Entre extremos, opomos graça e culpa.
Que bem nos faz a culpa, senão a de nos sentir culpados?
A culpa é um convite ao pecado, como se o nosso fracasso o tornasse inevitável.
A culpa é real mas não pode ser o horizonte baixo das nossas vidas.
A culpa é o nosso salário, mas exclusivamente pelo que fizemos.
A culpa pode ser até pedagógica, conduzindo-se para a redenção, mas quase sempre é caverna de difícil liberdade.
A boa religião não nega a culpa, mas vive para a possibilidade da sua derrota.
A boa religião se alimenta da graça.
A boa religião alimenta a graça.
A graça nos alimenta.
A graça só nos faz bem.
A graça é um convite à liberdade digna como o compasso de nossas trajetórias.
A graça é sempre pedagógica, porque a jornada pode ser longa.
Quando nos rendemos a ela, a graça nos sopra a atmosfera da alegria.
Precisamos ouvir histórias de graça.
Precisamos da graça.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO