Natal (Ivone Boechat)

Há um momento na vida de cada pessoa em que ela retoma a lucidez, coroa-se da glória para a qual foi criada, veste-se com o resplandecente significado do Natal.
 
Natal é milagre da própria vida. Jesus nasceu, venceu a morte e ressurgiu no íntimo de cada criatura. Deus se revelou, tornou-se visível e o mundo tocou nos seus vestidos cintilantes pela graça.
 
Nem mesmo a incredulidade judaica, a perversidade romana o politeísmo grego, a perseguição política dos imperadores, conseguiram deter o ministério mais curto e mais completo da história da humanidade. A obra cumpriu-se.
 
Jesus Cristo não veio para confundir, todavia, “os seus não o aceitaram”. Não traduziram o mais perfeito código do amor e o crucificaram, mas foi ali na cruz que a prece do perdão abriu os braços e ressoou: “Pai, perdoa-lhes…”.
 
Todas as vezes que o homem se veste de papai noel corre o risco das fantasias nublarem a verdadeira estrada do presépio de Belém. Ali, no silêncio da estrebaria, a simplicidade do amor. Cristo deitado na manjedoura e Maria, ternamente, agasalhando o Deus-menino nos braços de José. Tudo tão real, tão sincero, mas tão rico.
 
Pela fé, “os homens de boa vontade” não vão se perder; há placas de trânsito da manjedoura à cruz!
 
A humanidade ainda não concluiu que todas as coisas verdadeiras são muito simples, e, até hoje, se curva a reis travestidos de ouro, no castelo da mentira. A manjedoura emprestada não existe mais; o berço emprestado, também não; a cruz foi vencida pela vida, a morte foi tragada. “Todo o poder nos céus e na Terra” foram dados pelo Pai a Jesus, mas até hoje Ele busca pousada nos corações.
 
Agora é tempo de preparação para o Natal de Cristo. Mesmo que haja carência na sua mesa, lembre-se que Jesus é o pão da vida. Ore porque Ele provê a comida dos passarinhos, quanto mais a sua.
 
É necessário que se abasteçam de fé, de dedicação e amor para que a bênção divina esteja presente de maneira tal que você e sua família celebrem o Natal.