ACADEMIA DA ALMA 2.0 Encontro 4 Síntese MINHAS FRUSTRAÇÕES Como lido com as minhas frustrações? Sabedoria bíblica: “Melhor é o que os olhos veem do que aquilo que a alma deseja”. (Eclesiastes 6.9a) Decisão: FORTALEÇO-ME! Planejamos e estudamos, mas deixamos a sala inseguros quanto aos resultados da aula que ministramos. Prestamos um curso, para o qual nos dedicamos com afinco, mas não fomos aprovados. Chegamos ao lugar que imaginamos e, pelo qual poupamos sacrificialmente, mas não nos sentimos à vontade. Preparamos uma comida mas o nosso paladar não a aprovou. O roteiro é o mesmo na vida, feita de expectativas e esforços, frustrações e realizações. Cheios de expectativas, nós nos preparamos. Para realizá-las, nós nos esforçamos. Depois, temos uma história para narrar. Ao participar de uma competição, podemos vencer ou não. A viagem que empreendemos pode terminar como queríamos ou não. Ao fazer uma prova, podemos ou não passar. Nossos relacionamentos podem nos deixar satisfeitos ou não. Ao buscar um emprego, podemos consegui-lo ou não. Uma obra de nossa imaginação (como um livro, uma tese, uma composição, um quadro) pode acontecer ou nunca sair do desejo. Pessoas que admiramos passam pela mesma realidade. Relembremos a trajetória de Martin Luther King Junior: “Eu também sou vítima de sonhos adiados, de esperanças dilaceradas, mas, apesar disso, eu ainda tenho um sonho, porque a gente não pode desistir da vida”. As frustrações compõem um capítulo obrigatório nos livros que vivemos. Se não formar um capítulo, as frustrações estarão presentes em muitas notas de rodapé. Só não se frustra quem não deseja. Só não se frustra quem não realiza ou, pelo menos, não tenta acertar. Se não há como não ter frustrações, importa-nos saber como lidaremos com elas. SEM PROTEÇÃO Como filhos, pode ser que tenhamos sido protegidos das frustrações. Queríamos um brinquedo, ganhávamos. Queríamos dormir até mais tarde, podíamos. Queríamos deixar comida no prato, deixávamos. E nunca tivemos a ideia de quanto sacrifício nossos pais faziam para que não sofrêssemos. Como pais, pode ser também que nos esforcemos para que nossos filhos não experimentem momentos desagradáveis. Chegamos a esconder deles os nossos problemas, seja nossa enfermidade ou nosso desemprego, para lhes poupar, como se pudéssemos encapsulá-los. A realidade é que todos nós conhecemos ou conheceremos frustrações. Quanto maior for a bolha em que fomos envolvidos, maior será o estrago na sua explosão. Precisamos saber que as frustrações podem ser boas. Uma demissão que nos surpreende pode ser boa. A traição que sofremos pode ser boa. A escassez, seja de pão ou de diversão, de saúde ou de solidariedade, pode ser boa. Uma demissão nos pode abrir a oportunidade para um emprego melhor, talvez com menos dinheiro e mais alegria. A traição nos convida a conhecer pessoas reais, com virtudes e defeitos, e saber que não podemos confiar cegamente nelas, mas delas não temos como nos afastar. A escassez nos ensina a administrar melhor os nossos recursos, inclusive a guardar uma parte para os tempos magros. O mundo real, mesmo que nos desagrade, é melhor do que o mundo ideal, que nos ilude. Quando atravessamos o rio de uma frustração, saímos do outro lado mais sábios, mais saudáveis, mais santos, mais fortes, mais felizes, mais fraternos. OS PERFIS QUE SOMOS Em relação à nossa trajetória na vida, podemos ser românticos, pessimista ou realistas. Os românticos são os que priorizam os sentimentos e as emoções. Quando estão apaixonados, promovem “jantares à luz de velas”. Quando têm um sonho, acreditam que vão realizá-los, mesmo quando são elevados. Parecem que estão com a cabeça na lua, tantos são seus projetos. São otimistas de olhos fechados. Os pessimistas são os que não tentam fazer, porque acham que não vai dar certo. Quanto tentam, já colhem a decepção e a derrota, antes mesmo de acontecerem. Os pessimistas preferem lágrimas, porque não creem que possam sorrir. Eles se acham realistas, mas, são por diversos motivos, derrotistas. Raramente aplaudem. Raramente são aplaudidos. Nunca estão satisfeitos, nem quando acertam na aposta do fracasso que fizeram. Os realistas são os que valorizam a razão e a objetividade. Lúcidos, têm um olhar para a realidade como ela é, não como poderia ser ou deveria. Quando estão apaixonados, são comedidos, contidos, discretos. Quando têm um sonho, vão devagar, andando atentamente, olhando para todos os lados. Caminham devagar, sempre com os pés no chão. Como escreveu William James, “nossas ideias devem concordar com as realidades, sejam concretas ou abstratas, sejam fatos ou princípios, sob pena de interminável desarmonia ou frustração”. A nossa vida precisa trafegar sobre os trilhos do otimismo e do realismo. Como ciência e fé, esses trilhos não podem se aproximar nem se afastar, mas continuar paralelos. Otimistas, aprendamos um pouco com os realistas. Realistas, somemos as mãos aos românticos. Otimistas, ponhamos os pés no chão e caminhemos, mesmo com medo. O mundo precisa de nós. Realistas, sigamos nossos mais belos sonhos até os realizar, com cautela. A história se faz por nosso intermédio. Realistas, na decepção, cuidemos para não ficarmos amargos e infrutíferos, como se os pássaros não cantassem. Otimistas, na frustração, imaginemos que amanhã será diferente e prossigamos apreciando o perfume das flores. MELHORES ATITUDES Não adianta negar fatos que nos entristecem, e talvez nos envergonhem. Pastoreemos nossas nossas emoções. Davi, morto o primeiro filho com Bate-Seba, agiu assim: “Então Davi se levantou do chão, lavou-se, ungiu-se, trocou de roupa, entrou na Casa do SENHOR e adorou. Depois, voltou para o palácio e pediu comida; puseram-na diante dele, e ele comeu. O seus servos lhe disseram: — Que é isto que o senhor fez? Pela criança viva o senhor jejuou e chorou, mas, depois que ela morreu, se levantou e se pôs a comer! Davi respondeu: — Enquanto a criança ainda estava viva, jejuei e chorei, porque dizia: Talvez o SENHOR se compadeça de mim, e a criança continuará viva. Mas agora que ela morreu, por que jejuar? Poderei eu trazê-la de volta? Eu irei até ela, mas ela não voltará