CREDO APOSTÓLICO, O CREDO CRISTÃO, 12 — Jesus há de vir para julgar

Segundo o Credo Apostólico, “Jesus subiu ao Céu e “está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso”, “de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos”.
A expressão foi tomada do apóstolo Paulo, que escreveu a Timóteo, de quem era o mentor:
“Na presença de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos por sua manifestação e por seu Reino, eu o exorto solenemente”  (2 Timóteo 4.1).
Jesus, portanto, está no céu, de onde veio e para onde voltará.
Quando Paulo e o Credo dizem que Jesus está no céu, não estão aprisionando Jesus no céu, porque Ele está em todo o lugar.
Há consciência desta presença quando Jesus é celebrado pela fé, em espírito e em verdade, segundo suas palavras.
Mesmo não havendo consciência desta presença, ele está presente.
Estando no céu, Jesus tem todo o poder.
Estando no céu, Jesus está acima de nós.
Estando no céu, vê perfeitamente, conquanto nós vejamos imperfeitamente

1. Jesus, portanto, Jesus há de vir.

O projeto completo de Deus para Jesus inclui a sua encarnação, processo que termina com a ascensão para o céu, e a sua glorificação, quando será revelado como o Juiz do mundo.
Aquele dia só Pai sabe.
Não adianta marcarmos data; só o Pai sabe.
Não adianta especularmos sobre profecias; só o Pai sabe.
Quanto ao tempo desta volta, só sabemos que ele virá.

2. Jesus, portanto, há de vir para julgar.

Quando esteve na terra, por (possivelmente) 33 anos, Jesus pregou, ensinou e curou. Quando voltou para o céu, tornou-se nosso intercessor. Quando voltar, será nos juiz.
Ele virá para julgar.
E julgar é separar.
Ele mesmo disse que vai separar uns para a esquerda e outros para a direita (Mateus 25.33).
De um lado ficarão os que o tiverem recebido em seus corações como Salvador e Senhor. De outros, os que o tiverem rejeitado. Ele não levará à força pessoas para o céu.
Muita gente pensa no amor de Jesus como inclusivo e que ele receberá no céu a todas as pessoas. De fato, é difícil pensar num Jesus que recusa, mas — vejamos! — Jesus nao recusa a ninguém. São as pessoas que a recusam. Imaginemos uma pessoa que vai dar uma festa e convide pessoas que não querem ir à festa. Para o céu, é preciso convite. E Jesus já nos convidou. Seu prazer é que aceitemos sua oferta.
As palavras de Jesus são claras:
“Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Marcos 16.16).
Em outro evangelho, a sua promessa é clara:
“Eu lhes asseguro: ‘Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida'” (João 5.24).
Por isto, o evangelista retoma essas palavras:
“Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus” (João 3.18).
Este é um assunto sério: Jesus virá para julgar. O primeiro critério para ser aprovado é aceitar o convite de Jesus para a festa no céu, festa que jamais acabará.
A este critério Jesus acrescenta outro para decidir quem vai. No dia do julgamento, ele “dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’” (Mateus 25.34-36).
Os dois critérios são complementares. Os que alimentam o faminto, socorrem o sedente, acolhe o estrangeiro, veste o necessitado, visita o doente e o enfermo entenderam a graça e agora a levam adiante, sem visar com isto a salvação. Tanto é verdade que, na mesma cena, eles perguntam a Jesus:
“Senhor, quando te vimos com fome ou com sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não te ajudamos?” (Mateus 25.44).
Jesus vê a atitude em relação às necessidades dos outros como o teste prático da fé. Quem de fato o ama pratica o que ele fez e ensinou.
Na vida de cada um de nós, há muito a ser separado. Há muito a ser jogado na lixeira.
Devemos jogar na lixeira uma religião que não demonstra compaixão.
Devemos jogar na ligeira uma religião baseada no merecimento de quem é salvo.
Devemos jogar na ligeira uma religião que faz para receber em troca, mesmo  que esta troca seja estimulada por líderes religiosos.
Devemos jogar na lixeira uma religião que pensa que Deus só interesse pelas almas das pessoas.
Devemos jogar na lixeira uma religião que não tem padrões elevados para a vida, padrões divinos.
Nossa religião é a que Jesus viveu e ensino. O que não for deve ser jogado no lixo. Devemos ter em mente que, no seu julgamento, Jesus separará uns para a direita e outros para a esquerda.
De que lado estaremos?
À direita ou à esquerda?

3. Jesus, portanto, há de vir para julgar os vivos e os mortos

A expressão “os vivos e os mortos” indica que ninguém escapará.
Tudo já está providenciado por Jesus, embora não saibamos os detalhes.
Os vivos são aqueles que, quando Jesus voltar, estarão vivos.
Os mortos são aqueles que, na volta de Jesus, serão ressuscitados para participar da Grande Ceia.
Todos teremos que prestar contas a Jesus, “que está pronto para julgar os vivos e os mortos” (1 Pedro 4.5).
Por isto, todos os que quiserem participar da Grande Festa precisam se arrepender, pois Deus “estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio do homem [Jesus Cristo] que designou. E deu provas disso a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (Atos 17:30-32) Sim, é por meio de Jesus que Deus julgará os segredos dos homens, separando uns para um lado e outros para outro (Rm 2.16).
Esta declaração — de que Jesus virá para julgar — para uns pode ser uma ameaça e para outros uma promessa. Para aquele que recebeu a Jesus como Senhor e evidencia isto na prática, o anúncio do julgamento no final é uma promessa.
Diz o Credo: Jesus está no céu, “de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos”.
Você está pronto para este julgamento?
Isto se decide agora.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO