BOM DIA: Sorvendo o veneno

Num momento do dia, você recebe um elogio pelo seu trabalho, que lhe deixa animado.
Quanto tempo você sorverá a sorridente palavra de apreço?
Acontece também de, no mesmo dia ou em outro, você receber uma crítica ou uma reprovação.
Quanto tempo a palavra, como se fosse um veneno, circulará por suas veias?
Assim como temos a tendência em ver um minúsculo borrão de massa de tomate na roupa branca e em ignorar toda a extensão da roupa intocada, incomodamo-nos com a palavra negativa.
Fazemos um esforço intelectual para analisar a crítica.
Se a consideramos justa, duvidamos da intenção de quem a fez.
Se a consideramos injusta, lamentamos ter sido escolhidos como alvo de quem a proferiu.
Por que, ao contrário, não seguimos em frente?
O roteiro da razão é simples: se a crítica não procede, não devemos nos importar com ela; se procede, devemos agradecer por ela.
No entanto, não é assim que o nosso coração se comporta.
Então: não custa repetir o ideal, nestes casos.
Devemos saber que a crítica sempre nos alcançará.
Não devemos nos concentrar em quem nos atingiu com ela.
Devemos nos recolher por um tempo para ver como faremos melhor o que estamos fazendo. Nesta tarefa, a crítica é uma aliada de grande valor, embora pareça inimiga.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO