Ousar é preciso, sabemos.
Quando não ousamos?
1. Não ousamos quando temos uma expectativa pequena na vida.
Esta pequenez nos faz satisfeitos com a altura do degrau em que estamos ancorados, talvez há um bom tempo. Então, não nos interessamos por ousar.
Esperando pequenas coisas, alcançaremos pequenas coisas. Esperando grandes coisas, alcançaremos grandes coisas.
2. Não ousamos quando tememos a crítica que o nosso gesto pode fazer nascer.
Num grupo de dez pessoas, quando nos lançarmos a algo novo, a primeira nos aplaudirá, a segunda agradecerá pelo que fizemos, a terceira dirá que lhe servimos de exemplo, a quarta não se interessará pelo que estamos fazendo, a quinta esperará pelo que vai acontecer, a sexta torcerá para que nossa proposta dê errado e as outras quatro nos reprovarão, não importa o resultado de nossa iniciativa. Então, ficamos sem estímulo para ousar.
Somos, antes, chamados a lançar o pão sobre as águas (Eclesiastes 11.1), tarefa para um ousado que acredita que, depois de muitos dias, mesmo contra as evidências, vai reencontrá-lo.
Somos chamados, como Noé, a construir uma arca, quando não havia sequer sinal de chuva no firmamento.
3. Não ousamos quando temos medo de fracassar.
Por alguma razão, talvez além de nossa compreensão, elegemos o sucesso como meta, desde que alcançá-la não implique em riscos, como se isto fosse possível.
Por alguma razão, que a nossa memória guarda, clara ou implicitamente, não confiamos em nós mesmos, como se não fossemos forjados à imagem-semelhança de Deus, Aquele que criou TUDO, começando da primeira coisa, uma após outra, a partir do NADA.
4. Não ousamos quando o deus em quem cremos é pequeno demais.
Muitos de nós cremos num deus menor, muito menor que o Deus verdadeiro revelado na Bíblia. Ignoramos o que Ele mesmo afirma:
“Assim como os céus são mais altos do que a terra,
também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos,
e os meus pensamentos, mais altos do que os seus pensamentos. (Isaías 55.9)
Lembremo-nos que o próprio ato de crer é um ato de ousadia.
Não é a fé "a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos" (Hebreus 11.1)?
Não estivemos à beira do túmulo deixado vazio por Jesus, mas cremos que Ele ressuscitou.
Não sabemos como será o céu, senão por metáforas, mas estamos caminhando para lá.
Quem crê creu porque ousou.
Ousamos nesta área.
Ousemos nas outras.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO