ISRAEL BELO DE AZEVEDO
“Quem dera fossem firmados os meus caminhos na obediência aos teus decretos” (Salmo 119.5).
1
AMAR A JESUS
Lemos em João 14.15 a seguinte e desafiadora declaração de Jesus: “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos”.
O que esta declaração nos diz?
Parece claro que o seu significado é o seguinte: nosso amor por Jesus não é feito só de palavras, porque exige obediência aos mandamentos de Jesus e obediência é uma decisão acompanhada por um conjunto permanente de atitudes.
Se é isto, precisamos considerar ainda três perguntas centrais, que outras declarações de Jesus esclarecem, tornando maior o desafio diante de nós. E aqui precisamos nos lembrar de um princípio essencial, quando lemos as Escrituras. Não podemos nenhuma decisão com base numa declaração bíblica que não entendemos. Precisams entender o que significa este texto. Precisamos, então, continuar lendo a Bíblia e continuar fazendo perguntas que nos ajudem a entende-la e a viver. Perguntemos:
1. O que é amar a Jesus?
A pergunta é importante porque todos nos dizemos pessoas que amamos a Jesus. Entre os que dizem amar a Jesus há os que não amam. Eu preciso me perguntar, então, se amo mesmo a Jesus.
Preciso me dedicar a ouvir Jesus dizer:
— Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também amarei e me revelarei a ele (João 14.21).
— Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele. Aquele que não me ama não obedece às minhas palavras. Estas palavras que vocês estão ouvindo não são minhas; são de meu Pai que me enviou (João 14.23-24).
2. Quais são os mandamentos de Jesus?
A conversa precisa seguir para sermos esclarecidos. Se eu digo que amo a Jesus, dou provas deste amor obedecendo aos mandamentos de Jesus. O verbo obedecer demanda um objeto. Um objeto está claro: precisamos obedecer a quem? A Jesus. Mas o verbo pede outro complemento. Obedecer a que? A resposta é evidente: aos mandamentos de Jesus. Então, precisamos conhecer esses mandamentos. Jesus mesmo diz que o meu mandamento é este:
— Amem-se uns aos outros como eu os amei (João 15.12b)
3. O que é obedecer a Jesus?
Vamos chegando ao centro existencial do amor a Jesus. A síntese que Ele nos oferece é desafiadora:
— Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço (João 15.10).
Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno (João 15.14).
Numa palavra, obedecer às suas ordens.
Estas afirmações nos colocam outras perguntas, especialmente no contexto da desejada autonomia do ser humano. Se ser cristão é obedecer a Cristo, um homem autenticamente humano não pode ser cristão, já que precisa viver segundo os ditames da (sua) razão, não da razão de ninguém. A crítica é obvia: um cristão é uma pessoa de segunda classe, que não pensa por si mesmo
Por outro lado, essas declarações parecem condicionar o amor de Jesus para conosco ao nosso amor por Ele. A conseqüência é, no plano da oração, que nós determinamos — com nossa (in)fidelidade — o padrão de sua resposta. Se somos obedientes, consegumos tudo. Se não estamos conseguindo, é porque não somos obedientes. Está aberta a porta para o legalismo, segundo o qual nós merecemos ser abençoados em função daquilo que fazemos. Numa só frase: Deus só abençoa a quem guarda os seus mandamento, pois Ele só ama a quem O ama
Retomo, então, antes de prosseguir algumas afirmações já deixadas aqui.
Amar a Jesus não é algo que se faça só com palavras, porque exige obediência aos mandamentos de Jesus e obediência é uma decisão acompanhada por um conjunto permanente de atitudes. Logo, vem a pergunta: amamos mesmo a Jesus?
Amar a Jesus não é verbo que todos conjuguem. Há pessoas que não amam a Jesus, embora possam até dize-lo.
Amar a Jesus é obedecer a Jesus, lendo os seus mandamentos e buscando pôr em prática o que Ele nos ordena. Obedecer a Jesus é “aceitar totalmente seu modo de vida como o nosso modo de vida. Então, e só então, poderemos experimentar como o jugo é suave e como o fardo é leve”. (Dallas Willard)
Amar a Jesus é ama-lo amando as pessoas que nos cercam, as boas e as más. Amar o outro é amar os que fazem parte de nossa família, mesmo aqueles que nos pisam no calcanhar, e aqueles que não fazem parte da nossa família, com os quais vamos nos (des)encontrando ao longo da vida. Amar o outro é amar os que fazem parte da nossa igreja, mesmo aqueles que não nos parecem simpáticos, e aqueles que, segundo nossa avaliação, sequer dão um bom testemunho de cristãos, e também aqueles que não fazem parte da nossa igreja, não crêem como nós cremos e que até mesmo não crêem.
É isto que Ele pede aos seus amigos. Queremos ser mesmos amigos de Jesus?
2
SERVOS, DISCÍPULOS, AMIGOS
Retomemos as declarações de Jesus sobre amor e obediência:
— “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos” (João 14.15)
— “Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também amarei e me revelarei a ele” (João 14.21).
— “Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele. Aquele que não me ama não obedece às minhas palavras. Estas palavras que vocês estão ouvindo não são minhas; são de meu Pai que me enviou” (João 14.23-24).
— “Amem-se uns aos outros como eu os amei” (João 15.12b).
— “Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço” (João 15.10).
— “Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno” (João 15.14).
Enquanto preparava esta mensagem, travei um diálogo eletrônico com um de nossos irmãos, em que ele escreveu (conforme a seleção que fiz):
“Atualmente as pessoas apresentam Deus quase que exclusivamente pelo seu amor, ao ponto de excluírem quaisquer obrigações nossas diante de Deus. Vejo isto, em alguns cristãos e me adiciono ao grupo para não ser injusto. Nas músicas, pregações. Hoje em dia tenho ouvido uma frase que esta me incomodando muito:
— Você é batista, tudo bem, você não é radical como outros.
Aí, penso, que diferença estou fazendo se não sou diferente? Oonde estou errando? Tem me incomodado “não fazer a diferença”. Olho e vejo que algumas atitudes simples me levam ao erro, aceitando, por exemplo, a atitude do outro (cristão ou não) em ações que vão contra ao que a Bíblia prega. Digo a Bíblia, pois, não posso tomar como base a mim mesmo, pois, certamente estaria caindo em minhas próprias verdades que muitas vezes a Palavra de Deus bate de frente.
A partir do que vejo em mim e em outros cristãos, vejo que a peseguição à Igreja mudou. Antes eramos caçados, agora somos conduzidos para concordar com o mundo. É uma caçada mais sutil e bem mais agressiva. Só que “parece ser” menor dolorosa, mas se, de fato, pararmos e adentrarmos na palavra de Deus, veremos que é tão dolorosa quanto as persiguições anteriores.
Afinal, se Deus se sacrificou por nós, será que Ele não nos cobra nada? Será que Ele tem que aceitar a tudo? Uma coisa é eu pecar, reconhecer, pedir perdão e evitar cometer o erro; outra coisa é eu errar e saber que Deus me perdoa de qualquer forma.
Quero fazer a diferença. Quero ser visto como cristão que segue o lider Jesus e não mais um cristão por ser”. (JIA)
O contraste entre as palavras de Jesus e as nossas práticas, denunciadas tão firmente por nosso irmão, é evidente. Não encontramos na boca de nosso Mestre a idéia de um Deus que ama incondicionalmente e que não pede nada. Nosso irmão está certo em sua preocupação, porque na Bíblia não encontramos esse Deus que não exige nada de nós e faz que não vê o nosso pecado. Deus é sério. É também por isto que nos deixou tantos mandamentos.
A diferença é que esses mandamentos devem ser vivenciados por causa do amor a Deus, não por causa das conseqüências da desobediência. Esta é uma das diferenças entre o Antigo e o Novo Testamento.
A graça, como aprendemos no Novo Testamento, não me libera para fazer o que EU acho certo, mas me convida a fazer o que DEUS diz que é certo.
Os mandamentos a que Jesus se refere são os absolutos de Deus para as nossas vidas.
Em certo sentido, não há nenhuma diferença entre alguns cristãos e algumas pessoas que não crêem em Jesus como Salvador e Senhor. Para ambos, se ser cristão é obedecer a Cristo, uma pessoa autenticamente humana não pode ser cristã, já que precisa viver segundo os ditames da (sua) razão, não da razão de ninguém. A crítica é óbvia: um cristão é uma pessoa de segunda classe, que não pensa por si mesmo. Há cristãos que não querem ser cidadãos de segundo classe aos olhos dos homens sem Deus.
OBJEÇÕES Á OBEDIENCIA
Consideremos a objeção à obediência aos mandamentos de Jesus.
Externamente à fé cristã, afirma-se que uma pessoa, no uso de sua razão, não pode obedecer a nada e a ninguém, se não à sua própria razão. Não há mandamento a ser seguido, portanto. Diante das possibilidades, devemos examinar, à luz do que pensamos, e agir. Não pode haver qualquer Fonte de autoridade externa.
Interna e marginalmente à fé cristã, vive-se que devemos seguir aquilo que achamos certo. É comum ouvirmos que devemos seguir o nosso coração. Devemos fazer o que ele mandar. Chegam alguns a dizer que Deus não permitirá desejar o que não for bom para nós.
Respondo com três afirmativas.
A obediência que vem do nosso amor-resposta a Deus não nos despersonaliza. Antes, ela nos realiza.
A obediência que vem da confiança em Deus não nos paralisa. Antes, ela nos dinamiza.
A obediência que vem do reconhecimento da sabedoria, soberania e misericórida de Deus, não nos idiotiza. Antes, ela nos autonomiza.
Explicitemos uma a uma, sinteticamente.
1. A obediência que vem do nosso amor-resposta a Deus não nos despersonaliza. Antes, ela nos realiza.
Jesus usa três expressões para definir nosso relacionamento com ele: servo, discípulo e amigo.
Do ponto de vista de Jesus, são palavras sinônimas. Do ponto de vista humano, são palavras que denotam uma ascensão. Começamos como SERVOS (Jesus é o nosso Senhor), tornamo-nos DISCÍPULOS (Jesus é o nosso Mestre), para chegarmos a ser AMIGOS (Jesus é Deus Conosco). Há um
Nosso modelo é o relacionamento de Jesus com o Pai. Ele recebia ordens do Pai, mas estavam em tal sintonia que não lhe vinham como imposições. Ele mesmo abriu mão de sua divindade (Filipenses 2.5) como parte do projeto da Trindade. Quando entrou em agonia, triste com a morte que afinal se prenunciava, buscou a vontade do Pai, recebendo-a como Sua vontade. A morte era um fardo; a obediência, não.
Não temos como ser amigos de Jesus, se não somos discípulos e servos.
2. A obediência que vem da confiança em Deus não nos paralisa. Antes, ela nos dinamiza.
Sugiro uma imagem para aclarar este conceito.
Imaginemos um filho caminhando com seu pai, de mãos dadas por uma praia. O filho não se preocupa com pedras adiante ou com ondas ao fundo. Ele confia que seu pai o livrará. Assim, quando, sem que perceba, seu pai o puxa, o filho não resiste. Ele confia que seu pai está fazendo o melhor, mesmo que não entenda.
3. A obediência que vem do reconhecimento da sabedoria, soberania e misericórida de Deus, não nos idiotiza. Antes, ela nos autonomiza.
O homem está sempre em busca da autonomia, isto é, do auto-governo, achando o que é melhor para si. Neste processo, o homem acaba escravo de algum tipo de heteronomia, tornando-se seguir de um líder, de uma idéia ou de uma prática que lhe é sugerida ou mesmo imposta. Somos convidados a uma terceira via: a teonomia, que é respeitosa. Quem vive a teonomia reconhece que não pode guiar-se a mesmo e aceita o convite de Deus para uma vida feliz segundo os princípios que Ele põe. Muitos escolhemos a teonomia, mas não nos empenhamos em conhecer o Deus dos princípios e nem os princípios de Deus. (Cf. Academia da Alma, 3)
APRENDENDO A OBECECER
Precisamos aprender a obedecer, renunciando ao nosso natural impulso para a desobediência.
Obediência tem a ver com a fé, não com a razão. (“Por meio dele e por causa do seu nome, recebemos graça e apostolado para chamar dentre todas as nações um povo para a obediência que vem pela fé” — Romanos 3.5).
Somos chamados a obedecer e somos chamados a ajudar os outros no caminho da obediência (“Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus; mas todo aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado grande no Reino dos céus” — Mateus 5.19).
Nem todos os mandamentos têm o mesmo valor; há uma hierarquia neles.
. “Um dos mestres da lei aproximou-se e os ouviu discutindo. Notando que Jesus lhes dera uma boa resposta, perguntou-lhe: “De todos os mandamentos, qual é o mais importante?”Respondeu Jesus: “O mais importante é este: ‘Ouve, ó Israel, o Senhor, o nosso Deus, o Senhor é o único Senhor. Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças’. O segundo é este: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’ . Não existe mandamento maior do que estes” (Marcos 12.28-31)
. “E este é o amor: que andemos em obediência aos seus mandamentos. Como vocês já têm ouvido desde o princípio, o mandamento é este: Que vocês andem em amor” (3João 1.6).
. “E este é o seu mandamento: Que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo e que nos amemos uns aos outros, como ele nos ordenou. Os que obedecem aos seus mandamentos nele permanecem, e ele neles. Do seguinte modo sabemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu” (1João 3.23-24)
A obediência começa com a intenção, mas se realiza na ação. (“Sabemos que o conhecemos, se obedecemos aos seus mandamentos. Aquele que diz: “Eu o conheço”, mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele. Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado. Desta forma sabemos que estamos nele: aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou” (1João 3.3-6)
A obediência é a resposta efetiva, além das nossas palavras, à Palavra de Deus. Implica em auto-negação.
Repitamos: “Se desejarmos seguir a Cristo — e caminhar no jugo suave com Ele –teremos de aceitar totalmente seu modo de vida como o nosso modo de vida. Então, e só então, poderemos experimentar como o jugo é suave e como o fardo é leve”. (Dallas Willard)
3
A QUEM DEUS ABENÇOA
Vejamos outra dificuldade no caminho da obediência ao mandamentos de Deus.
Ensinam alguns que Deus só abençoa a quem guarda os seus mandamento, pois Ele só ama a quem O ama. As palavras de Jesus parecem nos levar para esta conclusão:
. “Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também amarei e me revelarei a ele” (João 14.21).
. “Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele” (João 14.23).
Paulo parece fazer coro:
. “Todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8.28).
Essas declarações parecem condicionar o amor de Jesus para conosco ao nosso amor por Ele. A conseqüência é, no plano da oração, que nós determinamos — com nossa (in)fidelidade — o padrão de sua resposta. Se somos obedientes, consegumos tudo. Se não estamos conseguindo, é porque não somos obedientes. Está aberta a porta para o legalismo, segundo o qual nós merecemos ser abençoados em função daquilo que fazemos. Numa só frase: Deus só abençoa a quem guarda os seus mandamento, pois Ele só ama a quem O ama.
Precisamos tomar com cuidado.
1. Lembremo-nos que o amor a Deus biblicamente sugerido ao homem é um amor de todo o coração, sem esperar nada em troca. O fato de nós O amarmos de todo o coração não O obriga a nada. Se amamos porque esperamos, não amamos de todo o coração.
A obediência humana deve decorrer do amor humano.
A resposta divina decorre do amor divino. Deus atende aos obedientes mas também atende aos desobedientes. A atenção para com os desobedientes é sobrenatural; não ocorre a toda hora, mas é fruto do amor sem reservas de Deus e para o bem do desobediente. A atenção para com os obedientes é natural, não sentido que ocorre como regra geral. É por isto que quem obedece é feliz.
O amor para com o desobediente é um amor apaixonado. O amor para com o obediente é um amor igualmente apaixonado. Se o desobediente soubesse o quanto é amado por Deus, desobedeceria menos.
Os legalistas tendem a pensar que Deus só a alguns, aos bonzinhos, como eles, que fazem tudo direitinho. Os libertinos tendem a pensar que Deus ama a todos, não importam que O busquem ou não. Ambos estão errados. O manual do amor de Deus é diferente do nosso. Foi por isto que Ele nos amou quando ainda estávamos mortos e nos trouxe à vida. É por isto que nos deixa mandamentos e nos instrui sobre eles até o dia de hoje.
Deus ama a todos. Quem não o ama sequer sabe disto.
Sabe disto quem o ama de todo o coração. Quem o amba frui de Sua presença e orientação.
2. Amar implica em liberdade. Quem ama não perde a liberdade; antes, realiza-se plenamente, não mais solitariamente, mas agora comunitariamente. Amar é relacionar-se e só se relacionam pessoas livres. Em seu relacionamento conosco, Deus nos respeita em nossa liberdade, o que inclui até recusa-lo.
E não devemos nos esquecer que Deus também é livre. Ele é livre para nos amar. Ele é livre para fazer o que Lhe pedimos e livre para não fazer o que Lhe pedimos. Só um Deus livre pode amar verdadeiramente. Quando descambamos para atitudes pagãs, seja do mercantilismo (damos, nem que seja obediência, para receber algo em troca de Deus), seja da magia (com frases de efeito e palavras mágicas), ignoramos a liberdade divina, traduzida como soberania divina. Só um Deus soberano pode fazer milagres. Um Deus soberano é um Deus livre.
Então, Deus ama a quem corresponde livremente ao seu amor, porque se trata de uma questao de respeito à liberdade humana. Neste sentido, os mandamantos de Jesus são diferentes dos mandamentos dos homens porque são um produto da liberdade (é escolha livre), que decorre de uma decisão de amor.
A bênção de Deus respeita nossa liberdade, expressa essa liberdade em forma de amor. Quando amamos a Deus, nós autorizamos a chegada de Sua bênção. Quando amamos a Deus, nós permitimos que suas mãos se abram.
Por isto, a oração é dirigida numa condição, como Jesus ensinou (“seja feita a tua vontade, assim na terra como no ceu” — Mateus 6.10) e praticou (“Meu Pai, se não for possível afastar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade” — Mateus 26.42). Devemos pedir o que precisamos. Deus não nos quer dar o que nós não queremos. Ele sabe que bênçãos demais fazem mal.
3. Precisamos compreender ainda que as bênção de Deus são respostas livres a nossa obediência, mas não somente. O foco não está no homem que obedece, mas no Deus que é obedecido.
Na antiga aliança havia parceria, mas o foco estava no homem. Na nova aliança há parceria, só que o seu foco está em Deus. Não se obedece por causa dos resultados. Obedece-se por causa do amor. Não se obedece para merecer. Obedece-se por saber que é o melhor.
Na teologia do mérito, não importa o coração, mas o resultado. Quando uma empresa, por exemplo, estabelece uma meta, não se interessa pelo que o empregado pensa acerca da empresa ou daquela meta; não lhe interessa se o preço para se cumprir a meta foi alto; o que importa se a meta foi alcançada. Na teologia bíblica, o que importa é o coração, isto é, a motivação, o interesse, a paixão, o amor por Deus.
Não posso cansar de repetir: os mandamentos de Deus não são para o bem de Deus, mas para o nosso.
Nosso amor, em formato de obediência, não condiciona o amor de Deus, mas autoriza que o amor de Deus por nós se exercite concretamente. O padrão divino é o padrão do respeito: Ele espera que O queiramos. Enquanto não o queremos, Ele espera, do lado de fora do nosso coração.
4. Sei que resta uma dúvida para aquele que quer obedecer: como posso saber a vontade de Deus, para obedece-la?
Não bastam os mandamentos que estão na Bíblia? Sim, eles são abundantes e suficientes.São suficientes e abundantes. Podemos ocupar nossas vidas com eles.
Mas como ficam os mandamentos novos, dados hoje? Como os conheceremos? Como os aplicaremos? Ou melhor: a quais iremos considerar para tomar decisões dos nossos dias?
Pela oração consultamos a Deus, com todos os riscos da nossa subjetividade (logo, de nossa subjetiva e falível interpretação).
Assim, os mandamentos, lidos com inteligência e coragem, estabelecem os princípios gerais. A oração nos acompanha ao longo da estrada dos mandamentos. O amor continua evitar a desobediência.
Explicito. Imagine que você está com muita raiva de alguém, ao ponto de desejar elimina-lo fisicamente. Você conhece um dos Dez Mandamentos, especialmente o que diz: “Não matarás” (Êxodo 20.13). Ele é forte, mas pode ser mais fraco que seu desejo homicida. A leitura dos Dez Mandamentos nos mostra que praticamente todas as nossas decisões são orientadas nesses Mandamentos. Há perguntas que não precisamos mais fazer: devo matar alguém? posso abortar? posso caluniar alguém para subir na vida? posso piratear um programa de computador ou uma obra (música ou livro)? As respostas estão evidente nos Dez Mandamentos.
No entanto, nosso desejo pode ser muito mais forte que o Mandamento, a menos que nós peçamos a Deus que nos tire aquele desejo ou que nos fortaleça para controlar nossa fraqueza. Se nós pedirmos a Deus, lendo a Sua Palavra, para nos livrar do mal de um desejo contrário ao mandamento, Ele nos abençoará. A verdade é que muitas vezes tocamos as nossas vidas como se Deus não existisse, com medo que Ele nos lembre um mandamento antigo e que nós já sabemos.
Por isto, termino com esta confissão, que podemos fazer nossa: “Eu não consigo obedecer à lei de Deus se eu não viver pela graça de Deus, à luz do Evangelho de Jesus Cristo e pelo poder do seu Espírito. Eu preciso da graça todos os dias para me ajudar na disciplina do meu coração e quando tento imitar as qualidades perfeitas do Senhor Jesus” (Willen vanGemeren).
Não somos mais capazes que Deus.
“O que tenho feito com o meu impulso para a desobediência? — eis a pergunta que não pode calar.
Não há ´dúvida: “Se desejarmos seguir a Cristo — e caminhar no jugo suave com Ele –teremos de aceitar totalmente seu modo de vida como o nosso modo de vida. Então, e só então, poderemos experimentar como o jugo é suave e como o fardo é leve”. (Dallas Willard)
4
O PESO DOS MANDAMENTOS DE DEUS
Termino afirmando que os mandamentos de Jesus são diferentes dos mandamentos dos homens porque não são pesados.
Quando o Estado estabelece impostos, não está interessado se quem paga está gostando de pagar ou não. Deus quando estabelece seus mandamentos, deseja que os obedeçamos de todo o coração. Os impostos são para o bem daqueles que os recebem. Os mandamentos são para o bem daqueles que os obedecem.
Quando nós, pessoas e igrejas, dizemos aos outros como devem viver, tendemos a ser pesados. Nós julgamos os outros de forma sempre muito dura. Nós exigimos demais das pessoas. Nossas exigências podem até decorrer do amor, mas se baseiam num conhecimento superficial do outro e nem sempre estão alicerçadas no amor. Não produzimos graça; só lei.
Quando Deus nos exige o cumprimento aos seus mandamentos, podemos estar tranqüilos: eles não são pesados. A própria Bíblia o afirma:
. “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus e todo aquele que ama o Pai ama também o que dele foi gerado. Assim sabemos que amamos os filhos de Deus: amando a Deus e obedecendo aos seus mandamentos. Porque nisto consiste o amor a Deus: em obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados” (1João 5.1-3).
1. PRIMEIROS PRESSUPOSTOS
Fique claro: os mandamentos de Deus não são pesados.
Quando, no entanto, nos aproximamos do Antigo Testamento, ficamos perplexos: não dá para seguir os mandamentos de Deus ali deixados, até porque alguns não fazem mas sentido para nós, que vivemos num contexto completamente diferente daquele tempo, em que a tecnologia era rudimentar, se comparada a nossa, que será rudimentar, comparada à do futuro. Não moramos em cabanas no deserto, mas em casas com luz elétrica ou apartamentos com elevadores. Não somos hebreus e não fomos tirados da escravidão no Egito, mas lemos no Antigo Testamento, que compõe a Bíblia que nos rege: a Páscoa deve ser comemorada como um estatuto perpétuo (Êxodo 12.14 – ARC).
Nossa compreensão da alma e do corpo humano também nos coloca em conflito com os mandamentos do Antigo Testamento. O ideal do castigo, para o aperfeiçoamento, morreu, com a graça, que nos educa para uma vida digna. No entanto, lemos no Antigo Testamento: “Se for descoberto alguém que, havendo furtado um dentre os seus irmãos, dos filhos de Israel, e tenha escravizado, ou vendido, esse ladrão morrerá” (Deuteronômio 24.7). Quando lemos o Novo Testamento, aprendemos que todos os sacrifícios (de animais) foram substituídos por um só, o de Jesus Cruz na cruz por nós. Ainda encontramos lá instruções sobre sacrifícios de animais. Uma delas diz, por exemplo: “Toda a gordura será do Senhor. Estatuto perpétuo será nas vossas gerações, em todas as vossas habitações: nenhuma gordura nem sangue algum comereis” (Levítico 3.16-17 — ARC).
Assim mesmo, afirmo, os mandamentos do Antigo Testamento são validos ainda hoje. Só precisamos de alguns cuidados, oferecidos pela razão, que recebemos de Deus para discernir as coisas, e pela graça, ofertada por Deus para olharmos as coisas sob a perspectiva eterna de Deus. Tem muita gente, até bem intencionada e mal orientada, sofrendo por tentar seguir à risca mandamentos que a cruz superou.
Para nos ajudar nesta compreensão, para uma vida saudável, um cuidado é sempre levar em conta que a Bíblia é um registro dinâmico da revelação progressiva de Deus para conosco. Em cada época Ele fala de um modo que as pessoas possam entender. Temos agora 66 livros, prontos e impressos, os que se iluminam ao outro, para nos deixar as coisas bem claras. Ainda hoje Deus nos fala pelo conjunto da sua apaixonada revelação.
Outro cuidado é separar as narrativas e os mandamentos. Há muitas narrativas de comportamentos cruéis ou inadequados, que são esperados de nós. O fato de a Bíblia narrar as atitudes de alguns grandes homens, como Abraão, Moisés, Davi e Elias, por exemplo, não quer sugerir que os sigamos em suas pisadas na bola; só nas virtudes. A narrativa pode ser até didática, mas jamais imperativa, a menos que outros textos claramente recomendem essas atitudes.
Outro cuidado também é perceber os princípios que estão por trás das normas. As normas passam, mas os princípios são eternos. O sacrifício é uma norma, mas a necessidade de que um pecado deve ser reparado (como fez Jesus Cristo por nós) é um princípio; até hoje o salário do pecado é a morte, embora o dom gratuito de Deus seja a salvação. O sábado é uma norma, mas separar um dia para descanso e adoração é um princípio. Celebrar a páscoa é uma norma, mas celebrar o amor libertador de Deus, na cruz e em nossas vidas hoje, é um princípio.
Sem estes cuidados, que fazem justiça aos propósitos de Deus em Sua Palavra, os mandamentos não são apenas pesados, como impossíveis de serem cumpridos. Com estes cuidados, não preciso ser um alienígena; posso ser fiel a Deus e contemporâneo do meu tempo. Haverá conflito, mas será de outra ordem.
2. SEGUNDOS PRESSUPOSTOS
Fique claro: os mandamentos de Deus não são pesados.
Quando, no entanto, nos deparamos com as proibições impostas por igrejas e seus líderes, ficamos confusos. Muitas vezes somos perguntados se em nossa igreja é proibido isto ou aquilo.
Há um versículo na Bíblia muito usado pelos legalistas, que são aqueles que ainda crêem que o esforço humano pode salvar. Ei-lo: “A mulher não usará roupas de homem, e o homem não usará roupas de mulher, pois o Senhor, o seu Deus, tem aversão por todo aquele que assim procede” (Deuteronômio 22.5). Durante muito tempo, em algumas comunidades, esta norma foi usada para justificar a proibição de as mulheres usarem calça comprida. Esses fariseus só esqueceram de saber que, ao tempo de Moisés e Josué, as roupas eram semelhantes, diferindo apenas nos adornos. A norma pretendia manter clara a distinção entre os sexos, em que o homem se parecesse com homem e mulher se parecesse com mulher, com o objetivo de evitar que um enganasse o outro e de prevenir o adultério, facilitado por causa da roupa igual, que permitia que os homens se misturassem com mulheres e vice-versa, para fins imorais.
Assim proibir que mulheres vistam calça comprida ou que homens usem saias não tem nada a ver com esta norma. O princípio por trás dela é a decência, lembrada pelo apóstolo Paulo nos seguintes termos: “Da mesma forma, quero que as mulheres se vistam modestamente, com decência e discrição, não se adornando com tranças e com ouro, nem com pérolas ou com roupas caras” (1Timoteo 2.9). Este princípio,
Não devemos confundir os mandamentos de Deus, que não são pesados, com os mandamentos dos homens, que são pesados. Recebi esta semana um e-mail, de uma pessoa que mora no sul do país, do qual extraio o seguinte testemunho:
“Pessoas evangélicas precisam entender melhor o ‘mundo dos não-cristãos’. Sempre ouvia frases do tipo …. “minha igreja não permite”, “não faço porque é pecado” etc. (…) Senti vontade de compartilhar com você algo que marcou minha vida, e me fez abrir olhos. No meio do nosso curso, (…) fizemos uma rifa de páscoa, para começar arrecadar dinheiro para a formatura. Eram pequenos “carnês” com 10 bilhetes, 1 real cada, 10 bilhetes por aluno. Juro que, quando entregamos o carnê da S***, eu esperava uma resposta tipo: “não posso porque minha igreja não permite”. Mas, para minha surpresa, ela tirou da bolsa 10 reais, me entregou e guardou o bloco dela com os números para não concorrer, dizendo não sentir-se confortável com rifa. Eu perguntei por que e ouvi a seguinte resposta: “para eu ganhar, terei que desejar que todos os meus amigos percam. Isso seria muito egoísta de minha parte, eu não me sentiria bem em relação aos meus amigos”.
Eu nunca havia pensado nisso antes. Ela não usou as respostas refrões que eu estava tão habituada a ouvir e isso me encantou. Era uma postura ética, um comportamento afetuoso para conosco. Devo lhe dizer que reunimos depois e decidimos dar a ela a cesta deixando a rifa de lado. (…) Espero ter me feito entender. Se os cristãos falassem mais de vida, e menos de igreja, acho que pessoas tão indiferentes como eu era, já teriam sido tocadas.
Os mandamentos de Deus não são pesados, mas não se pode dizer o mesmo daqueles que nós criamos. Ás vezes, por nós mesmos para nós mesmos. Muitos somos exigentes demais conosco mesmos, exigindo o que não podemos realizar, em termos de tarefas ou de metas inalcançáveis, que só produzem culpa. Se somos demasiadamente exigentes, devemos parar um pouco e verificar porque temos agido assim. Será que não estamos repetindo os pais, de quem tanto reclamamos por suas exigências descabidas? Não exijamos de nós mesmos mais do que Deus pede. Será que não estamos querendo agradar a homens, quando devemos ter em mente o que Deus pede de nós, o que inclui expectativas razoáveis das outras pessoas para conosco?
3. PADRÕES ELEVADOS
Os mandamentos de Deus não são pesados, mas seus padrões são elevados, tanto para a mente, quando para o coração e para o corpo. Muitas instruções que aparecem especialmente no livro de Levítico têm uma fase final, aparentemente sem relação com o mandamento. “Eu, o Senhor seu Deus, sou santo”.
Tudo o que vem de Deus é bom e elevado. E não poderia ser diferente.
Quando ouvimos Jesus, ele põe o próximo como o elo mais fraco destes mandamentos. E este elo mais fraco é o critério pelo qual a nossa obediência é aferida. João entende isto de maneira magistral.
. “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus e todo aquele que ama o Pai ama também o que dele foi gerado. Assim sabemos que amamos os filhos de Deus: amando a Deus e obedecendo aos seus mandamentos. Porque nisto consiste o amor a Deus: em obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados” (1João 5.1-3).
Para entender esses três versículos, precisamos ler os dois anteriores:
. “Se alguém afirmar: ‘Eu amo a Deus’, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ele nos deu este mandamento: Quem ama a Deus, ame também seu irmão” (1João 4.20-21)
Não tem algo mais difícil que amar ao próximo. O padrão é elevado, elevado mas palpável. Elevado, mas possível.
Quero sugerir quatro grupos de pessoas para quem os mandamentos de Deus são pesados.
1. Os mandamentos de Deus são pesados para aqueles que os consideram impossíveis.
Não são. São difíceis, mas não impossíveis de serem vividos. Devem ser vistos como metas para a vida toda, para serem vistas e revistas, buscadas e rebuscadas. Devemos buscar segui-los. Quando fracassamos, devemos pedir perdão a Deus e força para continuar tentando vive-los.
Seja o nosso grupo o grupo dos que, mesmo os sabendo elevados, querem-no como suas bússolas.
2. Os mandamentos de Deus são pesados para aqueles que optaram por seguir sua própria vontade, não a de Deus, expressa em Sua Palavra. Para estes, entre seus impulsos e os mandamentos de Deus, ficam com seus impulsos.
Nossa vontade é forte e muitas vezes leva à morte. A vontade de Deus é para ser seguida em liberdade, mas traz alegria. É uma questão de escolha, entre o certo (a vontade de Deus) e o duvidoso (nosso desejo)
3. Os mandamentos de Deus são pesados para os que se deixaram contaminar pelos valores do mundo.
O “presente século”, na expressão do apóstolo Paulo, é muito contagiante. Ele vence pela repetição, pelo cansaço e pelo prazer. Os valores do século se apresentam como politicamente corretos e racionais, apresentando-se como direitos que merecemos. Soam irresistíveis, embora seu fim seja a perdição, porque seu deus é o ventre e sua “glória se assenta no que é vergonhoso; os quais só cuidam das coisas terrenas” (Filipenses 3.19).
4. Os mandamentos de Deus são pesados para aqueles que não consideram os benefícios eternos desses mandamentos.
Quando lemos os Dez Mandamentos, só um tem uma promessa (o que pede honra aos pais). No entanto, o cumprimento dos mandamentos tem um preço. A Bíblia chama de bem-aventurados (felizes) os que levam a sério os mandamentos de Deus, relacionando-os a bênçãos. Para os que não os levam a sério, as conseqüências são tristes. Paulo nos lembra que Deus faz convergir as coisas para o bem daqueles que amam a Deus. Que promessa bonita! E quem ama a Deus? É quem obedece aos seus mandamentos.
4. A SUSTENTÁVEL LEVEZA DOS MANDAMENTOS DE DEUS
Há mandamentos. Deus nos oferece centenas de mandamentos e espera que os cumpramos. Eles são resumidos em dois, para facilitar nossa compreensão, mas são muitas, para as várias situações de nossas vidas.
Não nos deixemos enganar, portanto. Há mandamentos, mas eles não são pesados, por três razões, entre outras.
1. Os mandamentos de Deus não são pesados porque são oferecidos por Quem nos conhece, nos ama e visam o nosso bem
Deus conhecesse os nossos desejos e os nossos limites. Se nos pede algo, é porque podemos.
Como nos conhece, Deus nos propõe mandamentos que, se cumpridos, resultarão em nosso bem. Todos os mandamentos são para o nosso bem, para nos fortalecer, nos aperfeiçoar, nos proteger, nos desenvolver.
2. Os mandamentos de Deus não são pesados porque Deus mesmo nos ajuda a cumpri-los.
Deus nos ama. Por nos amar, nos orienta e nos fortalece no caminho da obediência. Quando desobedecemos, puxa-nos de novo para o bom caminho. Seu Espírito nos sopra palavras de conselhos. Sua Palavra é plena de orientação.
3. Os mandamentos de Deus não são pesados porque são obedecidos por quem ama.
A obediência a Deus demonstrada por um homem ou por uma mulher de Deus é moldada pelo amo. E o que é feito com amor não pesa.
Pesa para a mãe amamentar seu filho?
Pesar para os pais ou avós carregar no colo um bebê querido?
Pesa andar de mãos dadas com quem se ama, mesmo que seja para evitar que um tropece?
Pesa servir de cálice paras as lágrimas da pessoa amada?
Pesa obedecer a Deus, nosso amor maior?
Se amamos a Deus, Seus mandamentos não são pesados. Meça concretamente o seu amor por Deus vendo como os mandamentos dEle são vividos por você.
5. UMA QUESTÃO DE FÉ
Por último, uma pergunta se impõe: o que precisamos fazer para seguir os mandamentos de Deus?
Volto a 1João e encontro a resposta, no versículo seguinte:
. “Todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1João 5.4).
Pela fé, compreendo que tenho uma natureza regenerada. Embora dentro de mim se trave uma luta, já escolhi o lado da luta: o lado de Deus.
Pela fé, descubro que venço o mundo (aqui entendível como o conjunto de meus desejos, embebidos dos valores da sociedade em que vivo) pela fé.
Pela fé, entendo que as regras de Deus são as melhores para mim e para o mundo. Se o mundo não as quer para si, eu as quero.
Pela fé, aceito que os mandamentos de Deus são expressões do seu cuidado. Se assim os considero, por uma questão de obediência e inteligência, tudo farei para os seguir.
Que Deus, então, me abençoe.