A oração é uma ilha num arquipélago de ideais.
O ideal é que oremos sem cessar. (Mas somos cercados pela pressa, pelos ruídos, pelas seduções.)
O ideal é que a oração seja um jeito de viver, não de pedir coisas. (Mas, infelizmente, precisamos sofrer para aprender as coisas básicas da vida, as quais pedimos, quando não desesperamos.)
O ideal é que levemos tudo a Deus em oração. (Mas só levamos os problemas que não conseguirmos solucionar).
O ideal é que só decidamos depois de orar. (Mas decidimos, às vezes, errado, e esperamos que Deus conserte o que estragamos.)
O ideal é que a oração seja companheira da leitura da Bíblia. (Mas não percebemos que a Bíblia é o livro da oração e um livro de orações.)
O ideal é que a nossa oração esteja em sintonia com o nosso caráter. (Mas nos escudamos na graça de Jesus e tocamos as nossas vidas como se não orássemos.)
O ideal é que as necessidades do(s) outro(s) sejam o centro de nosso interesse em orar. (Se tivermos oportunidade, oraremos por nós mesmos também.)
O ideal é que, junto com a intercessão, a gratidão ocupe mais espaço em nossas orações. (Mas: quem somos se não bebês esperando o leito materno?)
O ideal é que a oração nos molde. (Mas preferimos mudar a vontade de Deus com os nossos desejos.)
Que fazer para que os ideais da oração se realizem?
Leiamos e meditemos nas orações da Bíblia, nossa melhor escola.
Reflitamos sobre nossos compromissos, de modo a firmarmos mais um: orar todos os dias por minutos cada vez mais crescentes.
Olhemos para dentro do nossos corações, para ver se ainda somos egoístas.
Pensemos nas decisões que tomamos (namorar, casar, comprar, estudar, vender, viajar, concursar): quantas tiveram a oração como companheira.
Analisemos nossas leituras da Bíblia: o que a oração tem ver com elas? E vice-versa.
Inventariemos nossas orações para ver quantas visam o bem do(s) próximo(s) e quantas o nosso próprio bem?
Contemos os minutos de nossas orações: que espaço a gratidão ocupa nelas?
Se a oração é uma ilha num arquipélago de ideais, ela pode ser minúscula ou grande, relevante ou descartável.
Na verdade, o tamanho e a relevância da oração em nossas vidas dependerão do valor que lhe damos. Na verdade, o tamanho e a relevância da oração em nossas vidas dependerão do lugar que, realmente (além das intenções), damos a Deus.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO