BOM DIA: As papas na língua

Um jornalista, depois de uma conferência de servidor público de elevada patente no governo federal, disse que o conferencista não tinha papas na língua, acrescentando: “e ele tem orgulho disso”.
Boa parte de nós tem orgulho de alguma virtude, mesmo que ela não seja vista como tal pelos outros.
No caso, o orgulho de não ter papas na língua levava o elevado servidor a dizer coisas (verdades, segundo ele) de fazer parte da audiência estremecer.
No nosso caso, o orgulho (sobretudo o mais discreto, por sua insídia) é perigoso. Ao mesmo tempo em que temos qualidades que fazem com que nos sintamos relevantes,
essa virtude se torna um vício.
Quando nos sentimos orgulhosos, nós nos consideramos superiores aos outros, que, no caso — assim achamos –, não são tão francos como nós somos.
Ao nos sentirmos orgulhosos, não consideramos mudar nosso jeito de ser, porque seria abrir mão de uma virtude, embora não seja a virtude o problema, mas o vício.
Nessas horas, seria muito bom irmos à sabedoria bíblica:

. “Quando vem o orgulho, chega a desgraça, mas a sabedoria está com os humildes” (Provérbios 11.2)

. “O orgulho só gera discussões, mas a sabedoria está com os que tomam conselho”. (Provérbios 13.10)

. “O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda”. (Provérbios 16.18)

. “O orgulho do homem o humilha, mas o de espírito humilde obtém honra”. (Provérbios 29.23)

ISRAEL BELO DE AZEVEDO