Lucas 1.49-52: O PODER DA SANTIDADE

O PODER DA SANTIDADE

Lucas 1.49,50,52

Pregado na Igreja Batista Itacuruçá, em 12.12.1999 (manhã)

1. INTRODUÇÃO
O Nome de Deus é como uma moeda de duas faces; em um lado, está o Seu poder; no outro, a Sua santidade.

2. A NATUREZA PESSOAL DO PODER DE DEUS
O Deus que fez o povo passar pelo mar Vermelho é o Deus que fez Maria conceber sem esperma.
O Deus que nasceu entre nós se manifesta de modo pessoal. “O poderoso me fez grandes coisas.” Deus nunca é impessoal. Deus é relação.
Este Deus pessoal, ao nos considerar como nós somos, faz o que faz, conquanto totalmente fora dos padrões. Aos soberbos, não deu razão para serem mais soberbos, mas os aniquilou. Fez com que os vencedores de sempre fossem derrotados para sempre. Aos corações prontos a viver segundo os seus valores, ele os tornou filhos (elevou os humildes).
Este Deus pessoal não se deixa manipular pelo poder do dinheiro ou pelo poder da religião. Tentamos, mas o Deus verdadeiro não se permite manipular por nós. Não podemos prometer cura. Não podemos prometer bênção. Só podemos nos empenhar em pedir.]

3. A NATUREZA ABSOLUTA DA SANTIDADE DE DEUS
Santidade é a impossível comunicação com o seu contrário. O Deus da comunicação, neste sentido, é o Deus da incomunicação. Ele não se comunica com o pecado, embora se relacione com o pecador.
A experiência emblemática desta verdade é a experiência de Moisés. Quando do seu primeiro encontro com  Deus (Ex. 3.5), Este lhe exigiu que tirasse as sandálias, para demarcar que Moisés estava diante do absolutamente Outro, dAquele a quem se pode chegar, mas  só se houver um compromisso em viver de modo santo como Ele é.
Uma das afirmações desta santidade está, como sabemos, no nome de Deus. Até o seu nome é sagrado e não sabemos qual é. Deus não é nome, mas título, Ele é apenas EU SOU O QUE SOU, que acabou sintetizado como Jeová ou Yahweh. Só saberemos seu nome quando nos chegarmos para aquele sem separação.
Nós temos banalizado o título “Deus”, que para nós se tornou nome. É Deus pra lá; é Deus para cá. É como se nós o movêssemos e não Ele a nós.
A santidade absoluta de Deus é paradigmática (modelar). Ela pode gerar um sentimento de cínico relaxamento (“como não dá para conseguir tal santidade, vou vivendo do jeito que der”) ou de terrível culpa (“eu não consigo ser santo”), mas deve gerar um desejo: o de buscar esta santidade.

4. A RELAÇÃO ENTRE PODER E SANTIDADE
Pode haver poder sem santidade, mas será sempre o poder da manipulação, o poder da aparência.
Pode haver santidade que não redunda em poder, mas será sempre a santidade da manipulação, a santidade da aparência.
Só haverá verdadeiro poder onde houver verdadeira santidade.

5. O SIGNIFICADO DO PODER E DA SANTIDADE DE DEUS
5.1. Deus é poderoso para cuidar de cada um de nós.
O poderoso que fez é o poderoso que faz. Não há motivo para ansiedade diante do novo, do perigo. O triunfo já está garantido, mas triunfo ao modo do poderoso (Ele), não ao estilo do fraco (nós). Ele é poderoso para fazer grandes coisas e para fazer pequenas coisas.

5.2. O poder de Deus se expressa numa parceria conosco.
Não é algo automático… Há uma reciprocidade, como anotou William Carey há dois séculos: “Se você espera grandes coisas de Deus, faça grandes coisas para Deus”. Deus não é pequeno, mas o nosso Deus pode ser pequeno. Nós não podemos apequená-lo.

5.3. A santidade de Deus é daquele tipo que não transige com outros estilos.
A santidade de Deus é radical. Nunca está em cima do muro. Nunca se veste do que não é. Sua santidade é santidade-24 horas, não santidade-90 minutos (duração de um culto). Sua santiade é santidade-semana, não santidade-domingo. Sua santidade é santidade-vida, não santidade-palavra.
Assim deve ser também a nossa santidade:
. ela deve estar presente no pensamento, não apenas no exterior (v. 51) O dúplice é aquele que é soberbo no coração, mas humilde para fins de marketing pessoal. [Desenvolver: a duplicidade]. Se a santidade não vier do pensamento, não é santidade, apenas o seu simulacro.
. ela deve resultar de um projeto de vida; começa com o desejo de ser santo, continua na disciplina da santidade (metodologia da piedade: evitar aquilo que pode não ser mau, mas pode nos levar ao mal) e prossegue em direção à estatura proposta por Deus.
. ela deve ser instransigente, para ser santidade. Se não for intransigente, não é santidade. A intransigencia da santidade é uma intransigencia de propósito (ideal)  e não necessariamente de execução (real). Por isto, ela deve deve ser fruto de um desejo, feito da alegria do desejar ser santo.

5. CONCLUSÃO

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