O DEUS DA SARÇA (Sylvio Macri)

“E o anjo do Senhor apareceu-lhe em uma chama de fogo numa sarça. Moisés olhou e viu que a sarça estava em chamas, mas não se consumia. Então disse: Vou me aproximar para ver essa coisa espantosa. Por que a sarça não se consome?” (Êxodo 3.2,3).
 
Desde o século 16 diversas igrejas reformadas vêm adotando a “sarça ardente” como seu símbolo visual. Recentemente, em julho de 2014, a Igreja Presbiteriana do Brasil alterou sua identidade visual, mas preservou a sarça ardente como símbolo; apenas redesenhou-a. Evidentemente, o importante é o que está por trás do símbolo. Portanto, não a sarça, mas o Deus que estava na sarça. 
 
Pouco antes de morrer, Moisés, na sua última bênção ao povo de Israel, invocou a benevolência “daquele que habitava na sarça” (Dt.33.16). Estêvão, em seu sermão de Atos 7, diz que Deus enviou Moisés “como líder e libertador, pela mão do anjo que lhe aparecera na sarça” (At.7.35). Jesus também menciona a sarça, respondendo aos saduceus: “Na passagem a respeito da sarça em que ele chama o Senhor Deus de Abraão, Deus de Isaque e Deus de Jacó, o próprio Moisés mostrou que os mortos ressuscitarão. Ele não é Deus de mortos, mas de vivos; porque para ele todos vivem.” (Lc.20.37).
 
A sarça ardente é símbolo do Deus eterno que está presente no meio do seu povo, purificando-o mas não o destruindo. É o Deus santo que purificou os lábios de Isaías com uma brasa do altar. É o Deus que incendiou os corações dos discípulos com o poder do seu Espírito no dia de Pentecostes. Numa atitude de intimidade, Moisés perguntou qual era o seu nome, e, pela primeira vez, Deus revelou o seu nome: EUSOU O QUE SOU. Jesus também afirmou, dezoito vezes, no Evangelho de João: EU SOU.
 
Pr. Sylvio Macri