Responder é um ato pedagógico. O é nas relações interpessoais. O é também no nosso relacionamento com Deus. Quando um pai responde não ou sim para um filho, ensina-o algo. Às vezes é duro para o filho ouvir do pai resposta diferente da esperada, às vezes o filho não está pronto, por isso revolta-se, ao receber um não, quando aguardava como certo um sim. Mas sempre, sofrendo pela resposta, lidando com a revolta, ou mesmo se negando a receber a resposta como definitiva, o filho vai aprender e, por isso, crescer. O aprendizado é retardado e, às vezes até inviabilizado, se o filho rejeita e se nega a seguir na vida, pela trilha da resposta do pai. Pedagogia antiga esta, da resposta, na relação de Deus com o homem. O fruto de uma das árvores no Éden, o homem não poderia ter comido. Se não comesse teria aprendido que a obediência a Deus era o segredo para não sofrer e não morrer. Comeu, e até hoje parece não ter aprendido, mesmo sofrendo e contracenando o tempo todo com a morte, que não vale a pena desobedecer a Deus. Caim recebeu um não de Deus ao oferecer-lhe sua oferta, tivesse refletido e, humilde, procurado entender a resposta divina, teria aprendido que a importância do que oferecemos a Deus não está no esforço desprendido para obtê-lo, tampouco no seu valor intrínseco, mas na atitude pura e despida de segundas intenções no coração. Não refletiu, o ódio tomou conta de sua alma e a violência nasceu na história como a alternativa covarde à coragem para aprender. Abraão esperou muito e, quando naturalmente já não podia ser pai, portanto, já considerando, pelo passar dos anos, ter recebido um não de Deus, Isaque nasceu. Com isso a resposta de Deus revelou-se positiva. O sim, no entanto, pareceu ser provisório ou reversível quando Deus pediu ao pai que lhe oferecesse o próprio filho em holocausto. Não tivesse obedecido, rendendo-se ao querer divido e Abraão não teria aprendido que amar a Deus acima de tudo trás maior prazer do que amar, acima de tudo, a bênção que Deus dá. Deus não nos dá bênçãos para que as idolatremos, mas para que o amemos. A lista não é pequena. dos patriarcas aos profetas, dos juízes aos reis e dos evangelistas aos apóstolos, todos foram submetidos à ação pedagógica das respostas de Deus. Uns aprenderam e cresceram, outros resistiram e sofreram. Quando Deus responde, está ensinando algo. O aprendizado que a resposta enseja é sempre muito melhor do que a resposta em si. E há respostas negativas que Deus dá aos homens, cujos ensinamentos, uma vez obedecidos, revelam-se altamente positivos. Não devemos nos preocupar se receberemos de Deus um sim ou um não. Precisamos isto sim, nos ocupar do aprendizado para que cresçamos com Suas respostas. “E nesse andar contigo eu ouço um sim, mas é verdade que às vezes ouço um não. Mas se você me diz sim ou não, eu não desisto, não abro mão, nada vai me separar de Ti.” (Fernanda Brum) BOA NOITE! Lécio Dornas