Do grito de Jó, diante dos seus amigos, uma frase é indiscutivelmente verdadeira:
— Ah! Antes ficásseis totalmente calados, pois assim passaríeis por sábios. (Jó 13.5)
Nós temos uma incontrolável necessidade de falar, embora o momento peça que nos calemos.
Nós temos uma imperiosa urgência de explicar, quando o momento não exige explicação, explicação que não temos para dar.
Nós temos uma perigosa paixão por controlar.
Numa hora em que devíamos ficar calados porque não sabiam a razão do sofrimento do amigo, danaram a falar. Não aprenderam que o silêncio é de ouro.
A dolorosa experiência deles deve nos ensinar que "como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita na hora certa" (Provérbios 25.11).
Quando um amigo chora a morte de uma pessoa querida, um abraço vale mais que palavras.
Quando um amiga quer contar a sua dor, um ouvido é mais que suficiente.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO
