Lucas 1.48b: EU, FONTE DE BÊNÇÃO?

EU, FONTE DE BÊNÇÃO?
Lucas 1.48b

Pregado na IB Itacuruçá, em 12.1999 (noite).)

1. FELICIDADE COMO PERPETUIDADE

1.1. A perpetuidade
O desejo da perpetuidade está perpetuado no ditado árabe de que todo ser humano precisa plantar uma árvore, gerar um filho e escrever um livro.
Não queremos morrer, primeiro porque não queremos sofrer; segundo, porque queremos nos perenizar. Os pais machistas preferem filhos homens por causa da permanência do sobrenome da família..
De fato, é triste a certeza de que somos perecíveis e daqui a pouco não haverá mais lembrança de nós. Poucas pessoas conseguem sobreviver à sua morte, mesmos os famosos.
Na cultura hebraica, isto era também muito forte. Havia uma idéia de pertencimento à história do povo, por meio das gerações. Gerações muito posteriores se referiam a fundadores de famílias como pais. Jesus, por exemplo, foi chamado de filho de Davi várias vezes. Mateus começa assim: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1.1; cf. Mt 15.22; Lc 20.41)

1.2. Maria, mulher
Eis que Maria se considera, desde a notícia de sua gravidez, ao longo de sua vida e para todo o sempre, como uma pessoa feliz..
De fato, Maria ainda hoje é um nome que ecoa na história contemporânea. Ela transcendeu, por sua coragem e fé, ao seu tempo. É justo, pois, homenageá-la. Nós, evangélicos, não lhe damos o crédito que merece.
Nossa omissão não autoriza o extremo oposto de considerá-la o que não era, nem é. Maria nasceu como qualquer outra mulher de sua época. Maria morreu, como todos morremos, mas ela morreu salva por sua fé em Jesus Cristo. Seu testemunho nos deve estimular à fé em Jesus, o mediador entre Maria e Deus, o mediador entre nós e Deus.

2. COMO ALCANÇAR A ALTERO-FELICIDADE
Maria, como Abraão, foi uma bênção para as futuras gerações.
Devemos nos tornar uma bênção, isto é, instrumento de felicidade, como ela foi.
Em outras palavras, como ser, como Maria, uma fonte de bênção?
Por que ela se tornou uma bênção?

2.1. Disposição para receber a bênção de Deus.
Há pessoas muito duras, fechadas para Deus, seja pelo poder do filtro da razão. Essas pessoas engarrafam o Eterno. Há pessoas duras para Deus, porque só o aceitam se Ele lhe falar audivelmente, isto é, no plano da emoção. Essas pessoas também engarrafam o Absoluto.
Maria se dispôs a ouvir a voz de Deus por meio do anjo. Há pessoas que jamais vão ouvir a voz de Deus, porque não têm disposição para ouvi-la. Seu registro é sempre outro. Jamais buscam a Deus, com liberdade de espírito e dando liberdade ao Espírito.
A bênção pode ser até uma cura , mas pode ser um convite, um desafio. Uns dirão, então: “é melhor não ouvir”. Na verdade, a bênção maior é a audição da voz de Deus.

2.2. Disposição para inverter a lógica humana do desejo.
O desejo do homem é: como posso receber a bênção de Deus. No entanto, deveria ser outra a sua pergunta: como posso ser uma bênção de Deus para os outros. Sem esta disposição, viveremos tão-somente para nós mesmos e não seremos bênçãos para outros. Não sendo para os outros, não seremos para nós.
Maria não pensou no seu bem-estar, quer seria nenhum, mas na oportunidade que seu gesto representaram para pessoas suas contemporâneas, e também para as gerações futuras, como a nossa.
Feliz é aquele que não considera a felicidade como a meta exclusiva da sua vida, mas feliz é aquele que procura fazer felizes os outros.
Alguns até se dispõem a ajudar o outro, mas logo se cansam; ou pela ingratidão do outro ou porque o bem-estar dos outros não faz parte de suas metas existenciais.

2.3. Disposição para pagar o preço da opção por Deus
Há um cristianismo insustentavelmente leve por aí. Há cristãos dispostos a seguir o Salvador… até o primeiro questionamento… o primeiro deboche…
Maria pagou um alto preço de ser mãe daquela forma estranha. Pela imaginação, [como fez Reynolds Price, num artigo recente para a revista Time, que vamos reproduzir em parte na primeira pagina do boletim domingo no próximo domingo], podemos descrever como foi tratada. Sua história, de que concebera Jesus pelo Espírito Santo, era ridícula. Dizer que se é um seguidor de Jesus Cristo hoje é ridículo. Parece não haver lugar para este tipo de confissão.

3. CONCLUSÃO
Você poder ser uma bênção para as atuais gerações e para as futuras.

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