ACADEMIA DA ALMA, 8 A vida em 10 atitudes, 2 RELACIONE-SE COM INTEGRIDADE PARA MEMORIZAR "Não farás para ti imagem de escultura. (…) Não as adorarás, nem lhes darás culto". (Êxodo 20.4-5) PARA PENSAR "Se exaltamos o dinheiro, o status ou sexo acima da Palavra de Deus, estamos vivendo na idolatria. Cada vez que interiormente nos submetemos às fortalezas do medo, da amargura e do orgulho, estamos nos curvando aos governantes das trevas. Cada um desses ídolos deve ser esmagado, estilhaçado e apagado da paisagem de nossos corações". (Francis Frangipane) PARA VIGIAR NÃO me relacionarei de forma mercantilista, sempre esperando a recompensa, como se fosse um investimento, nem com Deus e nem com o próximo. Antes, cuidarei para não dar valor divino a objetos de fabricação humana. PARA ALCANÇAR Procurarei ser íntegro em meus relacionamentos. UM HOMEM NA ESTRADA DA AUTOTRANSFORMAÇÃO Em busca do afeto, de que todos precisamos, podemos comprá-lo. Walter era um homem admirável. Empresário bem sucedido, já tinha dado uma guinada em sua vida. A partir daí, colocou o dinheiro em segundo plano e decidiu pôr o foco da sua vida em ajudar pessoas a realizarem seus projetos. Ele não aparecia. Seu dom era desenvolvido nos bastidores. Muitas pessoas se aproximavam dele. Quando ele estava, o jantar era nos melhores restaurantes e a conta ele pagava, discretamente, pois não tinha essa vaidade. Assim mesmo, ele sentia que havia algo errado em sua vida. Numa noite, foi visitar sua mãe, depois de algumas semanas, e começaram a conversar. Falaram da falta do pai, morto cedo. Do início difícil, que incluiu um período como imigrante em outro país. Do seu casamento, que fracassara. Do sucesso num grande empreendimento imobiliário, que lhe deu tranquilidade financeira para o resto da vida. Dos amigos, dos muitos amigos, alguns dos quais só apareciam em certos momentos. Do novo casamento, que ia bem. Foi dormir, ainda na casa da mãe. O sono foi difícil, na busca do que estava errado e o deixava muito ansioso. Um pensamento começou a vir à sua mente e, depois, a perturbá-lo. Ele tinha muitos amigos. Parece que dependia desses amigos para ser feliz. Não estava bem sozinho, só com eles. Voltou no tempo e um filme de seus relacionamentos foi se descortinando diante dos seus olhos, com muita nitidez. Walter notou que, como todos os seres humanos, precisava de afeto, gostava de ser bem visto pelos outros, apreciava ser o alvo das atenções. Se as pessoas percebiam, ele não sabia, mas agora estava claro para ele que compra a atenção e o afeto das pessoas, com palavras sempre agradáveis e com reuniões que ele bancava. "Quem são realmente meus amigos?" Sua lista de contatos era imensa. Quantos recebera em sua casa? Quantos o tinham recebido nas suas? Walter ficou feliz porque tinha amigos, mas perturbado porque alguns não o eram de fato. Suas amizades tinham sido compradas. Esses relacionamentos não eram sinceros. Walter tomou uma decisão. Em lugar de fazer uma reunião, foi ao encontro de cada um dos seus amigos, os amigos cujas amizades não foram compradas, e lhes disse: — Percebi que eu comprava as pessoas com minha amabilidade. Eu não era eu. Eu era uma personagem. Mudei. Renuncio a este tipo de relacionamento fantasioso. Quero sinceridade. Quero pessoas que se relacionem comigo pelo que eu sou, não pelo que eu posso lhes oferecer. E se pôs na estrada da autotransformação. 1 TUDO PODE SER IDOLATRADO Deus ordena, no Segundo Mandamento: "Não farás para ti imagem de escultura. (…) Não as adorarás, nem lhes darás culto". (Êxodo 20.4-5) Quando, no primeiro mandamento ("Não terás outros deuses diante de mim" — Êxodo 20.3), Deus parece pedir exclusividade, quando também espera que tenhamos foco. Agora, no segundo, a primeira impressão é que Deus não quer ser representado, por figuras ou estátuas, e não quer que nenhuma outra divindade, que só existem em representações, nos enganem. Ao tempo de Moisés e seus contemporâneos, predominava o politeísmo, com suas variações. Cada povo tinha vários deuses. Todos eram representados por figuras ou estátuas. Podiam ser carregados. Podiam ser postos sobre altares. Cada um deles oferecia em troca da adoração um benefício. Um oferecia fertilidade, outro garantia prosperidade. Na verdade, por não terem existências reais, eram suas representações que ofereciam essas coisas palpáveis. Eles mesmos eram palpáveis, mas não apalpavam. Tinham bocas que não falavam, olhos que não viam, ouvidos que não escutavam, narizes que não cheiravam, mãos que não abraçavam e pés que não andavam (Salmo 115.5-7). Assim mesmo, fascinavam multidões, que se dispunham a pagar altos preços, com mulheres se entregando à prostituição ou sacrificando suas crianças no fogo em honra desses deuses pelas promessas, nunca realizadas, de receberem fecundidade e fertilidade e em seus corpos e terras. "A meta do Segundo Mandamento é negar todos os vícios que desmerecem nossa piedade e nos afastam do verdadeiro Deus". Por isto, Deus nos adverte contra todo tipo de representação (ou ídolo) que se torna o centro de nossa adoração, levando-nos a nos curvar diante da coisa que idolatramos. "A essência da idolatria é a produção de pensamentos sobre Deus que são indignos dele" (A.W. Tozer). Nossa idolatria pode ser religiosa ou secular. As semelhanças entre elas são evidentes. Nossos deuses, na idolatria secular, respondem pelos nomes de Dinheiro, Sexo e Poder, entre outros. Os alvos de nossas idolatrias podem ser figuras ou estátuas objetivas de divindades ou de coisas e causas, desejos e projetos. Temos uma imensa propensão a adorar pessoas ou objetos quando julgamos que seremos bem remunerados. A gratificação (o prêmio, a recompensa) é algo inscrito na cultura, que mercantiliza tudo: das religiões aos relacionamentos. Tudo pode virar deus: dinheiro, poder, sexo, trabalho, sucesso, tecnologia, Tudo pode ser divinizado: heróis, filhos, cônjuges, amigos, grupos, empresas, marcas, objetos, times, lugares Tudo pode ser idolatrado: o corpo, o sentimento, a autoestima, a ideologia, a profissão, o amor, o hábito e a razão. Na verdade, todas estas idolatrias são a uma outra