DEUS É DE PAZ

DEUS É DE PAZ
Quando fico sabendo que, na região de Israel e da Palestina, um dos lados matou alguém, eu tremo, porque me ponho a pensar nas próximas vítimas do outro lado. Fico imaginando olhando para os seus filhos e se perguntando se um ataque não vai ceifar um deles. Fico imaginando as esposas esperando por maridos que jamais voltarão. Fico imaginando filhos que nunca mais verão os pais. Tudo porque naquela região do mundo,  e por vezes até mesmo dentro de nossas próprias famílias, a resposta à violência é a violência, numa espiral sem fim. Por isto, desde que o homem é homem, há lugares na terra que se tornaram tenebrosos por se terem transformado em moradas de violência (Salmo 74.20). Aqui mesmo nós temos vivido num bairro tenebroso transformado em morada de violência.
Outros, no entanto, são nossos desejos, como outros são os desejos de Deus, que nos criou a todos, não importa onde moremos, não importa o que tenhamos, não importa como cremos. O propósito dEle para os cidadãos de todos os tempos está expresso numa mensagem de um de seus profetas: “Eu bem sei os planos que estou projetando para vocês, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para lhes dar um futuro e uma esperança” (Jeremias 29.11).
A outro profeta Ele anunciou o Seu sonho: “Não se ouvirá mais de violência na sua terra, de desolação ou destruição nos seus termos; mas aos seus muros chamará Salvação, e às suas portas Louvor” (Isaías 60.18).
Quando releio estes desejos de Deus e circulo pelas cidades do meu bairro, eu pergunto: “O que é que fizemos com a liberdade com a qual fomos criados? Será que não podemos usá-la para criar vida e viver em paz?” ).
Deus é o Deus da paz. Como escreveu um poeta bíblico, Deus odeia àqueles que amam a violência (Salmo 11.5). A falta de paz é um desafio para Deus, porque o seu desejo para toda a humanidade é a paz

1. Reconheçamos a nossa incompetência e chamemos Deus para ser nosso parceiro na construção da paz. Todos queremos ver longe a violência, mas não temos conseguido criar uma cultura de paz e nem promover uma vida de paz, como são os desejos de Deus e os nossos. Reconheçamos a nossa incompetência e chamemos Deus para caminhar pelas ruas conosco.

2. Peçamos a Deus que nos livre da violência. Este “nos” é coletivo; é para todos. Que para cada pessoa aqui Ele seja rocha, escudo e força, alto retiro e refúgio (2Samuel 22.3). Clamemos pela paz. Não importa o quanto tempo teremos que clamar, continuemos clamando.

3. Disponhamo-nos a permitir que a paz comece em nós. Que as nossas bocas sejam mananciais de vida (Provérbios 10.11). Começando por mim, a paz continuará em nós e por nós. A paz não é solitária, mas sempre relacional. Jesus falou de um grupo como sendo formado pelos pacificadores. Estamos nós neste grupo?

4. Aceitemos o desafio de desarmar os nossos corações. Temos enfrentado a violência amargurando os corações e trancando os nossos rostos. Agindo assim, seremos não somente vítimas mas também autores da violência.

5. Aceitemos o desafio de desarmar os nossos corpos. Muitos temos sucumbido diante da tentação da defesa armada. Devemos nos lembrar que estas armas podem parar em mãos despreparadas, as nossas, como também em mãos muito preparados, os promotores da violência.

Seja esta a nossa oração:
Vem, Senhor de toda a paz, dirigir as nossas vidas.
Vem, Príncipe da paz,  promover a paz entre nós.
Vem, Espírito da paz, nos ajudar a ser pacificadores.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO