Eu estava fazendo o check-out num hotel recentemente, quando um funcionário levou minhas malas e as de outros hóspedes, da recepção até o carro do hotel que nos levaria ao aeroporto. Depois de realizar o serviço, cada um que teve sua mala carregada, deu uma gorgeta para o rapaz. Todos deram, à excessão de um senhor, grisalho, meia idade que, mesmo sendo instigado pela esposa, recusou o gesto de cortesia. No carro, apoiada pelo olhar de todos, o hóspede ingrato recebeu severa repremenda de sua esposa: – Que absurdo! O rapaz carregou as nossas malas até o carro! – E daí? Respondeu o pão duro… Se você souber por onde anda a gratidão avise, pois está sendo procurada. Há, inclusive, recompensa atraente para quem encontrá-la. Hoje as pessoas vivem na coluna do crédito. Estão sempre achando que os outros lhes devem algo, que têem sempre a haver. Então, por isso, intalou-se um clima de cobrança generalizado; a tal ponto de muitos simplesmente ignorarem coisas singelas, gestos pequenos que as pessoas fazem em seu favor, mas que eles sequer notam e, muito menos, agradecem. É alguém que lhe abre uma porta, oferece um assento, apresenta uma pessoa estratégica, divide com você um sanduiche. Alguém que lhe dá uma oportunidade, oferece um trabalho, intermedia uma grande experiência. Alguém que lhe ajuda numa prova difícil, num relatório complicado, numa tarefa desafiadora. Ou ainda alguém que lhe socorre numa hora de dor, faz uma visita, dá um conselho ou faz uma oração. Pode ser o cônjuge, o pai, mãe, filho, um vizinho, o patrão ou um funcionário. Pode ser um líder, um pastor, um irmão em Cristo ou um amigo. Também pode ser um desconhecido, alguém com quem você apenas falou ao telefone, sequer viu o rosto. É… Se você souber por onde anda a gratidão avise, pois está sendo procurada. Há, inclusive, recompensa atraente para quem encontrá-la. Na parabola de Jesus, um dos 10 leprosos que foram curados, voltou para agradecer; proporção reveladora. O Senhor deu pela falta dos outros nove; a ingratidão não costuma passar despercebida. A bênção, no entanto, restringiu-se ao que foi grato; o castigo do ingrato não a imposição de infortúnios, mas a ausência da bênção (Lucas 17.11-19). Que tal olhar para todas as pessoas que, de alguma forma, passaram ou ainda fazem parte da sua vida, não como um credor, cobrando algo que entede lhe ser devido; mas como um critão solidário, à procura de alguma atitude ou gesto, mesmo que pequeno e singelo, pelo qual você possa ser grato e demonstrar gratidão? Assim, quando você identificar algo de bom nessas pessoas, demonstre a sua gratidão, dê uma palavra, um telefonema, escreva uma carta ou mande um e-mail. Encontre uma forma de fazê-las entender que você é grato por suas vidas. Por falar nisso, se você souber por onde anda a gratidão avise, pois está sendo procurada. Há, inclusive, recompensa atraente para quem encontrá-la. Seja uma pessoa grata! Não ceda à tentação de ser juiz implacável, credor incompassivo, alguém que está na vida para retirar dela. Procure ser uma pessoa cheia de gratidão, como aquele ex-leproso que voltou, prostou-se e agradeceu a Jesus. É verdade: A gratidão está sendo procurada. Não seria maravilhoso vê-la sendo encontrada em você?