É como se fosse uma viagem
para um pais de difusa paz.
É como se fosse uma miragem
que uma vara turva e desfaz.
É como se não houvesse margem
para uma idéia autenticamente audaz.
É como se a única paisagem
fosse feita de bisturis e nada mais.
É como se não coubesse na bagagem
nada além de uma espera voraz.
É como se fosse apenas um tempo de reciclagem
para uma volta mais longe da superfície contumaz.
É como se houvesse sólida blindagem
tecida e registrada pela oração pertinaz.
É como se eu fosse apenas personagem
e não sujeito de uma história veraz.
É como se a noite não precisasse de contagem
porque amanhã o dia não será mais fugaz.
E ainda não é, nem de longe, imagem
que descreva o momento em cartaz.