Refletindo: Colossenses 1.27 Quando a aflição entra em casa, entram sem bater os convites. O mais temível é o convite ao desespero. O desespero nos faz mergulhar ou no silêncio profundo ou no discurso desenfreado. Junto com o desespero, vem o convite à busca de soluções fáceis. Quem se deixa levar por estes convites termina ou num rodamoinho que joga a vida de um lado para outro, com muito movimento e nenhum entendimento, ou num túnel cujo fim é invisível e inalcançável. Nem todos os convites são sombrios, porque há o convite do Evangelho. O convite do Evangelho é o convite à esperança. O convite evangélico à esperança não é aquele oferecido com palavras leves do tipo "vai passar" ou "tudo vai dar certo". O convite do Evangelho não vem embrulhado em palavras que trazem culpa. Quando há responsabilidade pela aflição dentro de casa, o Evangelho não a nega, mas uma vez, admitida, seu perdão fortalece para as próxima etapas, não como carga, mas como alívio. O convite do Evangelho não rejeita também a realidade da vida, muitas vezes aflitiva. Jesus mesmo, que o trouxe, enfrentou aflições e ele nunca pecou. O convite do Evangelho é um desafio: lute. A luta pode demorar, pode doer, pode abater, pode machucar, mas não deve jamais desesperar. Não deve desesperar porque o convite do Evangelho inclui uma promessa: Deus estará conosco durante a luta, seja uma luta contra a saudade de quem se foi, seja uma guerra travada junto com o bisturi ou com o remédio que corta o corpo, seja uma batalha contra o transtorno que quer empurrar a mente para o fundo da caverna, seja a busca pelo fim da decepção que a certeza da injustiça introjeta como se fosse para sempre, ou qualquer outra luta na qual estejamos envolvidos. O convite do Evangelho não diz que Deus impede a luta, mas garante que ele luta conosco. A alternativa é o desespero. Então, enquanto lutamos, fiquemos com o convite do Evangelho à esperança. Sim, há esperança.