Sábado, 04/10/14 — EM DEUS PODEMOS ESPERAR

Refletindo: Jó 35.14


Precisamos de uma visão de um Deus que se mostra a nós; por isto, nós o vemos.
Se nossa visão de Deus for superficial, nossa religião será superficial também. Uma visão profunda de Deus produz em nós uma religião profunda.
Uma religião profunda é aquela embebida de espera e esperança. Quando cultuamos a Deus, seja na solenidade da igreja, seja na quietude do quarto, seja num assoviar discreto pela calçada, esperamos a Sua presença, escutando e falando. O encontro nos faz arfar. Não importa o conteúdo da sua fala: importa que fale. Não importa o conteúdo de nossa fala: importa que escute. A bênção é a bênção do encontro. O êxtase é o seu toque. Precisamos de um Deus que nos toque com as mãos de Deus, não com as mãos de homens; de um Deus que nos fale, não com o idioma dos homens, mas com os gemidos eternos. Esta é a dimensão da espera. Temos esperado que Deus se apresente assim?
Na dimensão da esperança, aguardamos a manifestação de Deus para resolver nossos problemas, para nos acompanhar em nossos problemas. Profundidade espiritual tem a ver com sentir a presença de Deus conosco nas grandes realizações, nos grandes sonhos, fruindo as vitórias, mas também nos grandes fracassos e nas grandes tragédias de nossas vidas, permitindo-nos passar por elas na mesma força de Deus, que pode todas as coisas, inclusive nos fazer passar pelo vale das sombras das tristezas e das perdas. "Que grandes coisas tens feito, ó SENHOR! Como é difícil entender os teus pensamentos!" (Salmo 92.5), mesmo que não gostemos destas obras e não entendamos estes pensamentos. O Deus que é fiel para o artilheiro cristão é também fiel para o goleiro cristão que vê suas próprias redes balançarem. Sim, "como são grandes as riquezas de Deus! Como são profundos o seu conhecimento e a sua sabedoria!" (Romanos 11.33). A esperança cristã não é uma roupa nova para a ideologia do sucesso.