Êxodo 20.4-5: A QUEM ADORAMOS

A QUEM ADORAMOS

Êxodo 20.4-5

1. INTRODUÇÃO
A adoração a imagens de Deus é mais antiga que adoração ao próprio Deus.
O homem sempre encontrou prazer neste tipo de veneração.

Três textos bíblicos nos ajudam na compreensão desta humaníssima realidade:
Jeremias 44.19 — E as mulheres acrescentaram: “Quando queimávamos incenso à Rainha dos Céus e derramávamos ofertas de bebidas para ela, será que era sem o consentimento de nossos maridos que fazíamos bolos na forma da imagem dela e derramávamos as ofertas de bebidas?”

Romanos 1.21b-23 — Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis

Isaías 32.8 — “Eu sou o SENHOR; este é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor.”

2. O DEUS QUE É
Nos Dez Mandamentos, no entanto, aprenemos quem Deus é.

2.1. Deus é irrepresentável.
Precisamos aprender a conviver com esta verdade, por mais que seja sedutor representá-lo.

2.2. Deus é irrepresentável porque não é controlável.
Precisamos aprender a adorar a Deus, em lugar de tentar adestrá-lo para que caiba em nossos esquemas, para fazê-lo nos servir.

2.3. Deus irrepresentável para que tenhamos com um relacionamento profundo.
Tendemos a nos relacionar com um deus representável  porque preferimos relacionamentos superficiais. O Deus irrepresentável é um Que é o Que é, não podemos fazer dele o que não é. Ele nos pergunta. Ele nos desafia. Ele cobra de nós.
Deus tem vontade própria. Sua misericórdia é mais ampla do que o seu zelo.

3. OS DEUSES QUE NÃO SÃO
Além de nossos conceitos errados acerca de Deus, ainda erigimos à categoria de Deus pessoas, atitudes e objetos. A estes não devemos adorar.

3.1. Os nossos ídolos
3.1.1. A idolatria, no sentido estrito, consiste na criação de ídolos (representações) que interpomos entre nós e Deus.

Por isto, há tantas advertências no Antigo Testamento:

Levítico 26.1.30 — Não fareis para vós outros ídolos, nem vos levantareis imagem de escultura nem coluna, nem poreis pedra com figuras na vossa terra, para vos inclinardes a ela; porque eu sou o SENHOR, vosso Deus.
Destruirei os vossos altos, e desfarei as vossas imagens do sol, e lançarei o vosso cadáver sobre o cadáver dos vossos deuses; a minha alma se aborrecerá de vós.

Números 33.51-52 — Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando houverdes passado o Jordão para a terra de Canaã, desapossareis de diante de vós todos os moradores da terra, destruireis todas as pedras com figura e também todas as suas imagens fundidas e deitareis abaixo todos os seus ídolos.

Deuteronômio 4.15-19 — Guardai, pois, cuidadosamente, a vossa alma, pois aparência nenhuma vistes no dia em que o Senhor, vosso Deus, vos falou em Horebe, no meio do fogo; para que não vos corrompais e vos façais alguma imagem esculpida na forma de ídolo, semelhança de homem ou de mulher, semelhança de algum animal que há na terra, semelhança de algum volátil que voa pelos céus, semelhança de algum animal que rasteja sobre a terra, semelhança de algum peixe que há nas águas debaixo da terra.
Guarda-te não levantes os olhos para os céus e, vendo o sol, a lua e as estrelas, a saber, todo o exército dos céus, sejas seduzido a inclinar-te perante eles e dês culto àqueles, coisas que o Senhor, teu Deus, repartiu a todos os povos debaixo de todos os céus.

Apesar destes avisos, Israel caiu, ainda mesmo no deserto, como o narra o Salmo 106.19-22:
Em Horebe fizeram um bezerro, adoraram um ídolo de metal.
Trocaram a Glória deles pela imagem de um boi que come capim.
Esqueceram-se de Deus, seu Salvador, que fizera coisas grandiosas no Egito, maravilhas na terra de Cam e feitos temíveis junto ao mar Vermelho.

A idolatria neste sentido não representa qualquer sedução para o homem brasileiro contemporâneo. Há outras, no entanto, que representa, como são os casos da astrolatria dos horóscopos.

3.1.2. A advertência bíblica tem a ver originariamente contra o politeísmo (a adoração de vários deuses) e depois com a iconolatria (a veneração de santos, isto é, de pessoas mortas olhadas como intermediários entre os vivos e Deus. O ensino bíblico é que não hão há mediador (entre Deus e o homem) além de Jesus Cristo. (Deus, nosso Salvador, (…) deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em seu próprio tempo. — 1Timóteo 2.4-6)
A ICONOLATRIA, no sentido de apelo a inercessores/mediadores, continua um probolema, especialmente na experiência brasileira.

3.1.3. A advertência bíblica tem um sentido mais largo, que é a veneração (amor exagerado) por outras pessoas. Há pessoas  que amam demais, como se adorassem (prestassem culto) a outras pessoas. Isto se aplica a todo tipo de veneração. O verbo venerar (venerari) vem de ‘honrar a Vênus’ ee foi depois aplicado depois aos outros deuses e, por extensão, a todo ser ou objeto digno de veneração (honra).
Esta veneração pode incluir pessoas (como pessoas famosas, esportistas, atores – Bienal do Livro, pastores e líderes religiosos) e coisas. Algumas gostam desta idolatração. Há pastores que gostam, que promovem um culto a si mesmo.

Esta veneração pode incluir coisas, como o dinheiro, um deus de todos os séculos, ao ponto de Jesus nos advertir que não podemos servir/adorar a Deus e a mamom (a palavra aramaica para riqueza) ao mesmo tempo. Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque ou há de aborrecer a um e amar ao outro ou se há de chegar a um e desprezar ao outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. (Lucas 16.13) É possível que se perguntássemos às pessoas se preferem ter muito dinheiro agora ou receber o céu no futuro, muitas preferissem a primeira hipótese.

3.2. O nosso eu
Nós mesmos podemos de tal modo amar a nós mesmos, que nos fazemos deuses. Não há intermediários entre nós e Deus, porque nós somos deuses.
De tal modo, nossos desejos são o que mais nos importam que Deus fica em plano secundário, se é que ficam em algum plano.
De tal modo, vivemos para nós mesmos, que ninguém mais importa. O nosso culto é ao nosso desejo, ao nosso corpo, ao nosso caráter, à nossa razão. Há pessoas cujo ego não cabe dentro si.
A egolatria é uma enfermidade espiritual, que Deus abomina.
A submissão ao prazer, como se o prazer fosse o sentido da vida, leva muitos a este tipo de pecado contra Deus.
Há pessoas, adverte o apóstolo Paulo, que  adoram seu próprio ventre.
— Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos símplices. (Romanos 16.18)
— O fim deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles é para confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas terrenas. (Filipenses 3.19)
— Os manjares são para o ventre, e o ventre, para os manjares; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo. (1Coríntios 6.13)

3.3. As bênçãos
Há muitos cristãos que não buscam a Deus, mas suas bênçãos. O Deus de sua imagem é o Deus que abençoa. Estamos diante da A bençãolatria.
Esquece-se que é zeloso, que abomina a idolatria de qualquer tipo. Crer só na misericórdia é uma espécie de idolatria.
A bênção de Deus pode representar um perigo porque afasta o homem dele. É por isto que quando as multidões pediam milagres a Jesus, Ele se retirava. Ele chegou a dizer certa feita que o sinal que queria era o do profeta Jonas, isto é, arrependimento. (Mas ele lhes respondeu e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe dará outro sinal, senão o do profeta Jonas — Mateus 12.39).

4. PARA SERMOS ABENÇOADOS
4.1. Adoremos somente a Deus (1Samuel 7.3-4).
4.2. Adoremos um Deus que está além de nossa imaginação e descrição (Habacuque 2.18).
4.3. Olhemos tão somente para Jesus, a única representação de Deus porque Ele era Deus.
4.4. Comprometamo-nos com Deus, mesmo que isto nos doa

plugins premium WordPress