“Preguiçoso, aprenda uma lição com as formigas! Elas não têm líder, nem chefe, nem governador, mas guardam comida no verão, preparando-se para o inverno. Preguiçoso, até quando você vai ficar deitado? Quando vai se levantar? Então o preguiçoso diz: “Eu vou dormir somente um pouquinho, vou cruzar os braços e descansar mais um pouco.” Mas, enquanto ele dorme, a pobreza o atacará como um ladrão armado.” ( Provérbios 6.6-11 – NTLH ) Quanto mais eu trabalho, me esforço, viajo, estudo, prego, aconselho, visito, dirijo reuniões , vou dormir cada noite com o desejo que o dia tivesse mais horas; mais eu encontro gente que, como se diz, “não quer nada com a hora do Brasil”. Gente que consegue fazer a mesma coisa todos os dias e nunca a faz melhor; pessoas que pegam um trabalho já iniciado e sequer se esforçam por completá-lo; gente que não limpa ou melhora o próprio local de trabalho, que não se importa o mínimo quando algo se quebra ou estraga, que prefere colecionar objetos estragados a consertá-los, opta por usar mais um copo limpo a lavar um para tomar água. O fato se dá com funcionários de aeroportos, hotéis, repartições públicas, agências bancárias, consultórios etc. Quando a gente menos espera ( e as vezes quando mais precisa ), fica de frente com um desses calaceiros. Recentemente deixei o carro no estacionamento de um aeroporto para uma viagem rápida. Ao retornar, verifiquei que, por ter esquecido o farol ligado, a bateria estava descarregada. Imaginei que eu não deveria ser o primeiro a sofrer este tipo de infortúnio e voltei ao terminal, fui orientado pelo setor de informações a procurar uma das muitas pessoas que transitavam no saguão com um colete exibindo a seguinte frase: “Posso ajudar?”. Ao compartilhar meu problema ele me disse: “Aqui no aeroporto o senhor não vai encontrar solução, vai ter que chamar ajuda de fora, não posso ajudar em nada”. Observei que ele se afastou e se encostou num balcão e ali ficou. Comecei andar e procurar algum setor que fosse util e achei outra pessoa com o mesmo colete. Arrisquei e expliquei também a ele minha situação. O senhor me conduziu até o local apropriado no próprio saguão, não muito longe de onde estávamos, lá eu obtive ajuda e, em poucos minutos, eu já estava saindo do estacionamento no meu carro com a bateria já funcionando. Dois funcionários com o mesmo colete, desempenhando a mesma função, no mesmo horário: Um mandrião e o outro um trabalhador honesto e digno. No contexto empresarial, nas empresas de todos os portes, o fato também ocorre. Às é empresário, o executivo, o diretor ou o gerente, que se debruça em planilhas e resultados pretéritos e fica no escritório ao telefone, na Internet ou só de papo com algum colega, esquecendo-se de que sua empresa confia nele e o remunera para dedicar tempo e potencial em favor de seu crescimento. Diretorias inteiras de empresas, optando por caminhos aparentemente mais curtos e fáceis de serem percorridos, acabam perdendo sua posição no mercado e, não poucas vezes, tendo até que deixá-lo. A razão de tudo: Preguiça, muita preguiça! Há uma epidemia de preguiça na sociedade contemporânea! A preguiça faz a pessoa escolher sempre o caminho mais fácil, o que dá menos trabalho, mesmo que não assegure resultados compensadores. A preguiça faz a pessoa criticar o que seu antecessor fazia, simplesmente para justificar sua inação. A preguiça leva a pessoa a abandonar projetos e caminhos já iniciados, apenas para não ter que enfrentar o desafio de aprender e crescer. Afinal de contas, é bem mais fácil e cômodo parar com um projeto cuja continuidade coloca o líder na contingência de desenvolver novas competências, do que encarar a própria limitação, assumindo-a e agindo na direção de desenvolver novas habilidades para o bem da empresa ou da corporação. A preguiça faz a pessoa estagnar e sua obra definhar! A preguiça, por fim, emburrece. Se na sociedade como um todo, e no mundo corporativo em particular, a preguiça é devastadora, na igreja e na obra do Reino de Deus, é fatal. São pastores de tempo integral que só começam preparar o sermão no dia anterior ao da pregação; líderes de ministérios que nunca reúnem seus liderados, nunca planejam e, quando dão por si, o ano acabou e nada foi feito. Lembro-me de uma igreja onde fui membro que, no momento da eleição da nova diretoria, reelegeu como diretor de evangelismo, um irmão que não havia feito absolutamente nada no ano anterior. A justificativa foi a de dar a ele a oportunidade para fazer algo, já que no ano anterior ele não conseguiu fazer nada. Resultado: Mais um ano sem evangelismo na igreja. O mesmo se verifica em instituições do Reino, que patinam sem sair do lugar há anos, unicamente pelo comodismo, falta de visão e preguiça daqueles que as lideram. Perdem-se dinheiro, desperdiçam-se oportunidades, frustram-se pessoas de alto potencial, enfim, o Reino perde, perde e perde. Uma das coisas que alimenta a preguiça é a ilusão quanto à durabilidade dos efeitos de vitórias no passado. A pessoa tem uma vitória em um determinado tempo e fica o resto da vida querendo viver à sua sombra. A preguiça tende a se instalar logo após um grande triunfo e, quando se instala, impede que novas conquistas aconteçam. Segundo a sabedoria de Provérbios, supramencionada, o preguiçoso… · Não é pró-ativo ( “… Elas não têm líder, nem chefe, nem governado…” ); · Não é previdente ( “… mas guardam comida no verão, preparando-se para o inverno…” ); Não tem prontidão em agir ( “…vPreguiçoso, até quando você vai ficar deitado? Quando vai se levantar? ); · Vive perdendo oportunidades ( “…o preguiçoso diz: “Eu vou dormir somente um pouquinho, vou cruzar os braços e descansar mais um pouco.” ). Diz ainda que o preguiçoso, vítima da própria preguiça, sem perceber… · Acaba em ruínas (…”Mas, enquanto ele dorme, a pobreza o atacará como um ladrão armado.” ). Ao que parece, o preguiçoso está muito