O Dia das Mães é um dia doce: para elas, para seus filhos e também para seus maridos. Doce até para quem já não tem mãe.
Para os filhos pequeninos, esse dia vem reforçar a figura daquela se faz presente em todas as horas da sua vida. Para os adolescentes e jovens, os faz lembrar fortemente a pessoa que mais tem compartilhado de seus sonhos e problemas, e que mais tem torcido por eles. Para os filhos adultos, vem encher o coração de saudade dos velhos tempos em que se sentavam à mesa todos os dias para saborear aquela comida gostosa, os tempos em que podiam ser um pouco irresponsáveis e deixar-se dirigir pela sábia orientação da mamãe. Para os maridos, é tempo de sentir uma pontinha de inveja pelo dom da maternidade, porém, muito mais, é dia de agradecer a Deus por aquela que é mãe de seus filhos. Para aqueles que não podem mais abraçar e beijar sua mãe, é um momento de rememorar aquele rosto querido e seu amor perseverante.
Acho que também é um dia doce até mesmo para aquelas que ainda não são mães, mas sonham ser. Gostaria de penetrar na mente de uma dessas mulheres exatamente nesse dia. Que pensamentos doces descobriria!
Para as mães esse é também um dia doce por ser uma oportunidade – cada vez mais rara – de ver toda a sua família reunida em torno de si. Uma família unida, amorosa, harmônica, como deveria ser sempre. Sim, porque no Dia das Mães ninguém briga, ninguém desgosta a mãe, todos demonstram-lhe reverência e carinho. Ah! Como seria bom se todo dia fosse Dia das Mães! Com certeza teríamos famílias melhores, e, através destas, um mundo muito melhor. Pelo menos um mundo muito mais doce.
Mas há uma coisa que me aborrece muito no Dia das Mães: é que nessa ocasião os comerciantes tentam nos convencer de que a melhor maneira de fazer as mães felizes é dar-lhes um presente que eles próprios tentam nos vender.
Aliás, ultimamente tenho me assustado com a agressividade das propagandas referentes a esse dia. Deveria haver uma intervenção da instituição que regula a prática da publicidade, pois os criadores de comerciais para a TV estão indo longe demais, ultrapassando os limites da ética. São usados todos os recursos da comunicação audiovisual, inclusive a atuação de artistas famosas, e a idéia que tem sido passada é que as mães ficarão muito infelizes se não ganharem os produtos que são objeto da propaganda.
Essa é uma sugestão extremamente perigosa, pois se a aceitarmos e a levarmos às últimas conseqüências, teremos uma situação em que sentimentos e virtudes não serão mais importantes, mas somente a posse de bens, os quais, segundo Jesus, são consumidos pela traça ou pela ferrugem, ou os ladrões furtam (Mt.6:19-21). Também teremos muita injustiça, pois, como bem disse Jesus, sempre haverá pessoas pobres, que não poderão comprar presentes caros para suas mães (e, às vezes, nem mesmo os baratos), e assim ficarão frustradas por não poderem homenagear suas mães conforme manda a propaganda, e pensarem que com isso as tornarão infelizes.
Como verdadeiros seguidores de Jesus, devemos examinar nossa motivação em comemorar o Dia das Mães, tanto do lado dos filhos, como do lado das mães. A homenagem deve ser feita pelo que as mães são e não pelo que possamos dar a elas. Os filhos amam as mães porque são suas mães. As mães amam os filhos porque são seus filhos. Como ensinou Jesus, em Lc. 12:15, a vida (isto é, a existência, o ser) é mais importante do que as coisas materiais (isto é, o ter).
Presentes acabam, mais cedo ou mais tarde, e por essa razão é preciso achar uma maneira mais duradoura de fazer as mães felizes.
Como sempre, a Bíblia tem resposta para esta questão e o sábio rei Salomão, no livro dos Provérbios, sugere-nos várias delas. Vejamos, então, algumas maneiras de fazer as mães felizes:
1. Seja obediente. “Preste atenção no que a sua mãe diz.”; “nunca esqueça o que sua mãe ensinou.” (Pv. 1:8 e 6:20).
2. Tenha juízo. “O filho sem juízo é a tristeza de sua mãe.”; “o filho sem juízo despreza a sua mãe.” (Pv. 10:1 e 15:20).
3. Seja sábio, busque a sabedoria. “Meu filho se você se tornar sábio eu ficarei muito feliz. O pai que tem um filho correto e sábio ficará muito feliz e se orgulhará dele. Faça que o seu pai se alegre por causa de você; dê à sua mãe esse prazer.” (Pv. 23:15,24,25).
4. Tema a Deus e respeite as autoridades. “Meu filho, tema a Deus, o Senhor, e respeite as autoridades. Não se envolva com as pessoas que se revoltam contra eles, pois num instante elas podem se arruinar. Você pode fazer uma idéia da destruição que Deus ou as autoridades podem causar?” (Pv. 24:21-22).
5. Seja trabalhador. “Aquele que faz a colheita no verão é filho sensato, mas aquele que dorme durante a ceifa é filho que causa vergonha.” (Pv. 10:5).
6. Seja honesto. “Quem acha que não é pecado roubar do seu pai ou da sua mãe é pior do que um ladrão comum.” (Pv. 28:24).
7. Respeite e valorize sua mãe. “Não despreze sua mãe quando ela envelhecer. Há pessoas que amaldiçoam o próprio pai e são ingratos com a própria mãe. Quem zomba do seu pai ou despreza a sua mãe, quando ela fica velha, será comido pelos urubus ou terá os olhos arrancados pelos corvos.” (Pv. 23:22; 30:11,17).
Como você pode ver, aquilo que realmente faz sua mãe feliz não pode simplesmente ser comprado numa loja. Porém, não é tão difícil assim de adquirir: basta que você se aproprie do que a Bíblia ensina. É justamente isso que sua mãe deseja ardentemente que você pratique, e que a faz verdadeiramente feliz.
Pr. Sylvio Macri