Os "Dez Mandamentos" se encontram no capítulo 20 de Êxodo. A expressão "Dez Mandamentos", em que "Mandamentos" é "dabar", que quer dizer palavra(s), fala(s), discurso(s), promessa(s), mandamento(s), aparece em dois lugares da Bíblia. Em: Deuteronômio 4.13 — "Então, vos anunciou ele a sua aliança, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra". e Deuteronômio 10.4 — "Então, escreveu o SENHOR nas tábuas, segundo a primeira escritura, os dez mandamentos que ele vos falara no dia da congregação, no monte, no meio do fogo; e o SENHOR mas deu a mim". A entrega desses mandamentos foi precedida por um conjunto de ações que visavam purificar o povo para receber verdades tão puras. Foram inspirados por Deus a Moisés. Foram falados. Quando Moisés reportou estas palavras, as pessoas "disseram a Moisés: — Fala-nos tu, e te ouviremos; porém não fale Deus conosco, para que não morramos" (Êxodo 20.19). Convencidos por Moisés, fizeram uma aliança com Deus, como lemos: "Veio, pois, Moisés e referiu ao povo todas as palavras do SENHOR e todos os estatutos; então, todo o povo respondeu a uma voz e disse: Tudo o que falou o SENHOR faremos" (Êxodo 24.3). Depois disso, após Moisés voltar ao monte, Deus escreveu as Dez Palavras em duas tábuas (Êxodo 31.18 e 32.16). Quando Moisés desceu, tendo demorado lá em cima, viu o que estava acontecendo. Enquanto as Dez Palavras eram escritas por Deus no alto, o povo na planície o desobedecia, fundindo e adorando um bezerro de ouro. Irritado, Moisés, quebrou as duas tabas com as Dez Palavras, tão logo viu a imagem de escultura, copiada toscamente do que o povo de Israel vira no Egito politeísta. Castigado o povo, Moisés voltou, convocado, ao monte. Levava nas mãos duas novas tábuas sem nada (obviamente) escrito (Êxodo 34.4). Moisés "esteve com o SENHOR 40 dias e 40 noites; não comeu pão, nem bebeu água; e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, as dez palavras" (Êxodo 34.28). Essas Dez Palavras ficaram conhecidas como Dez Mandamentos". Sobre eles, pensaram alguns cristãos: 1 (Agostinho de Hipona, 354-430) "Não é que devemos guardar os Mandamentos de Deus primeiro, para que, então, ele nos ame, mas Ele nos ama e então guardamos seus mandamentos. Esta é a graça que é revelada ao coração humilde e sem orgulho". 2 (Martim Lutero, 1483-1546) "Quantos tipos de leis Deus nos deu no Antigo Testamento? Foram três tipos: 1, A lei cerimonial. 2. A lei civil. 3. A lei moral. Qual delas permanece? A lei moral, que está contida nos Dez Mandamentos. Não pode esta lei ser abolida? Não, porque ela se baseia na natureza santa e justa de Deus". 3 (João Calvino, 1509-1564) "A lei é uma espécie de espelho. Diante de um espelho descobrimos todas as manchas em nosso rosto. É por isto que na lei contemplamos, em primeiro lugar, a nossa incapacidade; depois, em consequência disto, a nossa iniqüidade e, por último, a maldição, como consequência de ambos. Aquele que não tem poder de seguir a justiça, necessariamente, mergulhou na lama da iniquidade e esta maldade é imediatamente seguida pela maldição. Assim, quanto maior for a transgressão do que a Lei nos convence, mais grave é o julgamento a que estamos expostos. (…) Somos inteiramente dependentes da mão de Deus (…), renunciando a toda justiça e mérito e nos agarrando tão somente à graça, como oferecida em Cristo a todo que aquele que a deseja e busca pela verdadeira fé". 4 (John Wesley, 1703-1791) "A lei moral contida nos Dez Mandamentos e reforçada pelos profetas não foi descartada por Jesus Cristo. Não foi seu propósito vir para revogar nenhuma parte dela. Esta é a a lei que nunca pode ser quebrada. Cada parte desta lei deve permanecer em vigor para toda a humanidade e em todos os tempos, não dependendo de tempo, lugar e circunstância, mas da natureza de Deus e da natureza do homem, no relacionamento imutável entre eles". 5 (Matthew Simpson, 1811-1884) "A lei sem o Evangelho é escuridão e desespero. O Evangelho sem a lei é ineficaz e sem poder". 6 (D.L. Moody, 1837-1899) "Os homens até podem contestar aquelas partes da Bíblia de que não gostam, mas nunca conheci um homem honesto que tenha encontrado uma falha nos Dez Mandamentos." 7 (G. Campbell Morgan, 1863-1945) "As Dez Palavras do Sinai não foram Dez Mandamentos separados, se relação entre si. Elas foram dez lados da lei única de Deus. O ensino de Jesus revela o fato que esses mandamentos são tão interligados que, se uma pessoa falha num ponto, falha em toda a lei e, por extensão, em sua própria humanidade. Estas palavras incorporam uma lei perfeita para vida nos dias de provação". 8 (Peter H. Eldersveld, 1911-1965) "Não há nada de errado com a lei, mas há algo de errado conosco. Sabemos que devemos obedecer a lei, mas não obedecemos. Não faz sentido descartar a lei só porque nós a quebramos. Aliás, não podemos descartá-la, do mesmo modo que não podemos descartar a lei da gravidade". (…) Nenhum legislador humano poderia ter dado à luz um lei como a que encontramos no decálogo. Eles são uma lei perfeita ". 9 (Zig Ziglar, 1926-2012) "Se Deus quisesse que vivêssemos numa sociedade permissiva, ele nos teria dado Dez Sugestões e não Dez Mandamentos". 10 (William Douglas, 1967-) "Os dez mandamentos promovem a liberdade responsável, a generosidade, a tolerância, a justiça social, a saúde das relações sociais, enfim, promovem a qualidade de vida e o sucesso em seus mais amplos sentidos". Assim, esses homens receberam os Dez Mandamentos. E nós: com os temos vivido? Podemos dizer que os primeiros ouvintes/leitores tiveram reações contraditórias: eles admiram os Dez Mandamentos e os desobedeceram. Não podemos agir como esses primeiros ouvintes. Quando os lemos, notamos que os quatro primeiros concentram-se no nosso relacionamento com Deus. Os demais 6 tratam da vida em sociedade. Que fazemos com