Jó 2.13 A arte de visitar Pode ser que o mal não o atinj a, mas atinja outras pessoas, conhecidas ou não. O mal diminui a todos. Foi, assim, solidária a atitude dos amigos de Jó. Eles vieram de longe em solidariedade ao seu amigo para o consolar. Tal era o seu estado que eles não o reconheceram. Quando se encontraram, assentaram-se em silêncio, porque sabiam que palavras, nessas horas, não significam nada. Pena que os amigos de Jó tenham se esquecido do seu silêncio e puseram a explicar o que acontecera ao amigo. Diante da dor de nossos amigos, eis o que devemos fazer: chorar, sentar-se ao lado, consolar. Nossas explicações não ajudam em nada. A maior calamidade é a indiferença. Quando as notícias de uma tragédia nos atingem em cheio, nossa primeira e legítima reação é buscar informações sobre pessoas (parentes ou amigos) presentes nas áreas atingidas. Fazemos bem. Não temos como abraçar o mundo. Melhor faremos, aliviados, se nos interessarmos efetivamente pelas dores dos outros, mesmo que desconhecidos. Somos todos irmãos uns dos outros e todas as mortes devem doer também em nós. Somos parte(s) do mundo. Mais que apenas uma reportagem, portanto, a visão da tragédia deve nos levar a pensar no que podemos fazer, para minorar o sofrimento das vítimas. Se a calamidade se deveu, mesmo que parcialmente, à irresponsabilidade humana, devemos também pensar se, no quinhão que nos cabe, estamos realmente cuidando da terra que nos foi legada para cultivar.