DISCURSO DE ÓDIO?

O que é um discurso de ódio?

Não é difícil reconhecer discursos que incitam a violência contra o próximo dentro de casa,
contra as autoridades constituídas, nas redes sociais ou pessoalmente. Discursos que atentam
contra a integridade física daqueles que consideram indesejáveis por suas ideias, cor da pele,
classe social, religião, opção sexual ou qualquer outro fator.

Discursos de ódio alimentam o terror, são construídos sob ameaças e frequentemente estão
alicerçados na mentira.

Discursos de ódio podem ser facilmente identificados quando a linguagem é agressiva e usa-se
palavras de baixo calão.

Discursos de ódio têm como objetivo final a aniquilação completa de todo aquele que é visto
como um inimigo ou ameaça.

Haverá discursos que são categorizados como “discursos de ódio” mas que, na realidade,
somente expõem verdades que uma sociedade distante de Deus não deseja aceitar?
Certamente, sim.

Vivemos num tempo em que a maioria das pessoas não quer ser confrontada sobre os seus
erros. Pior, elas se sentem agredidas, desrespeitadas em seus “direitos” quando lhes são
apresentados os princípios eternos de Deus no campo moral.

Uma das características da pós-modernidade é a negação de que existam verdades absolutas.
No início desta fase enfatizava-se que todas as opiniões têm igual validade. Afirmar que existe
o certo e o errado era considerado apenas um equívoco. Esta mentalidade “evoluiu”. Agora,
contestar e questionar as ideias e comportamentos do outro está se tornando contravenção
penal.

Na tentativa de conter os chamados discursos de ódio tem se instituído a censura em nosso
país. Censura à crítica ao comportamento moral. Censura ideológica. Censura à defesa de

valores tradicionais no campo da fé, da ética, de determinados padrões de relacionamentos
familiares e dos princípios cristãos.

Se questionamos o comportamento sexual de uma pessoa à luz de nossas convicções de fé,
somos acusados de discurso de ódio. Nós porém, quantas vezes somos denominados de
“retrógrados, fundamentalistas, ignorantes” e tantos outros adjetivos… Isso não seria também
um discurso de ódio?

Criticar as ideias e o comportamento de qualquer pessoa tem se tornado o “pecado” mais
sério que alguém pode cometer. O cidadão pode adulterar, viver de forma depravada, ter
inúmeros parceiros de qualquer sexo, destruir o seu casamento e do próximo com atitudes
egoístas e imorais, mentir, praticar o aborto por qualquer motivo, deixar o seu filho “escolher”
qual é o seu sexo… Na cosmovisão ascendente em nossa sociedade tudo isso e muito mais tem
que ser aceito como normal e até salutar. Nada pode ser questionado. Quem ousa confrontar
não é somente contestado. Pode ser criminalizado.

Que triste contexto social, cheio de gente melindrosa, que não suporta ter o seu estilo de vida
avaliado à luz de verdades claras contidas nas Escrituras Sagradas.

Que covardia a falta de coragem de partir para o debate de ideias. A arma utilizada não é a
argumentação lógica, mas a mordaça na boca dos divergentes ou pesadas multas.

Imagine se Jesus vivesse em nossos dias: como a imprensa, os formadores de opinião,
determinados líderes políticos e religiosos o tratariam?

Jesus era “manso e suave”, exalava compaixão, sensibilizava-se com o sofrimento humano,
mas não deixava de confrontar o erro, até mesmo dos poderosos. Ele ensinou o amor, o
perdão e a solidariedade e pregou igualmente contra a hipocrisia. Afirmou que há cegos que
conduzem outros cegos no plano espiritual. Denominou alguns líderes religiosos de “sepulcros
caiados”. Não relutou em afirmar que estavam enganados os que não acreditavam na
ressurreição. Ao ser ameaçado de morte por Herodes, ele deu o seguinte recado aos
emissários do governador: “Vão dizer àquela raposa: Expulsarei demônios e curarei o povo
hoje e amanhã, e no terceiro dia estarei pronto. Mas, preciso prosseguir hoje, amanhã e
depois de amanhã…” (Lucas 13:32).

Tentativas de calar os que falam a verdade por meio da violência não são novidade. A história
de nosso Mestre, dos apóstolos Pedro, Paulo e tantos outros que nos antecederam confirma
esta realidade. Pelos padrões atuais, suas mensagens incisivas contra o pecado se
enquadrariam em muitos dos chamados “discursos de ódio”.

Este tempo requer dos seguidores de Jesus coragem e discernimento. Provavelmente
aceitarão que afirmemos nossa fé em Cristo. Desde que esta fé não carregue consigo valores
morais, que jamais confronte o pecado do outro e considere qualquer indivíduo como filho de
Deus, independentemente de uma transformação de vida.

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