Estava eu assistindo a um programa de TV, quando o próprio apresentador fez uma pausa para anunciar um produto como “um presentão para a mamãe”. Era um pacote de serviços de TV a cabo, do tipo pré-pago, em que se paga pela antena e depois há sempre que comprar novos créditos para manter o uso. Quer dizer, o filho/filha teria despesas permanentes com o “presentão”.
Na internet li de uma mãe que não queria um “dia das mães de marketing”, isto é, não queria ser reconhecida apenas por presentes, cartões especiais e gestos eventuais.
Isso me fez pensar em como o dia das mães tornou-se um evento de marketing, quando o que importa é comprar um presente, se possível, um “presentão”, para a mãe. Nada a ver com a ideia original de Anna Jarvis, a criadora do dia das mães, no início do século passado. Sua campanha levou o Congresso dos Estados Unidos da América a transformar em lei essa comemoração.
Poucos anos depois, contudo, ao ver que o comércio havia se apoderado do dia das mães, Anna Jarvis se decepcionou profundamente e arrependeu-se de ter lutado por sua criação. Mas não havia como voltar atrás, e o dia das mães tornou-se o mais lucrativo para o comércio depois do Natal. Entretanto, é possível “salvar” o dia das mães, se adotarmos dois princípios.
O primeiro deles é entender que o verdadeiro presente para a sua mãe é você mesmo/mesma. Não há nada que torne uma mãe verdadeiramente feliz quanto um filho/filha feliz. Tudo o que uma mãe deseja de melhor é ver seus filhos saudáveis, inteligentes, sábios, instruídos, realizados, bem formados, bem empregados e bem casados. Ser um bom filho/filha é o grande presente.
Segundo, no pacote do verdadeiro presente para a sua mãe é preciso incluir a gratidão, o carinho e a presença. Não custa absolutamente nada dizer “obrigado”,“eu te amo”, dar um abraço, dar um beijo. E fazer isso sempre, e não esporadicamente. Se não pessoalmente, pelo menos por telefone. Para você não custa nada, porque não se compra em nenhuma loja, mas para a sua mãe não tem preço; vale muito mais que qualquer “presentão”.
E, por favor, não caia na conversa dos anunciantes; não tente substituir aquilo que você deve à sua mãe por um objeto qualquer, mesmo que seja uma jóia cara ou um telefone de última geração.
Pr. Sylvio Macri
