SEM DIREÇÃO (Richard José Vasques)

altJá passou pela sua cabeça que muitas pessoas podem estar andando pelas ruas totalmente sem direção? Se pararmos num ponto de grande movimento na cidade, poderemos até não entender o fluxo de tanta gente circulando. Teoricamente cada um está indo para um destino, rumo a um alvo, e na maioria dos casos, com propósitos definidos. Podemos então perguntar: “como pode haver tantos destinos ao mesmo tempo?” Interessante também que esse fluxo é maior ou menor, dependendo do horário.

Estou pensando somente em pessoas caminhando. Nesse ensaio, os carros estão fora. Um dia, caminhando pelas ruas da Tijuca, no Rio de Janeiro, indo em direção à estação do metrô, eis que de repente, uma senhora que vinha em sentido contrário ao meu, e posicionada à minha esquerda, resolve parar para ver a vitrine de uma loja e quase me atropela.

Quase passando por mim, ela deve ter visto algo que lhe chamou a atenção e “fez a curva” justamente no ponto onde me encontrava. Tive de “frear” para não ser atropelado ou “não atropelá-la”. Fiquei sem entender. Esse movimento me fez pensar que as pessoas podem estar andando na rua sem direção. Coisas no meio do caminho podem lhe tirar ou atrair a sua atenção, afetando a chegada ao alvo inicial. Será isso verdade?

Numa avaliação de um sistema de gestão de uma organização industrial, tive o privilégio de atuar com um professor doutor de uma universidade do sul do país. Nos momentos de descontração, brincávamos de que deveria haver comprovação científica para os fatos ocorridos. Nesse caso, eu não tenho essa confirmação, e, portanto, não posso afirmar ser verdade.

Talvez esse fato não caracterize a afirmativa dela estar caminhando sem destino. Pode ser que viu algo que procurasse já há algum tempo e isso a atraiu de imediato (suposição). De qualquer forma, se sairmos por aí parando em todos os lugares, olhando vitrines, experimentando coisas, com certeza nosso destino final será afetado. Isso é válido para todas as nossas atividades, em todo e qualquer tipo de organização. Sêneca já disse que: “se alguém não sabe para onde vai, todos os ventos lhe serão contrários; ou nenhum vento será a seu favor.”

É preciso ter claramente definido em nossa mente, aonde ir e o que fazer. Esse é o conceito que chamamos visão nas organizações. Aquilo que dá diretriz, que move as pessoas na direção desejada, buscando alcançar os seus objetivos e metas: canalizar e somar esforços. Sem direção podemos parar em qualquer lugar, podemos atropelar pessoas e ações, e não atingir os resultados almejados. Geralmente ao não concluirmos o que pensamos ou planejamos, dizemos que não tivemos tempo para realizar os nossos intentos.

Esquecemo-nos de considerar os “obstáculos” que os desvios ou obstáculos causaram à nossa jornada, atrasando a sua realização. Procure observar o que tem tirado o seu foco, o que tem lhe “distraído”. Até mesmo para relaxar penso que é preciso definir como e aonde ir, definir a direção. Mudança de direção é possível.

Caso estejamos no caminho errado, poderemos tomar outra direção, mas é importante sabermos qual é essa outra direção, senão voltaremos ao ponto inicial. Muitas pessoas já fazem isso, ajustam a sua direção. Que tal fazer o mesmo, se ainda não o faz? Medite nos versículos abaixo, e tenha uma excelente semana.

“Os planos bem elaborados levam à fartura; mas o apressado sempre acaba na miséria”. (Provérbios 21.5)

“Mas o homem nobre faz planos nobres, e graças aos seus feitos nobres permanece firme. (Isaías 32.8)

“Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos. (Provérbios 16.3)

“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês”, diz o Senhor, “planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro. (Jeremias 29.11)

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