PARA LER NÚMEROS Título: Números Capítulos: 36 Versículos: 1.288 Tempo aproximado de leitura: 120 minutos INTRODUÇÃO O quarto livro do Pentateuco chama-se geralmente em hebraico Bemidh-bar, palavras que se encontram no primeiro versículo do livro e que significam “no deserto”. A palavra números vem do grego Arithmoi, que designa um dos muitos assuntos que ali se tratam. O livro recebeu esta designação da LXX (Septuaginta), devido aos dois censos tomados do povo, um que se encontra no cap.1 e aconteceu ao pé do Monte Sinai, e o outro, que se deu ao fim da peregrinação do povo (cap. 26), às margens do Jordão, com vistas à colocação das tribos de Israel na Terra Prometida. Algumas passagens do Pentateuco falam claramente da autoria de Moisés, como por exemplo: “E Moisés escreveu todas as palavras do Senhor…” (Êxodo 24.4) ou ainda: “E Moisés escreveu esta Lei…” (Deuteronômio 31.9). No entanto, as teorias da formação do Pentateuco foram se multiplicando e até chocando-se entre si, dando lugar a algumas hipóteses como a Hipótese Fragmentária, a Germinante e a Documentária, que ensinam ter havido quatro documentos originais dos quais o compilador do Pentateuco lançou mão. Com isso, a chamada crítica literária, acaba criando a obra destrutiva de todo o Pentateuco. A partir de 1853, os críticos começaram a afirmar que, em lugar de três documentos fundamentais, devemos ter quatro, e para facilitar o seu raciocínio, deram aos ditos documentos as designações de J.E.D.P, que não iremos aqui comentar. Atribui-se, portanto, a Moisés, a autoria do livro de Números, que pode ter sido ditado por ele a alguns de seus auxiliares imediatos, Josué ou Calebe, durante a permanência no deserto. ESTRUTURA O livro pode ser dividido facilmente, de acordo com os lugares e tempos, em três partes: No Sinai (1.1 – 10.10), viagem através do deserto (10.11 – 21,35), na margem oriental do Jordão (22 – 35). A julgar pelo resumo, o presente livro compreende um período de cerca de trinta e oito anos e meio. Sobre a maior parte desse período (os trinta e oito anos no deserto) narra-nos apenas uns poucos fatos, mas muito notáveis pelo significado religioso, como a serpente de bronze, a sedição de Coré, os vaticínios de Balaão, a água brotada da rocha. PREPARAÇÃO PARA PARTIDA DO MONTE SINAI, 1. 1 – 10.10 Contagem e arranjo do povo, 1. 1 – 2.34 Contagem dos levitas. seu serviço sacerdotal, 3. 1 – 4.49 Purificação e bênção do povo, 5. 1 – 6.27 Remoção de várias contaminações, 5. 1 – 31 A lei da separação dos nazireus, 6. 1 – 21 A bênção sacerdotal, 6. 22 – 27 Oferta dos príncipes das tribos, 7. 1 – 89 O serviço do candelabro, 8. 1 – 4 Consagração dos levitas, 8. 5 – 26 A segunda Páscoa, 9. 1 – 14 A nuvem orientadora, 9. 15 – 23 As trombetas de prata, 10. 1 – 10 VAGUEAÇÕES PELO DESERTO, 10. 11 – 20.13 Partida do Sinai, 10. 11 – 36 Um povo desobediente e contradicente, 11. 1 – 14.45 O fogo em Taberá, 11. 1 – 3 Uma queixa de Moisés contra o povo, que preferia a escravidão, 11. 4 – 30 Sepulcros da concupiscência, 11. 31 – 35 A murmuração de Miriã e Arão, 12. 1 – 16 Espias enviados à terra, 13. 1 – 33 O grande fracasso. um povo índigo, 14. 1 – 45 Leis adicionais. Ofertas, desobediência ao sábado; a fita azul, 15. 1 – 41 A rebelião de Coré, Datã e Abirã, 16. 1 – 17.13 Deveres e rendimentos dos sacerdotes e levitas, 18. 1 – 32 A ordenança da novilha vermelha, 19. 1 – 22 As águas de Meribá. a falha de Moisés, 20. 1 – 13 VIAGEM ATÉ A TRANSJORDÂNIA, 20. 14 – 36.13 Negociações inúteis com Edom, 20. 14 – 22 A morte de Arão, 20. 23 – 29 A vitória sobre Arade, um Chefe Cananeu, 21. 1 – 4 A serpente de bronze, 21. 5 – 9 Viagem até Pisga, em Moabe, 21. 10 – 20 Conquista do Amorreus sob Seom e Ogue, 21. 21 – 35 Os esforços de Balaão para amaldiçoar Israel, 22. 1 – 24.25 A campanha de Fineias contra a apostasia, 25. 1 – 18 O segundo recenseamento de Israel , 26. 1 – 51 Um método justo de dividir a terra, 26. 52 – 65 O pedido das filhas de Zelofeade, 27. 1 – 11 Nomeação do sucessor de Moisés, 27. 12 – 23 Regulamento sobre várias ofertas, 28. 1 – 29.40 Leis referentes aos votos, 30. 1 – 16 A vingança contra Midiã, 31. 1 – 54 A fixação das tribos além do Jordão, 32. 1 – 41 Sumário da viagem desde o Egito, 33. 1 – 49 Orientação para a divisão de Canaã, 33. 50 – 34.29 As cidades dos levitas e as cidades de refúgio, 35. 1 – 34 Emenda nas leis de herdeiras, 36. 1 – 13 SÍNTESE TEOLÓGICA O escritor de Números não se limitou a relatar pura e simplesmente fatos relacionados aos quarenta anos de peregrinações no deserto, mas procurou interpretar a história desse período como se cada fato apontasse para uma demonstração da providência divina para com o seu povo. Um Deus que cuidou das necessidades materiais, certamente, continuaria a cuidar da nação por ele escolhida. As frequentes derrotas mencionadas no livro são provas da admoestação constante de Deus de que todo o pecado é punido e toda a desobediência é perigosa. Podemos dizer que o livro de Números teve por objetivo reavivar a fé dos israelitas nos seus últimos dias de peregrinação, motivando-os a permanecer firmes na sua caminhada, recordando-lhes, acima de tudo, que a história de suas experiências no deserto foi permeada de fracassos e vitórias, mas que, todavia, a presença de Javé foi constante. TEXTO QUE MAIS TOCOU O MEU CORAÇÃO A convicção de Calebe e Josué de que Deus