BOM DIA: Um horizonte de esperança

Pela manhã, ouço uma senhora me dizer que não acredita no ser humano. Dele nada vem de bom. No caso, ela conta da notícia que recebera um brinde do patrocinador do seu time de futebol. Ouvi e me senti mal.
Fiquei com vontade, mas não revidei com nenhum "deixa disso!", porque, no dia anterior, numa palestra para policiais, eu tinha dito que o cristianismo é pessimista (foi esta a palavra) em relação ao ser humano. Falei e não me senti bem.
A tensão está na Bíblia. Compreendê-la é nos compreender.
A natureza humana é má. Podendo escolher entre o bem e o mal, o homem preferiu o mal. Podendo recusar a viver no compasso do mal, o homem não o recusou. Vemos isto todos os dias, quando, por exemplo, lemos que um homem deu um tiro em outro para ficar com o seu celular ou quando outro fuzilou um jovem que não lhe entregou a chave do carro.
O que a Bíblia traz de novo ao panorama humano é a possibilidade da redenção, que não pode ser autorredenção, já que o mal não pode produzir o bem. A esta possibilidade, apresentada como um convite, a Biblia chama de graça, que um poeta distante classificou como "maravilhosa graça de Jesus".
O convite é que, apesar de nossa natureza, vivamos no compasso da graça.
A tensão continua, com a diferença de um horizonte cheio de esperança.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO