Existe um tipo de indignação repugnante dentro do evangelho (Flavio Mattos)

Hoje, como nunca, o cristianismo cresce com uma multidão de formatos. Cada segmento, denominação, partido, usa sua própria hermeneutica para a aplicação da palavra de Deus nos dias de hoje. Entre as igrejas encontramos do triunfalismo do discurso do servo sofredor. Da lógica retributiva à lógica da gratidão. Da ênfase em um aspecto particular do mistério do Espírito Santo (seja a cura, seja um tipo de manifestação, seja o seu poder para operar), à teologia racional sobre o mesmo Espírito. As igrejas transitam de práticas centradas na bíblia a práticas centradas em tradição, usos e costumes, inclusive os importados de outras religiões.
 
O que há de repugnante em meio a essa imensa diversidade, é o a agressão mútua dos cristãos. A toda hora, pessoas "esclarecidas", não hesitam em acusar, com poderosas palavras, os movimentos diversos do seu.
 
Isso é repugnante!
 
Repugnante pela arrogância, pela agressão e pela divisão que adia a vinda do Senhor. Bombardear um segmento do cristianismo, por mais razões que se pense ter, é o oposto de dizer Maranata!
 
Não há igreja que prenda seus fieis pela força. A entrada e saída é livre. E se essa liberdade é algo que Deus respeita, quanto mais nós que somos filhos, não devemos aprender com o pai ? Em nenhum lugar na bíblia Deus obrigou um homem a servi-lo. Um princípio fundamental de Deus é a liberdade e sua consequencia.
 
Não importa que discurso repugnante seja pontuado por citações bíblicas e frases de efeito. Não importa quem inflem a convicção da própria certeza com enumerações de exemplos das frutas podres, porque estas, infelizmente, há em todos os segmentos do cristianismo.
 
Sim. Essa diversidade toda é universalmente pontuada por líderes e seguidores corruptos. Dos padres pedófilos aos pastores ultra-ricos, passando pelos líderes tradicionais que se envolvem em escandalos de toda sorte. Não há um segmento do cristianismo sem frutos podres, sem joio. Isso já estava previsto e não é desculpa.
 
Eu advogo que a agressão contra a fé cristã de outrem é uma forma de idolatria, porque, tal qual um ídolo não vê, não ouve e não fala.
 
Não ouve qualquer coisa que seja contrária à sua pequena e mesquinha opinião. Não vê, porque não é o homem que converte o homem, mas o Espírito Santo de Deus que opera o milagre da salvação, e mesmo na pior das igrejas, por qualquer que seja o critério, há homens e mulheres entregando as suas vidas ao Senhor Jesus Cristo. Não fala, porque nenhuma agressão é capaz de mudar a opinião de qualquer pessoa. Os únicos efeitos que pode ter são cooptar outros a lançar pedras, despertar ira e mágoa em outros cristãos, e alimentar o divertimento dos não crentes que asistem, com prazer, a esse UFC religioso. 
 
Nada disso vem de Deus. É preciso dar um basta nessa gritaria.
 
É preciso que cada homem e mulher de fé fale claramente naquilo que crê, sem agredir, denunciar, machucar, pois assim nos ensina a bíblia.
Não concorda? Diga que não concorda. Explique o que pensa. Dê a oportunidade a que outras pessoas entendam o seu pensamento, sem agressões.
 
Fale da sua própria fé. Não da fé dos outros.Só assim, com respeito, a sua opinião pode contagiar positivamente a de outros. Ou não, segundo a 
liberdade que há em Jesus Cristo.
 
O juízo é prerrogativa dEle. 
Não seu.