INTRODUÇÃOPor 289 vezes a palavra “mãe” ou “mães” aparece na Bíblia. Lendo-as, notamos que o princípio segundo o qual as mães devem ser honradas (Êxodo 20.12), junto com os pais, é repetido várias vezes, no Antigo e no Novo Testamento.Elas devem ser honradas por serem mães, mesmo que seus conselhos ou práticas não devem ser seguidos. Temos na Bíblia histórias de mães magníficas e outras nem tanto. Devemos, logo, afirmar que, embora haja uma imensa influência delas sobre os seus filhos, elas não são responsáveis pelas escolhas que eles fazem.Assim, por exemplo, Selomite, filha de Dibri, da tribo de Dã, não é responsável pelo ato de seu filho, que amaldiçoou o nome de Deus, pagando caro por isto, a começar por não ter o seu nome registrado no texto que conta a sua história (cf. Levítico 24.10-11). As mães escolhem caminhos para si e para seus filhos, mas os filhos também fazem o mesmo, para alegria e para tristeza das suas mães e deles mesmos.Quando examinamos especificamente as listas das 15 mães dos reis de Israel, mencionadas nos dois livros de Reis (seguindo um padrão: “era o nome de sua mãe, fulana, da cidade tal”), vemos que, delas, nove foram mães de reis péssimos, reprovados por Deus, e seis foram mães de reis ótimos, aprovados por Deus. Reis reprovados e suas mãesRobão Naamá 1Reis 14.21Absalão Maaca 1Reis 15.22Acazias Atalia 2Reis 8.26Manassés Hefzibá 2Reis 21.1Amom Mesulemete 2Reis 21.19Jeoacaz Hamutal 2Reis 23.31Jeoaquim Zebida 2Reis 23.36Joaquim Neusta 2Reis 24.8Zedequias Hamutal 2Reis 28.18 Reis aprovados e suas mãesJosafá Azuba 1Reis 22.42Joás Zibia 2Reis 12.1Jeoacaz Jeoadã 2Reis 14.2Jotão Jerusa 2Reis 15.33Ezequias Ábia 2Reis 18.2Josias Jedida 2Reis 22.1 Fica evidente, neste exame, que não há uma relação de causa e efeito, em que boas mães gerarão obrigatoriamente bons filhos e também seu oposto, o que não nos autoriza a concluir que as mães não exerçam uma gigantesca influência (negativa e positiva) sobre seus filhos. Sabemos pouco sobre essas mães, embora sejamos informados que algumas davam maus conselhos aos seus filhos, como foi o explicito caso de Atalia, mãe do rei Acazias (2Crônicas 22.3). Podemos, portanto, aprender com as mães da Bíblia. Podemos aprender negativamente também, não lhes seguindo os mesmos caminhos. DESAPRENDENDOComecemos por alguns relatos sobre mães cujos exemplos devem ser recebidos por nós, filhos, como gestos a serem evitados. 1. Não dê nome(s) que marque(m) seu(s) filho(s) negativamente.O nome de uma pessoa pode ter uma importância expressiva sobre a história dos seus filhos, tanto que alguns, no caso brasileiro em que a legislação o permite, buscam trocar os seus.A mãe de Jabez, com a boa intenção de mostrar o seu valor, deu-lhe este nome que significa: “aquele que traz dor ou sofrimento”. Ainda bem que Jabez orou ao Senhor e teve seu nome mudado na prática e se tornou o homem respeito de sua família. (“Jabez foi o homem mais respeitado de sua família. Sua mãe lhe deu o nome de Jabez, dizendo: `Com muitas dores o dei à luz’” — 1Crônicas 4.9).Raquel, a mãe de Benjamim, quando notou que estava prestes a morrer, tentou dar um nome memória ao seu filho (que queria que fosse Benoni, “filho da minha tristeza”), mas Jacó, o pai, pai interveio para que fosse Benjamim, “filho da fortuna” (“Já a ponto de sair-lhe a vida, quando estava morrendo, deu ao filho o nome de Benoni. Mas o pai deu-lhe o nome de Benjamim” (Gênesis 35.18).A criatividade humana não tem limites, fora do Brasil e no Brasil. No caso brasileiro, de uma lista. De nome reais, selecionei os seguintes: Abrilina Décima Nona Caçapavana Piratininga de AlmeidaAdolpho Hitler de OliveiraAmérica do Sul Brasil de SantanaAntônio Morrendo das DoresBarrigudinha SeleidaCafiaspirina CruzChevrolet da Silva FordDisney Chaplin Milhomem de SouzaEsparadrapo Clemente de SáFaraó do Egito SousaGodson (“filho de Deus”, em inglês)Hypotenusa Pereira.Madeinusa (“made in usa”)Necrotério Pereira da SilvaPacífico Armando GuerraTospericagerja (em homenagem à seleção do tri: Tostão, Pelé, Rivelino, Carlos Alberto, Gerson e Jairzinho)Um Mesmo de AlmeidaUsnavy (em homenagem à U.S.Navy, a Marinha norte-mericana).Vicente Mais ou Menos de SousaZicomengo.(Para mais nomes, VEJA. Para mais nomes VEJA TAMBÉM) Eu me chamo Israel, que embora seja o nome de um país contemporâneo, é o de uma personagem do Antigo Testamento, que tem o seguinte significado: “príncipe de Deus” ou “Aquele que lutou com Deus e venceu”. Eu tive uma infância com uma saúde muito difícil, e sempre ouvia o significado do meu nome. Certamente, isto me ajudou. É melhor ser Israel, que tem um significado, do que ser Er (“vigilante”), como queria meu avô, que foi um cara perverso.A lição é clara: devemos dar nome(s) com significado. Se bem não fizerem, mal não farão. Não é bom o Daniel que seu nome quer dizer “Deus é meu juiz”; o Samuel, que seu nome significa “escolhido por Deus”; o João, que seu none quer dizer “Deus tem sido gracioso para comigo”; o José, que seu nome é um pedido: “Deus ajude”; o Davi, que seu nome quer dizer “querido”?Não é bom que toda Ester saiba que, pelo seu nome, é uma “estrela”; que a Eunice saiba que seu nome quer dizer “uma boa vitória”; que a Raquel saiba que, se seguir seu nome, será “mansa como uma ovelha”; que a Rute saiba que, pelo seu nome, é “amiga, companheira”; que a Sara sabia que é uma “princesa”.Não é bom ter nomes que carregam lindas histórias como Lucas (“luminoso”), Paulo (“pequeno”), Pedro (“pedra”), Débora (“abelha”), Maria (“amarga”), Priscila (“antiga”)? 2. Não use seu(s) filho(s) como armas de guerra.Infelizmente, pais (pai e mãe) por vezes entram em conflito, seja por razão nobre (a educação do filho), seja por razão ilegítima (a disputa pelo amor do filho).Temos na Bíblia uma mãe com comportamento reprovável (Gênesis 27). É Rebeca, que com o marido Isaque, tipifica o casal que tem preferência por um dos filhos, levando-a às últimas conseqüências, que, no caso, foram dramáticas, com o surgimento de povos diferentes, descendentes de Esaú, o filhinho do papai, e de Jacó, o filhinho da mamãe.A disputa, alimentada com desconfianças, mentiras e armações,