PARÁBOLAS DE JESUS, 1 — A PARÁBOLA DOS SOLOS

Marcos 4.1-20 — NTLH
(Mateus 13.1-23 e Lucas 8.4-13).
 
Três dos quatro evangelistas reproduzem a mesma parábola de Jesus. (Cf. também Mateus 13.1-20 e Lucas 8.4-13).
 
A história ficou conhecida com a parábola do semeador ou da semente, mas, ela devia ser chamada de parábola dos solos, porque trata como a mensagem de Jesus é recebida por seus ouvintes.
Jesus a conta, para nos mostrar um ensino do Antigo Testamento:
 
"Tenha cuidado com o que você pensa, pois a sua vida é dirigida pelos seus pensamentos".
(Provérbios 4.23)
 
O que temos pensado? O que temos guardado no coração? Como está o nosso coração?
 
Toda história contada por Jesus nos pede uma resposta.
Os evangelistas dividem suas narrativas em duas partes, com um interlúdio revelador. Na primeira, ele conta a história e, na segunda, ele a explica. No interlúdio, ele explica a razão pela qual ensinava por meio de parábolas.
 
 
A PARÁBOLA
 
Leiamos a primeira parte, conforme o relato de Marcos:
 
"Jesus começou a ensinar outra vez na beira do lago da Galileia.
A multidão que se ajuntou em M volta dele era tão grande, que ele entrou e sentou-se num barco perto da praia, onde o povo estava. Jesus usava parábolas para ensinar muitas coisas. Ele dizia:
 
— Escutem! Certo homem saiu para semear. E, quando estava espalhando as sementes, algumas caíram na beira do caminho, e os passarinhos comeram tudo.
Outra parte das sementes caiu num lugar onde havia muitas pedras e pouca terra. As sementes brotaram logo porque a terra não era funda. Mas, quando o sol apareceu, queimou as plantas, e elas secaram porque não tinham raízes.
Outras sementes caíram no meio de espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas. Por isso nada produziram.
Mas as sementes que caíram em terra boa brotaram, cresceram e produziram na base de trinta, sessenta e até cem grãos por um. 
 
E Jesus terminou, dizendo:
 
— Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam".
(Marcos 4.1-9)
 
Os discípulos não entenderam a parábola.
Eles estavam com Jesus no barco, que balançava. Jesus o usava como púlpito para falar, com mais tranquilidade, à multidão, a maioria camponesa, mas também servidores públicos e comerciantes. Os discípulos não só não entenderam, como tinham certeza que o público ouvindo, em pé na praia, também não captou onde Jesus queria chegar.
 
Por isto, 
 
"quando a multidão foi embora, as pessoas que ficaram ali começaram, junto com os doze discípulos, a fazer perguntas a Jesus sobre parábolas.
Jesus disse a eles:
— A vocês Deus mostra o segredo do seu Reino. Mas para os que estão fora do Reino tudo é ensinado por meio de parábolas, para que olhem e não enxerguem nada e para que escutem e não entendam; se não, eles voltariam para Deus, e ele os perdoaria".
(Marcos 4.10-12)
 
Depois deste interlúdio, Jesus se põe a aplicar a parábolas aos corações dos seus ouvintes, por meios dos seus discípulos. Eis o que lemos em Marcos:
 
"Então, Jesus perguntou:
— Se vocês não entendem essa parábola, como vão entender as outras?
 
E continuou:
 
— O semeador semeia a mensagem de Deus.
Algumas pessoas que a ouvem são como as sementes que caíram na beira do caminho. Logo que ouvem, Satanás vem e tira a mensagem que foi semeada no coração delas.
Outras pessoas são como as sementes que foram semeadas onde havia muitas pedras. Quando ouvem a mensagem, elas a aceitam logo com alegria; mas depois de pouco tempo essas pessoas abandonam a mensagem porque ela não criou raízes nelas. E, quando por causa da mensagem chegam os sofrimentos e as perseguições, elas logo abandonam a sua fé.
Ainda outras são parecidas com as sementes que foram semeadas no meio dos espinhos. Elas ouvem a mensagem, mas, quando aparecem as preocupações deste mundo, a ilusão das riquezas e outras ambições, estas coisas sufocam a mensagem, e ela não produz frutos.
E existem aquelas pessoas que são como as sementes que foram semeadas em terra boa. Elas ouvem, aceitam a mensagem, e produzem uma grande colheita:umas, 30; outras, 60; e ainda outras, 100 vezes mais do que foi semeado".
(Marcos 4.13-20)
 
 
1
A RAZÃO DA PARÁBOLA
 
Nós, os ouvintes/leitores de hoje, entendemos bem a explicação sobre o solo, mas ainda temos dificuldade de entender o interlúdio sobre a natureza das parábolas. Para explicar porque gostava de contar histórias que ele criava, Jesus cita Isaías Isaías:
 
"O SENHOR Deus me disse:
— Vá e diga ao povo o seguinte: 'Vocês podem escutar o quanto quiserem, mas não vão entender nada; podem olhar bem, mas não enxergarão nada'”.
(Isaías 6.9)
 
Voltemos ao cenário. Jesus estava ensinando a partir da embarcação onde se encontrava, talvez num barco como este do primeiro século, descoberto recentemente:
 
Na praia, pessoas de todas as classes e levadas pelos mais diferentes motivos escutavam a mensagem de Jesus. Talvez a maioria fosse de curiosos; mal sabiam o que estava acontecendo, como acontece hoje fora e dentro das igrejas. Outra parte era composta de críticos, sempre procurando um defeito na mensagem, como também acontece hoje nas igrejas. Alguns sairiam dali e diriam: "é, hoje o rabi pregou bem". E seguiriam suas vidas, como se nada tivessem ouvido, como acontece hoje nas igrejas. Outras pessoas queriam ouvir e entender, talvez certas de que ouviam uma coisa diferente.
Em resumo, umas estavam com os corações prontos para a revolução do Reino de Deus. Outras não tinham interesse real pela pregação do Messias. Os que tinham interesse ouviriam e se interessariam. Os que não tinham interesse não ouviriam verdadeiramente. Receberiam aquela pérolas como se fossem lavagem para porcos (Mateus 7.6).
 
Jesus sabia que com estes, sua palavra seria jogada fora, seu esforço não seria correspondido, seu seria tempo desperdiçado. Jesus não tinha ilusão acerca do ser humano. Muitas pessoas não queriam ser salvas e não seriam.
Jesus não usava as parábolas para cegar as pessoas, mas porque elas já estavam cegas. Para essas, falava de um modo que não entenderiam; não entenderiam, porque não queriam, como o Faraó não quis, como Pilatos não quis, como Judas não quis.
Assim, suas parábolas revelavam a verdade, para quem tinha interesse pela verdade, e escondiam a verdade, porque eles não queriam ouvir a verdade.
 
 
2
A PARÁBOLA COMO MÉTODO
 
Com esta atitude, Jesus nos ensina.
Muitas vezes, somos questionados por pessoas que querem entender a Bíblia ou o cristianismo. Vale a pena investir o que sabemos com essas pessoas. Outras vezes, no entanto, somos procurados por pessoas que querem apenas questionar. Quando oferecemos uma resposta, vêm com outra, sem ouvir o que falamos. As palavras de Jesus nos mostram que devemos encerrar a conversa e gastar nosso tempo com o que vale a pena, isto é, com pessoas que consideram o que temos para dizer, mesmo que não concordem.
 
Aprendemos também algo de valor na metodologia empregada por Jesus.
Primeiro, em lugar de pregar na sinagoga, ele ensina de dentro de um barco. Ele ensinava de modo diferente, de um modo que alcançasse as pessoas. Poucas iam a sinagoga, mas muitas estavam ali na beira do lago, fazendo seus negócios. E Jesus lhes falou.
Além disso, em lugar de fazer como os rabis, ele contava histórias.
Por que temos que fazer as coisas sempre do mesmo jeito, nos mesmos lugares? Podemos e devemos ser criativos. A igreja, por exemplo, precisa encontrar meios de ir onde as pessoas estão, porque poucas vêm ao seu templo. Na igreja precisamos fazer as coisas de modo que toque as pessoas, não porque sempre foi feito assim. O próximo domingo não tem que ser igual ao de hoje. Há pessoas que, fora da igreja, são criativas, inventivas, inovadoras, mas na igreja,  talvez por causa das críticas ou das expectativas, não ousam, não criam, não inovam. Precisamos de um banho de criatividade na igreja.
 
 
3
O SEMEADOR E A SEMENTE
 
Este prelúdio sobre as motivações de Jesus nos empurra para dentro da parábola, que é sobre os solos. Há três personagens na história: o semeador, a semente e o solo.
O semeador é o próprio Deus, com sua mensagem para o mundo. Ele quer que as pessoas venham para o seu Reino.
Para tanto, ele plantas sementes na terra. Estas sementes são as suas palavras, palavras de salvação, palavras de perdão, palavras de inclusão, palavras de comunhão. São convites à vida.
A tarefa do semeador (Deus) é lançar a semente na terra. Ele já preparou o solo. Antes de Jesus, enviou seus profetas. Hoje mesmo o Evangelho é pregado, por meio de músicas e mesmo de pregações nos meios de comunicação. De certo modo, pensando no Brasil, o solo está preparado para o Evangelho: alguma mensagem do evangelho já choveu aqui e ali. Não é algo completamente novo e estranho. As pessoas também têm vizinhos, que lhes falam do Evangelho. Deus tem preparado a terra.
No entanto, a parábola sobre a terra como solo para recebem a mensagem. A semente é boa, porque é a mensagem de Deus. O solo que a recebe é que pode aceitá-la e fazer com que dê frutos ou sufocá-la.
Olhando para a multidão na beira do lago da Galileia, Jesus vê quatro tipos de pessoas. O Mestre quer que cada pessoa se identifique: em qual grupo, estão. Em que grupo você está?
Olho/imagino para meus ouvintes/leitores e os percebo também.
 
 
OS SOLOS PARA A SEMENTE
 
São quatro os solos.
 
4
SOLO 1 — BEIRA DO CAMINHO
 
O Solo 1 é a terra na beira do caminho.
O semeador lança a semente em todos os solos. O solo à beira do caminho ouve a mensagem.
No entanto, "as aves vieram e a comeram" (Marcos 4.4). As aves são emissários de Satanás, que "vem e retira a palavra nelas semeada" (Marcos 4.15).
Algumas pessoas são como a semente à beira do caminho, onde a palavra é semeada. Logo que a ouvem, Satanás vem e retira a palavra nelas semeada.
O Solo 1 aceita a mensagem de Jesus, mas não vê como a única palavra. O Solo 1 aceita que Jesus seja o caminho, a verdade e a vida, mas não o único caminho, a única verdade, a verdadeira vida. Há outras possibilidades paralelas.
O Solo 1 ouve todas as mensagens, inclusive a de Jesus, mas não se concentram na de Jesus, por achá-la mais uma, entre outras mensagens. O Solo não aceita a exclusividade de Jesus.
O Solo 1 é formado pelos corações que resistem em firmar um compromisso com Jesus. Estão convencidos de que Jesus é o caminho, mas querem seguir vários caminhos ao mesmo tempo, como se todos os caminhos levassem ao céu.
O Solo 1 é o coração duro.
Como é o seu coração?
 
5
SOLO 2 — TERRA PEDREGOSA
Jesus olha para seus ouvintes e percebe um segundo tipo de coração. Ele os compara a terra cheia de pedras. 
O semeador lançou sobre este solo a sua semente. A semente é lançada sobre todo tipo de pedra.
O Solo 2 a recebe. Ela chega a germinar
O Solo 2 recebe a mensagem de Jesus, mas de modo superficial, sem a disposição de pagar o preço de seguir a Jesus.
A igreja está cheia deste tipo de cristãos. A maioria dos cristãos é superficial.
Superficial é quem não conhece a Bíblia.
Numa viagem que fiz, conhecia uma jovem, que trabalhava num hotel em que ficamos. Fiz com ela uma brincadeira, num dia em que a tecnologia não funcionou. Eu falei no profeta Jeremias. Ela era cristã, num ambiente judeu e muçulmano, mas ela não sabia quem era o profeta Jeremias. Fiquei pensando nos meus ouvintes, que talvez não saibam coisas básicas da Bíblia; não sabem porque não a leem e não a estudam.
O Solo 2, em sua superficialidade, aceita emocionadamente a mensagem.
Uns até choram diante da Palavra de Deus. Têm até experiências, mas não têm raízes espirituais. Vivem de experiências emocionais, mas não firmam compromissos. Não querem pagar o preço de seguir a Jesus.
Por que não pegam o preço? Porque talvez não achem que vale este preço…
E qual é o preço: é o preço de caminhar com Jesus, conduzido por ele. Se ele prega, pregamos. Se ele ensina, ensinamos. Se ele entra no barco, entramos. Se ele vai para o deserto orar, vamos juntos. Se ele pega a cruz, pegamos a nossa. Não pensamos no que vamos ganhar: seguimos com ele, que é a coisa mais importante.
Uma vez narrei a uma pessoa das lembranças que guardo do meu pai (Derly Franco de Azevedo). Eu lhe contei que me lembrava de vê-lo, sentado lendo a Bíblia e de joelhos orando no escritório. Esse amigo me perguntou:
— O que ele ganhou com isto?
A pergunta pode parecer chocante, mas a resposta a ela determina como será o solo da nossa vida: frutífera ou pedregosa.
Quero sugerir algumas respostas à estranha pergunta, apresentadas de modo não exaustivo e não organizado:
 
1. Quando buscamos uma vida de profundidade espiritual, adquirimos conhecimento. Com este conhecimento, entendemos o que cremos, de modo a poder fazer com que a nossa fé faça sentido racionalmente para nós e para os outros. Nossos horizontes se abrem para compreendermos o que antes não sabíamos.
Quem conhece a Deus compreende as coisas, diz a Bíblia (Provérbio 9.10).
Assim, quando buscamos uma vida de profundidade espiritual, não somos enganados por ideias que podem parecer bonitas, mas não nos fazem bem. As ideias que esposamos vem da Bíblia, que lemos livremente e livremente interpretamos. Ela mesma nos ajuda nesta interpretação.
 
2. Quando buscamos uma vida de profundidade espiritual, aprendemos a viver melhor, porque compreendendo o que é a vida e como devemos levá-la. Os mandamentos de Deus, contidos em seu livro, visam nos dar uma vida com mais qualidade. Os primeiros mandamentos foram dados antes de o povo entrar na nova terra, com uma promessa:
 
“Esta é a lei, isto é, os decretos e as ordenanças, que o Senhor, o seu Deus, ordenou que eu lhes ensinasse, para que vocês os cumpram na terra para a qual estão indo para dela tomar posse. Desse modo vocês, seus filhos e seus netos temerão o Senhor, o seu Deus, e obedecerão a todos os seus decretos e mandamentos, que eu lhes ordeno, todos os dias da sua vida, para que tenham vida longa".
(Deuteronômio 6.1-2)
 
Os provérbios bíblicos são diretos:
 
"Quem teme o SENHOR tem vida longa, porém os maus morrem antes do tempo".
(Provérbios 10.27)
 
"O temor ao SENHOR é uma fonte de vida e ajuda a evitar as armadilhas da morte".
(Provérbios 14.27)
 
Portanto, quando buscamos uma vida de profundidade espiritual, recebemos um guia para a vida, um manual completo para a construção de nossas vidas, numa linguagem clara e precisa, onde encontramos também orientação segura para as nossas decisões.
Ao levarmos a sério a nossa vida com Deus, indo além de cultos formais e rituais cheios de símbolo, temos vida com mais qualidade, porque com menos estresse, menos ódio, menos gritaria, menos briga, logo mais tranquilidade, mais paz, mais harmonia, mais alegria, alegria completa, segundo a expressão de Jesus:
 
"Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa".
(João 15.11)
 
3. Quando buscamos uma vida de profundidade espiritual, somos nutridos por uma certeza: não estamos sozinhos no mundo. No processo desta busca, somos alimentados com a certeza que somos amados por Deus, não importa o que aconteça no presente, de bom ou de ruim. Vai crescendo em nosso coração a esperança que viveremos com Deus para o resto da vida, nesta vida e na eternidade. Podemos viver agora de um modo a não ter angústia sobre o nosso futuro. Jesus é claro a este respeito, mais de uma vez:
 
“Eu lhes asseguro:Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida".
(João 5.24)
 
"Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão".
(João 10.28)
 
Cheguei, uma vez a um funeral e me enchi de tristeza. Algumas amigas da falecida repetiam um pedido: que Deus livrasse aquela mulher do inferno. Não precisamos viver com este medo: quem tem a Jesus como Senhor já foi liberto do inferno. Uma vida de profundidade espiritual traz luz à vida, contra a escuridão do medo.
 
4. Quando buscamos uma vida de profundidade espiritual, não precisamos adorar outros deuses, como o dinheiro, a fama, a competição, o sexo, o poder. Esses deuses, quando estamos em comunhão com |Deus, não nos seduzem. Os que os adoram morrem. Os que adoram a Deus vivem.
 
Uma vida superficial fica no ritual, nos cultos de domingo, no cântico de hinos até animadamente, na feitura de orações.
Uma vida de profundidade vai além do ritual, do ritual da ida protocolar a uma igreja, do ritual da participação nos louvores, do ritual das orações. 
Uma vida de profundidade espiritual é marcada por uma fé que cresce no conhecimento de quem Deus é e de quem nós somos, de quem Deus pode ser para nós e de quem nós podemos ser para Deus, para os outros e para nós mesmos.
 
O Solo 2 é o coração superficial.
Você pode ser um coração onde a semente do Evangelho cresce.
Como é o seu coração?
 
6
SOLO 3 — TERRA CHEIA DE ESPINHOS
Jesus novamente levanta seus olhos e nota um terceiro tipo de coração. Ele mostra que se parecem com a terra cheia de espinhos.
Para chegar até à praia, seus ouvintes passaram por caminhos, com suas margens; pisaram em pedrinhas, ao longo do trajeto, e também tiveram que tirar espinhos que entraram em suas sandálias ou se agarraram em suas túnicas.
E alguns não estavam ali, porque decidiram voltar.
E alguns tinham o coração cheio de espinhos. Ouviram a mensagem de Jesus, abrigaram-na em seus corações em meio aos espinhos selvagens.
Solo cheio de espinho é solo dominado pelas amarguras da vida. Há pessoas que receberam a Jesus como Senhor, mas as amarguram dominam os seus corações. receberem Jesus, mas não o receberam como a alegria dos homens.
Solo cheio de espinho é solo tomado pelo legalismo. São pessoas exigentes, ou consigo mesmas ou com os outros. Não aprenderam que o jugo de Jesus é suave, porque gostam de carregas pedras, quem sabe achando que, assim, vão receber mais de Deus.
Solo cheio de espinho é solo que não tomou uma decisão definitiva por Jesus e ainda acha que pode seguir o caminho estreito da santidade e o caminho largo do pecado ao mesmo tempo, embora o Mestre advirta:
 
"Entrem pela porta estreita porque a porta larga e o caminho fácil levam para o inferno, e há muitas pessoas que andam por esse caminho. A porta estreita e o caminho difícil levam para a vida, e poucas pessoas encontram esse caminho".
(Mateus 7.13-14)
 
Solo cheio de espinhos é solo que não sabe resolver de modo inteligente os seus problemas. Tem um conflito, uma dor, um vazio, apelam para o álcool ou qualquer outro tipo de droga química ou psicológica. Podem dormir em paz com Jesus, mas preferem a paz das drogas.
Solo cheio de espinhos é solo é solo que não pôs sua vida na academia de Jesus. Cristãos assim não foram discipulados por Jesus para um novo estilo de vida. 
Solo cheio de espinhos é solo que não depende de Deus, mas de si mesmo.
O Solo 3 é o coração confuso.
Como é o seu coração?
 
7
SOLO 4 — TERRA BOA
Jesus olha de novo para a multidão. Vê crianças, adolescentes, jovens, adultos, velhos. Vê homens e mulheres, os rostos tisnados pelo sol e pelo vento. Ele enxerga além e vê pessoas onde a semente germinará e produzirá muitos frutos.
São pessoas que prestem atenção. São pessoas que querem mudar de vida. São pessoas que querem levar a mensagem adiante. São pessoas que querem se parecer com Jesus. São pessoas que querem dar o fruto do Espírito Santo. São pessoas que querem fazer parte do Reino Deus.
São pessoas que cantam que Jesus é o único, o único caminho, a única verdade, a única vida. A ninguém mais querem seguir, senão a Jesus. Não são terra à beira do caminho; são terra fértil, em que a semente dá frutos em grande quantidade.
São pessoas que escolheram viver vidas profundas, não vidas superficiais. Não são terra pedregosa, são terra macia onde a palavra de Deus chega e fica.
São pessoas que se deixam pastorear por Jesus, não pessoas confusas. Não são terra cheia de espinhos, mas rosas e lírios cheios de perfume.
São pessoas que querem a semente do Evangelho fazendo suas vidas desabrochar.
São pessoas que querem a alegria completa de Jesus.
São pessoas que querem seguir a Jesus, não importa onde vá, mesmo que seja a cruz.
São pessoas que querem que Jesus trabalhe em suas vidas, para serem transformadas dia a após dia.
São pessoas que, tendo recebido a semente, fazem com que frutifiquem. Não frutificam todos com a mesma intensidade ou quantidades, porque são diferentes, têm características individuais sempre respeitadas pelo senhor da plantação. Não são pessoas que competem umas com as outras, para parecerem melhor diante dos homens, mas pessoas que dão o máximo que podem à luz de sua própria realidade e contexto.
São pessoas felizes. São pessoas em harmonia com a sua história. São pessoas em comunhão com Deus. São pessoas salvas de seus próprios medos. São pessoas que olham para frente. São pessoas que têm como alvo ser como Jesus e para o alvo prosseguem cheias de luz e alegria.
 
O Solo 4 é o coração gerado de novo por Jesus.
Como é o seu coração?
 
ISRAEL BELO DE AZEVEDO
 
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