Li recentemente numa seção de ciências num jornal que pessoas que chegam ao hospital com problemas nas coronárias (as artérias que irrigam o coração), como infarto ou isquemia, têm geralmente personalidades competitivas, explosivas ou agressivas.
Segundo uma ampla pesquisa publicada na revista da academia americana de cardiologia (“Journal of the American College of Cardiology”), as pessoas propensas a acessos de raiva e agressividade têm 19% mais risco de sofrer de um evento cardiovascular, mesmo quando são saudáveis. Em outras palavras, rompantes de raiva contribuem para o aumento da chance de se ter um problema cardiovascular, e não o contrário.
É que durante o episódio de agressividade, o organismo libera adrenalina; este hormônio eleva a freqüência e a força dos batimentos cardíacos e causa contração das artérias. A pressão arterial também sobe, levando o coração a precisar de mais oxigênio. Um entupimento dos vasos leva a um desequilíbrio na oxigenação do coração e pode causar de isquemias a infartos.
A recomendação dos pesquisadores é que se busque identificar a causa da raiva ou da agressividade, por conta própria ou com o apoio de um(a) psicoterapeuta. Também se devem monitorar outros fatores de risco para o coração, como peso, pressão arterial e prática de exercícios.
Portanto, descarregar a raiva em alguma coisa (um travesseiro, por exemplo) ou em alguma pessoa (em que a vítima quase sempre é quem está perto de nós) não é uma boa forma de acabar com a ira. O melhor mesmo é respirar fundo e tentar relaxar para dissipar a raiva. A raiva se dissipa melhor quando NÃO é descarregada. O ideal é o autocontrole, não xingamentos ou socos e pontapés.
Pesquisando no Antigo Testamento, o inspirado apóstolo Paulo ensinou: “Quando vocês ficarem irados, não pequem. Apazigúem a sua ira antes que o sol se ponha (…) Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, (…) para que conceda graça aos que a ouvem. (…) Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo” (Efésios 4.26-32).
Eis o caminho para a felicidade e também para a saúde.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO