Êxodo 20.17: NÃO COBIÇARÁS

NÃO COBIÇARÁS

Êxodo 20.17

1. A cobiça está por trás dos nove mandamentos anteriores.
A cobiça leva uma pessoa ter deuses além de Deus, mas deuses que possam lhe dar coisas.
A cobiça leva uma pessoa a fazer ídolos, sobre quem possam exercer o seu poder.
A cobiça leva uma pessoa a vender sua alma ao diabo, em lugar de levar a sério o nome de Deus.
A cobiça leva uma pessoa a trabalhar sete dias na semana e não apenas seis.
A cobiça leva uma pessoa a desonrar seus pais, se estes atrapalharem seus planos ambiciosos.
A cobiça leva uma pessoa a matar outra, se sentir alguma ameaça.
A cobiça leva uma pessoa a adulterar, manchando seu leito e o de outra família.
A cobiça leva uma pessoa a tirar do outro o que não lhe pertence.
A cobiça leva uma pessoa a prejudicar outra, com falso testemunho, para benefício próprio.

2. O décimo mandamento se refere a três objetos de desejo que estão na raiz da tragédia humana: dinheiro, sexo e poder.
Desejar a casa do próximo trata da subserviência ao desejo de ter dinheiro como valor maior de uma vida..
Desejar a mulher do próximo trata da subserviência  ao desejo do sexo fora do casamento como o prazer máximo.
Desejar os servos do próximo se aproxima da subserviência de exercer o poder como forma de dominação sobre o outro.

Dinheiro, sexo e poder são três dimensões da realidade humana. Não são em si condenáveis.

DINHEIRO — Desejar ter dinheiro, para satisfazer as necessidades satisfazíveis com o dinheiro, não é condenável. O condenável é o apego ao dinheiro como valor máximo de uma vida.
“Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1Timóteo 6.9-10).
O amor ao dinheiro se torna uma idolatria. Como disse Jesus: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas (Mateus 6.24). O dinheiro é algo do qual nos servimos e não é feito para servirmos a ele. Para nada adianta ganharmos o mundo inteiro e perdermos a nossa alma (Mateus 16.26).
O apego ao dinheiro derruba toda a ética, como o demonstra o comportamento de Ananias e Safira (Atos 5). [O caso Gugu x entrevista forjada].

SEXO — Desejar realizar-se sexualmente no amor pleno não é condenável. O condenável é o sexo fora do casamento, obtido pela sedução, pela mentira, pelo engano, na irresponsabilidade. Todos nós somos seres sexuais, fomos feitos para o prazer sexual. Quando, no entanto, o prazer sexual se torna um valor maior para nós, acabamos subordinando nossas vidas à realização deste desejo. Ficamos então cegos e não sossegamos até consumá-lo.
O caso de Davi o demonstra. Ali temos a anatomia do pecado sexual. Ele desejou muito ter uma relação sexual com Bate-Seba. Não contendo seu desejo, nascido do olhar, tramou para tê-la. Enfrentou perigos para tê-la. Pôs sua vida e seu reino em perigo para tê-la. Mentiu para tê-la. Matou para tê-la.

PODER — Toda a sociedade precisa de um líder, precisa de alguém que a comande. O exercício do poder em si não é pecado. Se visto como um serviço ao próximo, não é pecado. Quando exercido apenas para o bem próprio, torna-se uma deformação, com prejuízo para o indivíduo e para a sociedade.
O desejo de poder está na gênese da experiência humana. A cobiça foi o primeiro dos pecados. Adão e Eva cobiçaram o poder de saber tanto quanto o próprio Deus.
O poder é uma tentação. Quando tentou Jesus no deserto, o diabo tentou despertar nEle precisamente a cobiça.

3. É louvável desejarmos ser o que não somos, ter o que não temos, viver em toda a plenitude. Nossa meta é que nossos desejos sejam produção espirituais, não produções carnais, isto é: desejemos sob o controle do Espirito

3.1. Seja esta a nossa oração: “Senhor, diante de ti está todo o meu desejo, e o meu suspirar não te é oculto” (Salmo 38.9 ).
“Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências (Romanos 13.13).
“Andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer” (Gálatas 5.16).

3.2. Fujamos do mal de desejar o que não convém.
“Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tiago 1.13-15).
“Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (1João 2.17).

3.3. Disponhamo-nos a uma vida com desejos, mas sem o domínio da cobiça.

1. Evitemos cobiçar. Davi errou ao cobiçar. Ananias e Safira erraram ao cobiçar.

2. Tendo cobiçado, evitemos continuar cobiçando. Davi errou ao continuar cobiçando. Ananias e Safira também tiveram tempo para parar, mas já estavam sob o domínio do pecado. Os corações deles estavam nos seus ilegítimos desejos. “Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mateus 6.21; Mateus 15.21).

3. Tendo cobiçado, evitemos consumar a cobiça. Não troquemos a vida por um momento.

4. Tendo consumado a cobiça, arrependamo-nos do(s) pecados. Ananias e Safira não se arrependeram, mas Davi buscou logo o arrependimento e o encontrou.
Como Davi, arrependamo-nos. Reconheçamos que pecamos.
“Contra ti, contra ti somente, pequei, e fiz o que é mau diante dos teus olhos; de sorte que és justificado em falares, e inculpável em julgares. Esconde o teu rosto dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades. Cria em mim, o Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável” (Salmo 51.4, 9 10).

3.4. Coloquemos nossos desejos em causas boas.

DINHEIRO — Quem tem dinheiro, use-o para abençoar, para patrocinar programas que abençoe pessoas, para adotar pessoas, para sustentar missionários. Domine o seu dinheiro. Se você não o tem, busque-o, como meio para a sua vida; não como fim.

SEXO — Quem é casado, honre o casamento, amando intensamente, amando fielmente. Quem é solteiro, ame intensamente, mas não pecaminosamente; mantenha-se puro até o casamento.

PODER — Quem tem algum poder, ponha esta virtude a serviço da coletividade. Se você sabe comandar, comande. Se você sabe organizar, organize.

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