ouve) e Saulo (pedido por), por exemplo, que se tornam Abraão (pai de uma multidão), Israel (príncipe de Deus), Pedro (rocha) e Paulo (pequeno). O nome de Jesus não tem, portanto, nada a ver com magia.

COMO DEVEMOS ORAR, ENTÃO?

Devemos, pois, orar em nome de Jesus.

1. Quando oramos em nome de Jesus, oramos confiados na autoridade de Jesus, autoridade que só Ele tem e que lhe foi dada aqui e no céu (Mateus 28.18).
Não nos fundamos em nossa capacidade de nos expressar diante de Deus, mas na autoridade de Jesus, à qual ninguém pode contestar. Não nos baseamos em nossos méritos, mas na excelência de Jesus, que vemos por inteiro na cruz. Não fazemos uso de algum direito que porventura tenhamos, mas na misericórdia de Jesus, que alcança a todo aquele que crê nEle.
Toda oração se dá no compasso da autoridade de Jesus. Vivemos sob esse gracioso diapasão. “Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu domínio, ele [Jesus] transformará os nossos corpos humilhados, tornando-os semelhantes ao seu corpo glorioso” (Filipenses 3.21).

2. Quando oramos em nome de Jesus, oramos desejosos de sintonizar a nossa vontade com a vontade de Deus, que é sempre boa, agradável e perfeita (Romanos 12.2).
É assim que Jesus orava, ao desejar que Deus fizesse a sua vontade (Mateus 6.10). Na hora da morte, desejou que a vontade do Pai prevalecesse, não a sua de viver: “Meu Pai, se não for possível afastar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade” (Mateus 26.42). O apóstolo Paulo nos ensina que Deus “sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus” (Romanos 8.27). Deus responde as orações que estejam em sintonia com a Sua vontade.

3. Quando oramos em nome de Jesus, oramos apresentando as nossas necessidades, não os nossos desejos. A promessa é de que Deus supre as nossas necessidades, não os nossos desejos, entendidos como deleites ou prazeres. Olha que dura, mas verdadeira palavra: “Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres” (Tiago 4.3). Dou graças a Deus por não ter respondido a algumas de minhas orações. Quando eu era seminarista, concorri à presidência do Centro Acadêmico; Deus não me ouviu e eu perdi. Pouco tempo depois, tive que fazer duas cirurgias no ouvido esquerdo, estes em que as pessoas teimam em cochichar. Fiquei fora de combate por alguns meses, mal conseguindo ir às aulas. Minha vitória seria uma derrota, mas eu só o saberia algum tempo depois. Sempre confundimos necessidade com desejo. Quando oramos, não somos consumidores no shopping diante de produtos que brilham como necessidades (de serem compradas) diante de nossos cúpidos olhares. O que Deus nos ensina por Sua Palavra é que o nós pedirmos e que for realmente para o nosso bem, receberemos.
Posso imaginar algumas objeções a esta orientação. Dirá alguém: nosso irmão está injustamente preso. É uma necessidade que ele seja libertado? Sem dúvida, é
Informará outro: nosso filho está desempregado. É uma necessidade que ele encontre um trabalho? Sem dúvida, é. No entanto, quem garante aquele determinado emprego, para o qual não foi admitido ou aquele concurso no qual não foi aprovado, era o melhor para a sua vida? Quem garante que é hoje o tempo melhor para se tirado do desemprego?
Questionará outro mais: nosso parente está enfermos. É uma necessidade que ele fique bom? Sem dúvida, é, mas a maior necessidade é que este enfermo experimente a graça de Deus, com ou sem espinho na carne, passando-lhe Deus ou não o cálice amargo posto sobre a mesa da sua vida. A saúde é uma bênção temporária; a graça de Deus é uma bênção para sempre.
Gostamos muito de ler o canto esperançoso do apóstolo Paulo: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4.13). Quando lemos todo o parágrafo, notamos que Paulo fala de um Deus que supre em meio às dificuldades; é como se dissesse: em minhas necessidades, posso ser suprido em tudo por aquele [Jesus Cristo] que me fortalece. Depositemos nossas necessidades ao pé da cruz, que elas serão satisfeitas uma a uma, segundo a vontade de Deus, que tem conteúdo e calendário.

4. Quando oramos em nome de Jesus, estamos nos dispondo  a receber bênçãos que não só contribuam para o nosso bem, mas sirvam para levar outras pessoas à experiência do amor de Deus. Este é o sentido da palavra de Deus quando se defrontou com o cego, não atribuiu a doença a nenhuma causa, mas a Sua ação de cura respondeu a um objetivo: servir para dar glória a Deus (João 9.3). Tudo o que Jesus fez visou sempre a glória de Deus. Tudo o que o cristão faz, inclusive seu pedido a Ele dirigido, deve visar a glória de Deus. Estamos dispostos a pagar um preço para que a glória de Deus seja vista? Quando oramos, bebemos, comemos, trabalhamos, fazemos tudo para a glória de Deus? (1Corintios 10.31)

CONCLUSÃO

Não ore como fosse Deus (determinando, comandando). Ore “em nome de Jesus”, como filho de Deus que você é (pedindo, confiando). Não ore como se tivesse algum direito diante de Deus, mas ore sabendo que você é limitado em sua compreensão das coisas, não sabe pedir como convém porque não conhece o futuro e nem mesmo o presente, na certeza doce que Deus é soberano, sábio e misericordioso.
Não ore achando que não vai receber. Ore esperando no poder de Deus. Não ore achando que vai ter que receber, porque orou “em nome de Jesus”. Ore esperando no poder de Deus. Não confie no poder de uma pessoa humana, mas no poder de Deus.
Não ore achando que será culpado se não receber. Confie que a vontade de Deus, seja qual for, é perfeita, boa e agradável. “Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a vontade de Deus, ele nos ouvirá” (1João 5.14).
Não ore como se fosse um negociador, que parece ceder para obter o melhor para o seu lado e que elogia o outro para obter a simpatia dele, mas como alguém que entrega tudo, mesmo que não venha a obter nada, na crente convicção de que a graça de Jesus é melhor do que a própria vida (repetindo: a graça de Deus, que é eterna, tem mais valor que a nossa vida (Salmo 63.3).
Não ore como quem se associa a Jesus pelas promessas que fez como quem de fato crê nEle como Senhor e Salvador e quer viver uma vida digna do nome dEle. Por isto, tudo o que você fizer, seja em palavra ou em ação, faça-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dEle graças a Deus Pai (Colossenses 3.17).

Ore como quem foi lavado, santificado e justificado “no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus” (1Corintios 6.11).
Ore como quem não se embriaga com vinho, que leva à libertinagem, mas se deixa encher pelo Espírito, falando uns com os outros “com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor, dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Efesios 5.18-20).
Ore como quem crê “no nome de seu Filho Jesus Cristo”, amando-nos uns aos outros, como ele ordenou, porque “os que obedecem aos seus mandamentos nele permanecem, e ele neles. Do seguinte modo sabemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu” (1João 3.23-24).

ISRAEL BELO DE AZEVEDO