Êxodo 20.13: NÃO MATARÁS (Êxodo 20.13)

NÃO MATARÁS

Êxodo 20.13)

1. INTRODUÇÃO
A cada hora são assassinadas 60 pessoas no mundo. No entanto, o texto bíblico soa muito clara. “Matar é pecado”. Dois milhões de pessoas morrem de forma violenta a cada ano no mundo; destes, 43% são auto-provocados (suicídios), 30% são homicídios e 27% acontecem em guerras.   No entanto, a instrução desce cristalina no Monte Sinai: “não matarás”.
Os negócios com armas fazem girar US$ 21 bilhões, 46% controlados pelos Estados Unidos, onde há uma arma para cada cidadão. No mundo, há 639 milhões de amas de fogo, das quais 18,5 milhões no Brasil, nas mãos de civis, governos e forças armadas. A cada ano são fabricados 7 milhões de revólveres. O número cresce rapidamente. O Brasil está entre os 13 maiores produtores de armas leves (leves, que matam 41 mil pessoas por ano no Brasil, mais que na Colômbia e na Palestina) e entre os três maiores exportadores, juntamente com Estados Unidos e Rússia.   Contudo, a Bíblia (mas quem é que liga para a Bíblia, mesmo entre cristãos?): “Não matarás”.

Ao longo da história, a recomendação divina vem sendo relativizada. Graças a esta relativização, pode-se matar em legítima defesa, até mesmo em legítima da honra preventiva (como no caso do ataque de destruição ao Iraque). Pode-se matar uma criança que ainda não nasceu. Pode-se apressar a morte de um moribundo. O valor bíblico invertido produz morte. Na visão de muitas pessoas, ao longo dos tempos,  a solução para evitar a morte é armar cada cidadão, para que ele mate antes de morrer, embora a Bíblia diga “não matarás”.

A violência está inscrita na alma humana. Desde os primeiros capítulos da Bíblia, esta vocação humana bem está documentada. Conhecedora desta dimensão do humano, a Palavra de Deus não só registra, mas convida a um tipo de vida diferente.
O mandamento divino inclui todo tipo de assassinato. Assassinar é tirar a vida, seja a própria vida, a vida de outra pessoa, a vida de um animal. Matar é impedir que o fôlego da vida, inspirada por Deus, seja interrompido.

2. HÁ EXCEÇÕES AO MANDAMENTO?
A inevitável pergunta é se há exceções a esta regra-de-ouro de Deus.
Os que defendem o aborto, a eutanásia e a guerra encontram razões para justificar suas práticas.
 
ABORTO PROVOCADO
Numa novela (2003), uma moça dizendo-se grávida diz ao namorado que vai “tirar”. Está pressuposto que vai tirar o bebê. O verbo está correto: ela falava em tirar a vida de um bebê, como uma maneira de se livrar de alguém que vai atrapalhar a sua vida.
Hoje no mundo 22% das gravidezes são interrompidas ilegalmente, provocando a morte de 500 mil mulheres. No Brasil, 2 milhões de mulheres procuram clínicas clandestinas para fazer aborto. A cada ano, mais de 250 mil mulheres são internadas com complicações provocadas pela interrupção da gravidez.   São 4 mil abortos por dia, apesar das suas conseqüências. Em um estudo realizado com pacientes que provocaram um aborto, 44% se queixaram de transtornos nervosos, 36% sofriam de alterações do sono, 31% estavam arrependidos da decisão tomada e 11% passaram a tomar psicotrópicos.  
À luz da ciência e da Bíblia, uma criança não nascida é um ser completamente formado, no sentido que toda a informação genética já foi recebida no momento da concepção; ela não receberá outros códigos de vida. Uma criança não nascida é uma pessoa completamente distinta da sua mãe. O bebê desenvolve todas as suas características humanas quando está no ventre. Os cromossomos de uma criança não  nascida são únicos. Toda pessoa é uma criação singular de Deus. Jamais voltará a vida de uma criança não nascida tirada por um aborto.  
Se você está considerando fazer um aborto ou ajudar alguém a fazê-lo, desista. Não seja um homicida. Se você já o fez, ou ajudou alguém a fazer, peça perdão a Deus; o sangue de Jesus na cruz perdoa este pecado. Pode ser que você tenha que pagar pelas conseqüências físicas, mas livre-se das espirituais. Arrependa-se. Mude de vida.
EUTANÁSIA
Quando uma pessoa contrai uma doença incurável ou adquire alguma deficiência muito severa, é comum apelar-se para soluções chamadas de “morte digna”, “liberdade de escolher a própria morte” ou “ato final de autonomia e autodeterminação”. A Holanda adota, desde 2002, a eutanasia. Por isto, o maior medo dos idosos naquele país é ter a sua vida abreviada sem o seu consentimento.

Uma história recente lança uma luz sobre a paciência necessária nos casos de enfermidade longa e sobre como a vida deve ser encarada. Segundo os médicos, o americano Terry Wallis, em coma desde um acidente de carro acontecido há 19 anos, não tinha chances de despertar. Só que algo extraordinário aconteceu. Durante uma visita da mãe, numa casa de repouso (no Arkansas, EUA), seus lábios se moveram e uma palavra brotou: “Mãe”. Depois outras foram surgindo, até que passou a falar tudo o que deseja.

Em 1984, Wallis tinha 19 anos quando sofreu um acidente que o deixou inconsciente e paralítico da cintura para baixo. Ele não viu sua filha nascer. Hoje ela está com 19 anos. O plano de Wallis agora é andar.  
Ele está vivo porque sua família não desistiu dele. Ele está vivo porque a eutanásia não lhe foi aplicada. Ele está vivo porque seus parentes e seus médicos não deixaram de acreditar na vida como um bem e um valor.
Não podemos nos esquecer que Deus é soberano sobre a vida, sobre a morte e sobre o juízo. A vida pertence a Deus. Ele é o doador da vida. Tirá-la é usurpar a autoridade do Criador. Mais que isto, a vida reflete a divindade. Ela tem, portanto, um valor intrínseco. Há uma santidade na vida humana. A prática da eutanásia barateia o preço da vida.  
Não ajude a matar. Ajude a viver. Pratique a distanásia (prolongamento da vida), não a eutanásia (encurtamento da vida).

SITUAÇÕES BÉLICAS E POLICIAIS
Quando preguei, há alguns anos sobre os Dez Mandamentos, referi o absoluto divino “Não matarás”. Ao final, um militar disse ter esperado ouvir algo sobre os que são obrigados a matar em defesa da pátria. A mesma pergunta poderia ser feita por aqueles que atuam nas profissões policiais. Para eles, o “não matarás” continua absoluto?

Pode um cristão envolver-se numa guerra a ponto de matar?
Alguns acham que o cristão deve ir a todas as guerras, desde que ordenadas por seu governo, já que a autoridade é instituída por Deus. Outros acham que, diante do absoluto de Deus, o cristão não pode ir a uma guerra, porque poderá tirar a vida de um semelhante. Uma terceira visão entende que os cristãos só podem participar de guerras justas, que são aqueles que visam fazer o bem maior, como desejado por Deus.  
O cristão precisa reconhecer que deve se submeter aos governos instituídos (1Pedro 2.13), desde que estes não tomem o lugar de Deus. Importa a obedecer a Este e não aqueles. Especificamente diante de uma guerra, o cristão deve decidir se participa ou não dela, não importa o preço a pagar. Se a guerra for justa e sua participação implicar em matar diretamente alguém,  ele não pecará.

No entanto, devem ser respeitados aqueles cristãos que são pacifistas absolutos. O pacifismo é o caminho ideal, num mundo ideal. No mundo real, os cristãos poderão ter que abrir mão dele, mas devem ser respeitados em seu direito de consciência de objeção à guerra.

E o que dizer dos policiais, encarregados de defender a segurança dos cidadãos? A profissão é legítima, como o é dos membros das forças armadas. E se o exercício da sua função implicar em sacar de uma arma e matar um fora-da-lei?
Se o policial não tiver outro jeito, mas não tiver outro jeito mesmo, atirar pode ser uma necessidade na defesa de um bem maior, no caso, a defesa da sociedade, uma vez que ele, na função, representa esta sociedade. Ele pecará, se odiar.

3. POR UMA CULTURA DA PAZ
Em todas as circunstâncias, precisamos de uma cultura da paz.
Estamos na Década Internacional para uma Cultura da Paz e da Não Violência para as Crianças do Mundo (2001-2010), estabelecida pela Organização das Nações Unidas. A ONU tem, então, convidado “a sociedade civil, nos níveis local, regional e nacional, a alargar o âmbito das suas atividades destinadas à promoção de uma cultura da paz e da não-violência, através da criação de parcerias e da partilha de informações, contribuindo, assim, para um movimento global em prol de uma cultura da paz, e incentiva a sociedade civil, incluindo as organizações não-governamentais, a prosseguir os objectivos da Década através da adopção do seu próprio programa de actividades, por forma a complementar as iniciativas dos Estados-Membros, das organizações do sistema das Nações Unidas e de outras organizações mundiais e regionais”.   

O que a ONU pede é um “compromisso de respeitar a vida e a dignidade de cada pessoa, praticando a não violência ativa e rejeitando a violência sob todas as formas – física, sexual, psicológica, econômica e social. Esse compromisso deve estar presente na vida diária de cada pessoa, na família, no trabalho, na comunidade e no país em geral”.   
Os fundamentos desta cultura da paz, admitam-no ou não os homens, estão nos Dez  Mandamentos, que foram radicalizados (não relativizados) por Jesus Cristo, quando disse:

Ouvistes que foi dito aos antigos: “Não matarás”; e, “Quem matar será réu de juízo”.
Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: “Raça”, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: “Tolo”, será réu do fogo do inferno.    
Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta.
Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele; para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda, e sejas lançado na prisão (Mateus 5.21-26).

Este é o nosso absoluto.

4. CONCLUSÃO
Devemos respeitar nossa própria vida. Nosso corpo é templo do Espírito Santo, pelo que devemos glorificar a Deus em nosso corpo e em nosso espírito (1Coríntios 6.19-20)
Devemos aceitar o oferecimento da vida, por meio da morte, apresentado a nós por Jesus Cristo. Sabemos que o salário do pecado é a morte, mas o dom de Deus é a vida eterna através de Jesus Cristo, nosso Senhor (Romanos 2.23). Ele nos criou e nos dá a vida eterna.
Devemos respeitar a vida dos outros. E nós viveremos o absoluto de Deus,
. defendendo a vida, sempre, pois ela tem uma dignidade própria como criação de Deus, de quem o homem é imagem e semelhança;
. afirmando a vida, sempre, mesmo que isto nos coloque contra a corrente, que favoreça o aborto;
. praticando a distanásia, nao a eutanásia;
. abandonando toda a negligência, o que pode incluir a luta pelo desarmamento (só no Brasil 100 mil armas já foram tiradas de circulação, graças às campanhas).
. promovendo a paz. (Ou será que os não-cristãos serão campeões desta causa?)

DEZ MANDAMENTOS, 7
NÃO ADULTERARÁS (Êxodo 20.14)
Não adulterarás.
(Preparado para ser pregado na IB Itacuruçá, em 24.8.2003.

INTRODUÇÃO
Escrevendo sobre o tema da natalidade entre os pobres, o médico Drauzio Varella começou assim o seu artigo:”O problema mais grave do país talvez seja o da natalidade entre a população pobre. Tenho consciência plena de que essa afirmação é considerada politicamente incorreta e que me traz problemas com certas alas da intelectualidade todas as vezes que a faço. Mesmo assim, vou insistir nela”. (VARELA, Drauzio. De volta à natalidade. Folha de S.Paulo, 23.8.2003. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2308200323.htm>. Acessado em 23.8.2003.)
Para muita gente, a concepção é um assunto de foro íntimo, mesmo que as pessoas não saibam o que seja foro íntimo, quando dão livre vazão à sua sexualidade, seja com pessoas do sexo oposto ou do mesmo sexo.
Sim, a decisão sobre o envolvimento sexual foi confinada ao território da individualidade. Cada um é responsável por sua sexualidade. Ninguém, nem mesmo Deus, pode orientar o outro nesta questão, sob pena de estar invadindo a privacidade alheia.
Para estar pessoas, a santidade também é uma questão interior. Não há padrões, porque os padrões podem adoecer as pessoas, que devem exercer a sua liberdade plena, inclusive no campo da sexualidade, como se não houvesse pecado abaixo do Equador, nem acima… Agostinho, tirado do contexto, é chamado por alguns, dentro e fora da igreja, para apoiar o libertinismo que sempre condenou: “Ame e faça o que quiser”.
O cristão, no entanto, que se deixa orientar por Deus através da Bíblia, em lugar de querer orientar a Deus, não precisa se preocupar com a acusação de estar sendo politicamente incorreto. O mandamento soa cristalino em Êxodo 20.14 e em Deuteronômio 5.18: “Não adulterarás”. O mandamento ali está porque a conjugação do verbo adulterar é tão antigo quanto o verbo pecar.

1. Este é um mandamento tão importante quanto os outros
Este mandamento é tão importante quanto os demais. Nem mais nem menos importante. A Bíblia não hierarquiza os pecados. O profeta Malaquias coloca igualmente o adultério no mesmo plano de outras abominações contra Deus, que fala, pela bosca do seu enviado:

Chegar-me-ei a vós outros para juízo; serei testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o salário do jornaleiro, e oprimem a viúva e o órfão, e torcem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos Exércitos.
Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.
Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos.
(Malaquias 3.5-7)

Outro profeta (Oséias) repete a mesma percepção:

O que só prevalece é perjurar, mentir, matar, furtar e adulterar, e há arrombamentos e homicídios sobre homicídios.
Por isso, a terra está de luto, e todo o que mora nela desfalece, com os animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar perecem.
(Oséias 4.2-3)

O apóstolo Paulo segue na mesma direção:

Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.
Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.
(1Coríntios 6.9-11)

Ao escrever assim, o apóstolo Paulo está na tradição de Jesus, que arrola o adultério no mesmo grupo daquilo que poderia ser classificado de pecado capital: Do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias (Mateus 15.19).

Não há dúvida, portanto, que o adultério integra a relação dos atentados contra a santidade, santidade requerida por Deus a cada um de nós, não importam idades, estados civis, momentos de vida cristã.
Como é bom saber que muitos hoje cristãos um dia estiveram fora dos padrões de Deus, mas hoje agora procuram viver segundo estes padrões, mesmo enfrentando a pressão de não os seguir.
No entanto, como é triste ver que muitos cristãos, que um dia deixaram de ser adúlteros, voltaram a achar que o adultério é compatível com a fé cristã!

2. O mandamento contra a adultério não é contra o exercício da sexualidade, mas contra o seu domínio sobre o ser humano

Faz parte das regras de ouro porque (e Deus o sabe) a sexualidade é parte essencial da vida. Em certo sentido, sexo é vida, embora a vida não seja sexo, mas amor.
Não por acaso a Bíblia contém dois livros sobre o amor conjugal: Rute e Cântico dos Cânticos.
O problema é que sexo é desejo que reivindica nos dominar. O adultério é o triunfo do desejo, a derrota da razão. O conselho bíblico é a outro, porque parte de outro pressuposto, o de que podemos vencer nossos desejos:
Nnão permitam que o pecado continue dominando os seus corpos mortais, fazendo que vocês obedeçam aos seus desejos (Romanos 6.12). Afinal, os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos (Gálatas 5.24).

O adultério é pecado contra o outro, contra si mesmo e contra Deus. José do Egito o entendeu, como o demonstra a narrativa sagrada:
Depois de certo tempo, a mulher do seu senhor começou a cobiçá-lo e o convidou:
— Venha, deite-se comigo!
Mas ele se recusou e lhe disse:
— Meu senhor não se preocupa com coisa alguma de sua casa, e tudo o que tem deixou aos meus cuidados. Ninguém desta casa está acima de mim. Ele nada me negou, a não ser a senhora, porque é a mulher dele. Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus?
Assim, embora ela insistisse com José dia após dia, ele se recusava a deitar-se com ela e evitava ficar perto dela. (Gênesis 39.7-10)

3. A prática do adultério é um atentado contra a santidade e contra a inteligência
A prática do adultério pressupõe um certo tipo de onipotência, a de que não serão descobertos. Eis a lógica do pecado: aguardam o crepúsculo os olhos do adúltero; este diz consigo: “Ninguém me reconhecerá”; e cobre o rosto (Jó 24.15).
Por isto, a sabedoria bíblica lembra:
O que adultera com uma mulher está fora de si; só mesmo quem quer arruinar-se é que pratica tal coisa.
Achará açoites e infâmia, e o seu opróbrio nunca se apagará.
Porque o ciúme excita o furor do marido; e não terá compaixão no dia da vingança.
Não se contentará com o resgate, nem aceitará presentes, ainda que sejam muitos. (Provérbios 6.32-35)

4. Casamentos são rompidos, vidas são destruídas por causa do adultério
A fidelidade matrimonial é uma condição, embora não seja a única, para a estabilidade do casamento. Por isto, é digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros (Hebreus 13.4)
O dr. Drauzio Varella poderia ter acrescentado que não é só a falta de educação para a natalidade a raiz de nossos problemas sociais. O sexo fora do casamento está na raiz também desses males. Filhos indesejados porque frutos da aventura são filhos que poderão ser desajustados.

5. A pureza sexual é um valor último. por isto, ela começa no coração do homem
Jesus é radical. Disse ele: Ouvistes que foi dito: “Não adulterarás”. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela (Mateus 5.27-28).

6. A punição para o pecado do adultério é a morte, sentença abolida pela graça, que não nos deve levar ao libertinismo, que é achar que temos um corpo e não que somos um corpo, porque somos um corpo em que habita o Espírito Santo de Deus, a quem abafamos e entristecemos quando pecamos.

Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera. (Levitico 20.10)

Ao morrer na cruz, Jesus perdoou/perdoa todos os nossos pecados, desde que haja arrependimento, que inclui o desejo de não praticar mais aquele pecado.
Não importa o pecado que tivermos cometido, adultério ou outro, o sangue de Jesus nos purifica, mas o poder deste sangue  está limitado ao arrependimento.
A síntese apostólica é que Deus é luz; nele não há treva alguma. Se afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. (…) Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. (1João 1.5-9)

CONCLUSÃO
Estejamos atentos a todos os mandamentos de Deus, absolutos para as nossas vidas.

E as borlas estarão ali para que, vendo-as, vos lembreis de todos os mandamentos do Senhor e os cumprais; não seguireis os desejos do vosso coração, nem os dos vossos olhos, após os quais andais adulterando, para que vos lembreis de todos os meus mandamentos, e os cumprais, e santos sereis a vosso Deus. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito, para vos ser por Deus. Eu sou o Senhor, vosso Deus.
(Números 15.39-41)

Quando você se mantém puro no casamento, quando você espera a hora do casamento para ter uma vida sexual ativida, você está um pouco sozinho neste mundo, mas está na companhia de Deus. Não vale a pena?

NÃO FURTARÁS, 1
Exodo 20.15

A diferença entre furtar e roubar. O roubo inclui o furto.

1. Seja honesto
Seja honesto em relacao ao dinheiro, aos recursos financeiros, aos bens, às idéias dos outros.

Respeite a propriedade patrimonial do outro. O que é seu pode ser do outro, mas o que é do outro só pode ser seu se voce o receber. Se achou algo, devolva; faça tudo o que estiver ao seu alcance para devolver. Se pegou emprestado (dinheiro, livro ou cadeira), devolva. Se comprou, pague.

Se algo foi colocado sob sua administração, administre: não desvie para si, nao desvie para outro. Se voce é empregado, nao se esconda atras da injustica do patrao para fraudá-lo, seja fingindo que trabalha ou fazendo as coisas de qualquer jeito.

Respeite os direitos do autorais. Dê crédito às idéias dos outros. Nao copie trabalho dos outros, mesmo que seja na internet. Nao cole. Nao pirateie CD. Nao xeroque livro. Nao pirateie software.

Respeite os principios da honestidade nas relacoes comerciais. Nao corrompa. Nao dê dinheiro por fora. Nao  dê propina. Se errou no transito, pague a multa; nao tente subornar o guarda.  Nao se deixe corromper. Nao receba dinheiro por fora. Nao faça favores em  troca de dinheiro. Nao queira levar vantagem sempre.
Criticamos, corretamente, a corrupção dos outros, especialmente dos politicos e empresarios. Que você possa ser colocado na balanca e nao ser achado em falta.

O poder revela. Robert Caso.

O empresário cristão deve preferir nao ganhar a ganhar pouco. Por obediência. Por sabedoria. O caso de Vitória em que um empresário cristão foi convidado a participar de um esquema. Ele se recusou. Logo depois o esquema passou a ser investigado. Ele me disse:
–  Prefiro nao ganhar … Se eu tivesse entrado, estaria em dificuldade.

“Não cometereis injustiça no juízo, nem na vara, nem no peso, nem na medida.
Balanças justas, pesos justos, efa justo e justo him tereis. Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito”. (Levitico 19.35-36)

Ha varias maneiras de furtar. Ha varias maneiras de justificar o furto. Nao crie justificativas para o furto. Mesmo justificado, o furto continua furto.
Seja íntegro.

2. Busque a dignidade do outro.
“Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando” (Tiago 4.17)

2.1. Nao furte afeto.
Não deixe de dedicar afeto aos outros, familiares ou nao, so porque voce foi ofendido ou porque o outro nao lhe é simpático.
“Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens”  (Romanos 12.17)

2.2. Nao furte a dignidade do outro.
Nao deixe de promover o outro.
Os problemas do nosso País não são maiores porque temos buscado ser sal e luz  da terra. Os problemas do nosso País estão neste nivel porque temos nos omitido. Omitir-se é uma forma de furtar.

2.3. Nao se deixe dominar pelo espirito de competicao.
“E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos” (Galatas 6.9).

3. Goste de ser generoso.
3.1. Goste de ser generoso com os outros.
O caso da doação do palm.

Nao retenha o que voce consegiu. Compartilhe-o com os outros.

Deixe que as pessoas se expressem. Aprenda a ouvir.

Não furte aos outros o seu direito de terem um relacionamento com Deus.
Leve Cristo a outras pessoas. Não lhes furte a graça.

3.2. Goste de ser generoso consigo mesmo.
Nao aceite a religiao da mortificacao e da tristeza. Nós fomos feitos para a alegria.
Aproveite a vida. Sorria.
Nao seja mesquinho, preocupado só em poupar, guardar, acumular. Nao furte de você mesmo o prazer de viver.  
“Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe gostosamente o teu vinho, pois Deus já de antemão se agrada das tuas obras . (Eclesiastes 9.7)
Alegria é a palavra que descreve o céu. No Apocalipse, Jesus é apresentado como aquele que enxuga do rosto todas as lágrimas.
Você foi chamado para uma vida transbordante.

3.3. Goste de ser generoso com Deus
Seja generoso com Deus, deixando que Ele se revele a você. Deixe Deus se revelar. Pare de  tentar aprisionar Deus.  Não furte a Deus o desejo de lhe fazer feliz.

Devolva a Deus parte daquilo que lhe deu. “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria” (2Co 9.7).

NÃO DIRÁS FALSO TESTEMUNHO
“Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”.
Êxodo 20.16 (cf. Deuteronômio 5.20)

INTRODUÇÃO
Todo o sistema judicial hebreu era baseado no testemunho. Todas as provas eram colhidas a partir das falas das testemunhas (cf. Deuteronômio 19.15-21). Uma palavra podia salvar ou condenar, à morte até.
Mais que isto, o cuidado na palavra decorre também da sua importância. O mundo natural foi feito pela Palavra… de Deus. O mundo foi criado por Jesus, Palavra encarnada de Deus. O mundo da cultura e da convivência é construído pelas nossas palavras, que produzem diferença e indiferença, calor e distância, vida e morte.
Todos precisamos falar, porque não sabemos viver sem falar. Nós nos constituímos falando. Uma palavra (um nome) nos identifica. Uma palavra nos abate. Uma palavra nos levanta. Uma palavra povoe nossos lábios de riso. Uma palavra sulca os nossos olhos com lágrimas. Porque precisamos falar, precisamos aprender a controlar a fala, para não sermos controlados por ela.
O nono mandamento nos ajuda nesta difícil jornada.

1. A DIMENSÃO JUDICIAL
A expressão “falso testemunho” evoca diretamente a mentira num julgamento. Até hoje o testemunho falso é condenado. Num tribunal, as testemunhas são obrigadas a dizer a verdade, tão somente a verdade, para que se produz a justiça.
Já no período do antigo Israel, uma pessoa que testemunhasse falsamente contra outra devia ser punida com a pena que o injustamente acusado deveria receber. (Se uma testemunha falsa quiser acusar um homem de algum crime, os dois envolvidos na questão deverão apresentar-se ao Senhor, diante dos sacerdotes e juízes que estiverem exercendo o cargo naquela ocasião. Os juízes investigarão o caso e, se ficar provado que a testemunha mentiu e deu falso testemunho contra o seu próximo, dêem-lhe a punição que ele planejava para o seu irmão  — Deuteronômio 19.16-19). O ideal bíblico é transparente: A testemunha sincera não engana, mas a falsa transborda em mentiras (Provérbios 14.5).
Se algum de nós tiver que ir a juízo deve se lembrar das instruções divinas: Não levantarás falso boato, e não pactuarás com o ímpio, para seres testemunha injusta (Êxodo 23.1). Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda darás testemunho, acompanhando a maioria, para perverteres a justiça (Êxodo 23.2). Afinal, a testemunha que fala a verdade salva vidas, mas a testemunha falsa é enganosa (Provérbios 14.25).
O código penal brasileiro (Artigo 342) pune com um a três anos de reclusão e multa aquele que fizer “afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha em processo judicial ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral”.

O significado de falso testemunho pode ser ampliado além de sua dimensão judicial.

3. A MENTIRA
É falso testemunho mentir, para prejudicar alguém.
Vi, recentemente, num programa de televisão (não sei se verdadeiro ou mentiroso…), as conseqüências da mentira. Uma jovem confessou à sua mãe uma mentira. Há alguns anos sumira uma jóia na casa. A moça a pegara para beneficiar uma amiga em dificuldade mas disse que fora a empregada que a roubara. A empregada foi demitida. À mãe só coube desesperar-se pela injustiça que praticara e que agora não podia mais reparar.
Todos nós conhecemos histórias deste tipo, com conseqüências mais ou menos trágicas..

É falso testemunho mentir, para se autopreservar ou para parecer aquilo que não se é.
Um erro cometido não pode ser escondido por uma mentira. A mentira não redime. Só a confissão pode trazer a cura para a mentira.
Jesus Cristo radicaliza contra os mentirosos: eles têm um pai, o Diabo, e querem realizar o desejo dele. O Diabo foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira (João 8.44-45). Por isto, o nosso “sim” deve ser “sim” e o nosso não deve ser não; o que passar disso vem do Maligno (Mateus 5.37).
Diante da mentira, a recomendação bíblica é sempre muito clara: Cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo (Efésios 4.25).

4. O JULGAMENTO INDEVIDO
É falso testemunho emitir julgamento indevido contra alguém
Ouçamos o que diz Jesus: Não julguem, para que vocês não sejam julgados.
Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês. Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?
Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma viga no seu? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão (Mateus 7.1-5)

Notemos que Jesus não nos disse para não julgar, porque isto é impossível, mas que primeiro nos julgássemos a nós mesmos. “Cristo não nos impôs a abstenção de jamais julgarmos”. O que Ele pede é que devemos nos julgar a nós mesmos antes de julgar os outros. “Reconhecendo a malignidade potencial dos julgamentos morais, Ele nos instruiu não para que nos abstivéssemos em qualquer circunstância de os emitir, mas para que nos purifiquemos antes de os emitir. Aqui é onde os malignos fracassam. É a autocrítica o que eles evitam”. (PECK, M. Scott. O  povo da mentira. Rio de Janeiro: Imago, 1992, p. 309).
Só devemos julgar se for para curar. Fora disto, todo julgamento é filho do ressentimento, todo julgamento é indevido, todo julgamento é falso testemunho. “Se for a de aumentar a nossa auto-estima, o nosso orgulho, então o propósito [do julgamento] está errado” (PECK, M. Scott, op. cit., p. 309). Desejar curar é viver a graça de Deus.

5. A INFORMAÇÃO SOBRE A VIDA ALHEIA
É falso testemunho criar ou repetir informação sobre alguém sem o cuidado do amor.
Uma das expressões mais eloqüentes do falso testemunho é a fofoca, essa filha da arrogância, que se traduz em termos de informação irresponsável sobre alguém, do dito maldoso, do disse-me-disse irrefletido, do comentário em segredo sobre alguém, da intromissão descaridosa na vida de alguém.
Numa igreja local, a fofoca é o pecado que mais danos provoca. Somos criativos nesta arte. Somos capazes até de cometer o sacrilégio de usar a oração para informar, como quem não queremos nada, sobre as vidas dos outros. Já na igreja de Tessalônica (2Tessalonicenses 3.11) o mal rondava a comunidade.
Na cultura de massa contemporânea, fofoca vende revistas aos milhares e dá uma boa audiência a programas de televisão. E a razão do sucesso é muito simples: as pessoas têm prazer em saber coisas acerca das vidas das pessoas, principalmente se tiveram alguma fama, mesmo que fabricada para o circuito da fofoca. Em resumo: há revistas e programas de fofocas porque há quem os consuma. A maldade foi transformada em passatempo.
Nas relações pessoas, há a fofoca ativa e a fofoca passiva. Quem faz fofoca testemunha falsamente. De igual modo, quem ouve fofoca, quem dá ouvido a maledicências, também testemunha falsamente. O ímpio dá atenção aos lábios maus; o mentiroso dá ouvidos à língua destruidora (Provérbios 17.4). Não haveria lábios maledicentes se não houvesse ouvidos maledicentes. Ambos se comportam mau. Ambos amaldiçoam. Como um pedaço de pau, uma espada ou uma flecha aguda é o que dá falso testemunho contra o seu próximo (Provérbios 25.18).

Na verdade, falar mal do outro ou sentir prazer em ouvir o que se fala de mal do outro tem a ver com o mandamento anterior: “não furtarás”. A maledicência é uma espécie de furto da reputação alheia.

6. O PROBLEMA ESTÁ NO CORAÇÃO
Diz o provérbio sagrado que há seis coisas que o Senhor odeia, sete coisas que ele detesta: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que traça planos perversos, pés que se apressam para fazer o mal, a testemunha falsa que espalha mentiras e aquele que provoca discórdia entre irmãos (Provérbios 6.16-19).
Antes que venha a pergunta se o que Deus abomina são seis ou sete práticas humanas, é preciso lembrar que o recurso da literatura hebraica indica a lista não é exaustiva; estas sal algumas coisas das quais Deus não se agrada, mas há outras, muitas outras.
Esta lista de Provérbios trata, como os Dez Mandamentos, das manifestações do coração. Todas as regras do Pentateuco e do Antigo Testamento em geral, especialmente aquelas voltadas para o próximo, são para controlar as ações do coração humano. No entanto, não há regra que impeça o surgimento do mal. Quando Deus nos adverte para não dizer falso testemunho contra o próximo, está nos ensinando a evitar as conseqüências do mal, que foi gerado dentro de nós.
Em outras palavras, a língua é o instrumento pelo qual se aplica a pena de morte, mas a sentença foi proferida no coração. Jesus sabia disso. Por isto, Ele sempre pôs o foco da maldade onde o foco está: no coração. É dali que partem as nossas decisões, tanto o de fazer o bem quanto o de fazer o mal. Eis o que ele ensinou, com a dureza da Sua ternura:
Raça de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas boas?
Pois a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom do seu bom tesouro tira coisas boas, e o homem mau do seu mau tesouro tira coisas más.
Mas eu lhes digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado. Pois por suas palavras vocês serão absolvidos, e por suas palavras serão condenados (Mateus 12.34-37).
Não devemos nos preocupar, portanto, com a língua do maledicente, mas com o coração dele.

Como está o seu coração? Como estão os nossos corações?
Deixemos o Espírito Santo sondá-lo.
Façamos do nosso coração um “agradável lugar de abrigo” (M. Scott Peck) para o outro.
Continuemos em combate contra a nossa capacidade de produzir o mal.

Perdoemos aquele que proferiu falso testemunho contra você. Perdoemos quem fofocou contra nós.
Peçamos perdão àquele contra quem proferimos uma palavra inadequada, ofensiva ou não, mesmo que verdadeira.

Em todo este desejo, sigamos as orientações apostólicas: Abandonem todas estas coisas: ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente no falar. Não mintam uns aos outros, visto que vocês já se despiram do velho homem  com suas práticas e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador. Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos(Colossenses 3.8-10,15).

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